GENTE DE CÁ E DE LÁ (13)
Sociedade » 2014-04-16
”Cabo Verde tem excelentes profissionais e jovens empreendedores”
Soraia Ramos de Deus, jornalista, Cabo Verde
Soraia Ramos de Deus tem 34 anos e é, como diz, torrejana de gema. Licenciou-se em comunicação social na Universidade da Beira Interior e foi das privilegiadas que conseguiu trabalhar em Portugal na sua área de formação, como jornalista numa produtora de televisão. A mesma produtora, a Textimedia, acabou por partir para Cabo Verde: ”A produtora foi convidada para iniciar uma série de programas para a RTP África sobre Cabo Verde durante 5 meses, depois disso voltaríamos ”à base”. E foi assim que um grupo de jornalistas, câmaras e pessoal técnico se mudou para a Cidade da Praia. Mas o projecto correu lindamente e, ao fim de 5 meses, a RTP África convidou-nos a ficar. Alguns acederam ao convite, outros regressaram. O projeto chama-se ”Nha Terra Nha Cretcheu” e continua em emissão até hoje”, contou ao JT.
Soraia vive há quase nove anos na Cidade da Praia, capital de Cabo Verde. A empresa com a qual partiu é hoje a Agência Caboverdiana de Imagens, que se dedica à produção de programas de televisão, publicidade, vídeos insitucionais e comunicação audiovisual em geral. Soraia Ramos de Deus é a responsável pelos conteúdos editoriais da empresa.
Vive com o marido, com quem partiu para esta aventura (à data ainda namorado), e com o filho que, embora tenha nascido em Portugal, viveu sempre em África: ”Tenho um filho de quatro anos que está a ser criado em Cabo Verde. É tão crioulo como português! Anda num colégio onde fala as duas línguas e vive com toda a liberdade que este país felizmente lhe proporciona. Cabo Verde é um lugar excelente para criar um filho. O clima é óptimo, há imenso convívio entre as crianças, brinca-se mais ao ar livre, não há grandes perigos. Os apelos comerciais são muito menores aqui, o que é excelente. Está totalmente integrado, embora adore estar em Portugal também”.
Em Cabo Verde, Soraia Ramos de Deus encontrou um mercado de trabalho repleto de diferentes ritmos, a que teve que se habituar e, algumas vezes, adaptar a si: ”O ritmo de trabalho foi talvez aquilo que mais me tenha custado na adaptação. É tudo muito mais moroso aqui, sobretudo para quem vem de uma área onde é preciso cumprir prazos e trabalhar sem horários. Aos poucos fui-me adaptando e fui também imprimindo o meu ritmo a quem trabalha comigo. Houve uma ‘aculturação’ mútua. Claro que os vencimentos em Cabo Verde são muito mais baixos: o salário mínimo foi instituído há poucos meses e ronda os 100 euros. As regalias sociais são muito menores para os trabalhadores, a licença de maternidade é de apenas dois meses para a mãe, não há subsídios de férias nem de Natal e o sistema nacional de saúde ainda é muito deficitário. No meu caso não notei muito estas diferenças, uma vez que o meu contrato foi negociado em Portugal. Em todo o caso, Cabo Verde, e apesar de todas estas particularidades, tem excelentes profissionais, pessoas muito inteligentes e jovens empreendedores”, elogiou.
A língua não se apresentou como um grande entrave à sua integraçã ”É certo que o português é a língua oficial, mas a língua de contacto e de comunicação é o crioulo. Não é uma língua difícil, tem muitas semelhanças com o português, pelo que não se tornou um grande entrave”.
Apesar de vir com alguma frequência a Torres Novas, as saudades são muitas: ”Sinto falta da família! A de sangue: os pais, avó, irmã, sobrinhos, etc. E a dos amigos de infância e dos que estudaram comigo... Tenho saudades da minha terra, onde posso ir com alguma frequência ‘carregar as baterias’. E tenho muitas saudades dos meus patins!”, não fosse Soraia, filha de Quina, a afamada patinadora torrejana.
É fácil perceber nestas linhas que Soraia não tem dúvidas que mudar-se para Cabo Verde foi a melhor decisã ”Tenho a clara sensação que saí no momento certo, pouco antes de Portugal começar a tornar-se num país com poucas oportunidades para os jovens. Em Cabo Verde pude iniciar novos projetos, dar azo a outras paixões (como a produção, a organização de eventos, o ativismo cultural) e de explorar outros caminhos que dificilmente teria explorado em Portugal”. Tenciona voltar a Portugal? Sim, um dia, mas para já sem planos ou previsões!
GENTE DE CÁ E DE LÁ (13)
Sociedade » 2014-04-16”Cabo Verde tem excelentes profissionais e jovens empreendedores”
Soraia Ramos de Deus, jornalista, Cabo Verde
Soraia Ramos de Deus tem 34 anos e é, como diz, torrejana de gema. Licenciou-se em comunicação social na Universidade da Beira Interior e foi das privilegiadas que conseguiu trabalhar em Portugal na sua área de formação, como jornalista numa produtora de televisão. A mesma produtora, a Textimedia, acabou por partir para Cabo Verde: ”A produtora foi convidada para iniciar uma série de programas para a RTP África sobre Cabo Verde durante 5 meses, depois disso voltaríamos ”à base”. E foi assim que um grupo de jornalistas, câmaras e pessoal técnico se mudou para a Cidade da Praia. Mas o projecto correu lindamente e, ao fim de 5 meses, a RTP África convidou-nos a ficar. Alguns acederam ao convite, outros regressaram. O projeto chama-se ”Nha Terra Nha Cretcheu” e continua em emissão até hoje”, contou ao JT.
Soraia vive há quase nove anos na Cidade da Praia, capital de Cabo Verde. A empresa com a qual partiu é hoje a Agência Caboverdiana de Imagens, que se dedica à produção de programas de televisão, publicidade, vídeos insitucionais e comunicação audiovisual em geral. Soraia Ramos de Deus é a responsável pelos conteúdos editoriais da empresa.
Vive com o marido, com quem partiu para esta aventura (à data ainda namorado), e com o filho que, embora tenha nascido em Portugal, viveu sempre em África: ”Tenho um filho de quatro anos que está a ser criado em Cabo Verde. É tão crioulo como português! Anda num colégio onde fala as duas línguas e vive com toda a liberdade que este país felizmente lhe proporciona. Cabo Verde é um lugar excelente para criar um filho. O clima é óptimo, há imenso convívio entre as crianças, brinca-se mais ao ar livre, não há grandes perigos. Os apelos comerciais são muito menores aqui, o que é excelente. Está totalmente integrado, embora adore estar em Portugal também”.
Em Cabo Verde, Soraia Ramos de Deus encontrou um mercado de trabalho repleto de diferentes ritmos, a que teve que se habituar e, algumas vezes, adaptar a si: ”O ritmo de trabalho foi talvez aquilo que mais me tenha custado na adaptação. É tudo muito mais moroso aqui, sobretudo para quem vem de uma área onde é preciso cumprir prazos e trabalhar sem horários. Aos poucos fui-me adaptando e fui também imprimindo o meu ritmo a quem trabalha comigo. Houve uma ‘aculturação’ mútua. Claro que os vencimentos em Cabo Verde são muito mais baixos: o salário mínimo foi instituído há poucos meses e ronda os 100 euros. As regalias sociais são muito menores para os trabalhadores, a licença de maternidade é de apenas dois meses para a mãe, não há subsídios de férias nem de Natal e o sistema nacional de saúde ainda é muito deficitário. No meu caso não notei muito estas diferenças, uma vez que o meu contrato foi negociado em Portugal. Em todo o caso, Cabo Verde, e apesar de todas estas particularidades, tem excelentes profissionais, pessoas muito inteligentes e jovens empreendedores”, elogiou.
A língua não se apresentou como um grande entrave à sua integraçã ”É certo que o português é a língua oficial, mas a língua de contacto e de comunicação é o crioulo. Não é uma língua difícil, tem muitas semelhanças com o português, pelo que não se tornou um grande entrave”.
Apesar de vir com alguma frequência a Torres Novas, as saudades são muitas: ”Sinto falta da família! A de sangue: os pais, avó, irmã, sobrinhos, etc. E a dos amigos de infância e dos que estudaram comigo... Tenho saudades da minha terra, onde posso ir com alguma frequência ‘carregar as baterias’. E tenho muitas saudades dos meus patins!”, não fosse Soraia, filha de Quina, a afamada patinadora torrejana.
É fácil perceber nestas linhas que Soraia não tem dúvidas que mudar-se para Cabo Verde foi a melhor decisã ”Tenho a clara sensação que saí no momento certo, pouco antes de Portugal começar a tornar-se num país com poucas oportunidades para os jovens. Em Cabo Verde pude iniciar novos projetos, dar azo a outras paixões (como a produção, a organização de eventos, o ativismo cultural) e de explorar outros caminhos que dificilmente teria explorado em Portugal”. Tenciona voltar a Portugal? Sim, um dia, mas para já sem planos ou previsões!
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