Primeira edição do prémio Maria Lamas finalmente concluída
Sociedade » 2014-05-16Foi numa sala do Museu Carlos Reis que decorreu a cerimónia de entrega do Prémio Maria Lamas que, em 2011, foi atribuído pelo júri do concurso à docente e investigadora Inês Brasão. A autora do trabalho académico que viria a dar origem ao livro "O tempo das criadas/A condição servil em Portugal (1940-1970)" confessou que nunca tinha perdido a esperança de poder vir a receber o prémio de 10 mil euros.
Na hora de receber o prémio, Inês Brasão não mostrou qualquer espécie de incómodo pelo facto de ter estado à espera durante três anos, período em que, segundo disse, nunca fora informada sobre as razões que levaram a este atraso. ”Há, por vezes, dificuldades institucionais que impedem que vontades pessoais se concretizem. Mas, honestamente, sempre tive a esperança de poder vir a receber o prémio. Por norma, sou uma pessoa que pensa positivo”, afiançou.
Inês Brasão, de 42 anos, disse aos jornalistas que teve conhecimento ”casual” da existência do prémio e, por ter em mãos um trabalho de doutoramento que reunia os requisitos impostos pelos regulamento do concurso, decidiu concorrer com o objectivo de ver o seu trabalho reconhecido.
A investigadora do CESNOVA, unidade de investigação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, fez diversos agradecimentos, um dos quais ao município, pela ”imaginação e implementação” deste concurso e não esqueceu as 17 mulheres com quem falou e que lhe forneceram matéria para elaborar o trabalho, uma tese de doutoramento em sociologia. Brasão manifestou ainda o desejo de que o município de Torres Novas ”prossiga com o prémio por muitos anos”.
Sobre a forma como irá empregar os 10 mil euros que agora recebeu, Inês Brasão respondeu desta forma: ”Vai ser aplicado em coisas úteis, como obras em casa. Vivemos tempos duros e este dinheiro é uma ajuda.”
O trabalho que mereceu a unanimidade do júri percorre uma intensa viagem pelo mundo servil doméstico em Portugal, durante Estado Novo (1940-1970), em que se estima terem existido perto de 200 mil mulheres a trabalhar como criadas de servir. Mulheres que prometiam ”obediência, lealdade e submissão”.
No âmbito deste prémio de investigação foi ainda atribuída uma menção honrosa a Alexandra Oliveira, que por força do método escolhido, o trabalho de campo característico da antropologia, foi obrigada a mergulhar nos meandros do mundo da prostituição. Nesta investigação, Alexandra Oliveira tentou não apenas perceber o fenómeno, como conhecer a vida das prostitutas no seu ambiente familiar. ”A violência a que estão sujeitas é enorme. É uma actividade em que as mulheres estão desprotegidas e este trabalho chama também a atenção para as condições de vida e de trabalho de muitas mulheres”, disse a investigadora, docente da Faculdade de Psicologia do Porto.
Esta cerimónia, abrilhantada pela participação do Teatro da Meia Via (que encenou um excerto da peça ”Assembleia de Mulheres”) foi conduzida por João Carlos Lopes, e contou com as presenças dos vereadores Luís Silva e Elvira Sequeira, do PS (no público esteve Helena Pinto, vereadora do BE, que não foi chamada para junto dos outros vereadores e foi ostensivamente trocada por um presidente de junta, uma novidade desta gestão socialista).
Elvira Sequeira, vereadora do pelouro da cultura, desvalorizou o facto de o prémio ter sido entregue tardiamente, salientando que o município conseguiu honrar um compromisso seu. A vereadora admitiu a continuidade deste prémio de investigação, tal com o seu colega vereador presente, e sugeriu uma colaboração futura das investigadoras agora premiadas com o município em iniciativas relacionadas com a temática do prémio e da figura de Maria Lamas, que as duas investigadoras premiadas consideraram um nome incontornável da luta pelos direitos das mulheres em Portugal.
Primeira edição do prémio Maria Lamas finalmente concluída
Sociedade » 2014-05-16Foi numa sala do Museu Carlos Reis que decorreu a cerimónia de entrega do Prémio Maria Lamas que, em 2011, foi atribuído pelo júri do concurso à docente e investigadora Inês Brasão. A autora do trabalho académico que viria a dar origem ao livro "O tempo das criadas/A condição servil em Portugal (1940-1970)" confessou que nunca tinha perdido a esperança de poder vir a receber o prémio de 10 mil euros.
Na hora de receber o prémio, Inês Brasão não mostrou qualquer espécie de incómodo pelo facto de ter estado à espera durante três anos, período em que, segundo disse, nunca fora informada sobre as razões que levaram a este atraso. ”Há, por vezes, dificuldades institucionais que impedem que vontades pessoais se concretizem. Mas, honestamente, sempre tive a esperança de poder vir a receber o prémio. Por norma, sou uma pessoa que pensa positivo”, afiançou.
Inês Brasão, de 42 anos, disse aos jornalistas que teve conhecimento ”casual” da existência do prémio e, por ter em mãos um trabalho de doutoramento que reunia os requisitos impostos pelos regulamento do concurso, decidiu concorrer com o objectivo de ver o seu trabalho reconhecido.
A investigadora do CESNOVA, unidade de investigação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, fez diversos agradecimentos, um dos quais ao município, pela ”imaginação e implementação” deste concurso e não esqueceu as 17 mulheres com quem falou e que lhe forneceram matéria para elaborar o trabalho, uma tese de doutoramento em sociologia. Brasão manifestou ainda o desejo de que o município de Torres Novas ”prossiga com o prémio por muitos anos”.
Sobre a forma como irá empregar os 10 mil euros que agora recebeu, Inês Brasão respondeu desta forma: ”Vai ser aplicado em coisas úteis, como obras em casa. Vivemos tempos duros e este dinheiro é uma ajuda.”
O trabalho que mereceu a unanimidade do júri percorre uma intensa viagem pelo mundo servil doméstico em Portugal, durante Estado Novo (1940-1970), em que se estima terem existido perto de 200 mil mulheres a trabalhar como criadas de servir. Mulheres que prometiam ”obediência, lealdade e submissão”.
No âmbito deste prémio de investigação foi ainda atribuída uma menção honrosa a Alexandra Oliveira, que por força do método escolhido, o trabalho de campo característico da antropologia, foi obrigada a mergulhar nos meandros do mundo da prostituição. Nesta investigação, Alexandra Oliveira tentou não apenas perceber o fenómeno, como conhecer a vida das prostitutas no seu ambiente familiar. ”A violência a que estão sujeitas é enorme. É uma actividade em que as mulheres estão desprotegidas e este trabalho chama também a atenção para as condições de vida e de trabalho de muitas mulheres”, disse a investigadora, docente da Faculdade de Psicologia do Porto.
Esta cerimónia, abrilhantada pela participação do Teatro da Meia Via (que encenou um excerto da peça ”Assembleia de Mulheres”) foi conduzida por João Carlos Lopes, e contou com as presenças dos vereadores Luís Silva e Elvira Sequeira, do PS (no público esteve Helena Pinto, vereadora do BE, que não foi chamada para junto dos outros vereadores e foi ostensivamente trocada por um presidente de junta, uma novidade desta gestão socialista).
Elvira Sequeira, vereadora do pelouro da cultura, desvalorizou o facto de o prémio ter sido entregue tardiamente, salientando que o município conseguiu honrar um compromisso seu. A vereadora admitiu a continuidade deste prémio de investigação, tal com o seu colega vereador presente, e sugeriu uma colaboração futura das investigadoras agora premiadas com o município em iniciativas relacionadas com a temática do prémio e da figura de Maria Lamas, que as duas investigadoras premiadas consideraram um nome incontornável da luta pelos direitos das mulheres em Portugal.
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