Alcanena: ensaio aborda história da localidade desde tempos antigos ao início do século XX
Sociedade » 2014-07-04
”Alcanena - Ensaios de História de um Concelho Centenário 1298-1926”, é um livro que aborda exactamente que parte ou partes da história de Alcanena?
Esta publicação inclui referências desde a idade medieval até à idade contemporânea. Neste caso, 1298, porque é a data do documento mais antigo que se conhece de Alcanena, e que está depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Este documento é referente à venda e transição de terrenos em Alcanena. Fomos até 1926 porque é aí que se dá, a nível nacional, uma mudança de regime, o final da Primeira República e o início da ditadura militar.
Na localidade, isso conheceu alguns contornos e modificações no quadro político e social. Isto é, os filhos daqueles que tiveram preponderância na difusão dos ideais republicanos em Alcanena, assim como na fundação do município, são agora sectários do novo regime e das ideias mais conservadoras, e isso vai-se notar com evidência no Estado Novo, sendo um género de continuação no poder de uma determinada elite ligada aos curtumes, como é óbvio. Durante um vasto período, é importante percebermos como se deu o ”boom” da indústria em Alcanena durante o Antigo Regime, no séc. XVIII, e a sua influência nos vários quadros históricos seguintes. Mas o ensaio é essencialmente mais aprofundado na altura da propaganda republicana e da fundação do concelho. Trata-se de uma perspectiva geral da história de Alcanena durante esse período, e irá sair um segundo livro para abordar o tempo que vai de 1926 até 1976.
Que factores levaram a debruçar-se sobre estes temas?
A razão principal deveu-se à quase inexistência de historiografia específica sobre Alcanena. Apenas existiam algumas fontes estudadas e editadas em artigos, no jornal ”O Alviela”, pelo Dr. Joaquim Guilherme Ramos, e uma publicação sobre as confrarias medievais de Alcanena, da autoria da professora Iria Gonçalves. Em 2010 surge esta ideia, já depois do falecimento do Dr. Guilherme Ramos, que estava a começar a trabalhar nela. E era sua intenção inicial publicar um livro. Começaram a estudar-se fontes, a discuti-las e aprofundá-las, e isso originou a publicação. O objectivo seria sempre o mesm dar a conhecer aos alcanenenses algo da sua história.
A primeira edição esgotou. Vão ser impressos mais livros?
Estamos a avaliar essa possibilidade. A investigação foi feita essencialmente em arquivos, como disse. É interessante como algumas conclusões foram tiradas, ou até a descoberta de novos documentos. Por exemplo, na viragem da Idade Medieval para a Idade Moderna, analisamos uma aposentadoria de D. Duarte I, do século XV, em que o rei concede privilégios a quem fosse morar para Alcanena, termo de Santarém, como refere. Primeiro, porque é um documento importantíssimo para percebermos o que era a localidade naquela altura, e depois, porque pode estar aqui presente uma alteração administrativa: termos, eventualmente, pertencido anteriormente ao município escalabitano.
Está para sair na próxima ”Nova Augusta”, anuncia um site de Alcanena, o texto ”Os movimentos de oposição ao Estado Novo em Alcanena: A imprensa comunista e as eleições de 1958”, da sua autoria. Este trabalho, de algum modo, expressa uma visão política mais esquerdista?
Esse artigo, que sairá na edição deste ano, fala-nos um pouco da actividade do PCP em Alcanena, mas também do MUD. Ainda temos uma visão geral do que foram as eleições de 1958, com a vitória expressiva de Humberto Delgado em Alcanena. Claro que estes movimentos eram de esquerda, e quase toda a oposição enveredava por aí, porque a direita estava conotada, sempre, com o regime de então. De notar que refiro os movimentos, não Humberto Delgado, porque o mesmo esteve ligado à intentona de 1926. Aliás, muitos dos militares que estiveram nela envolvidos, diziam que o espírito do 28 de Maio foi traído por Salazar.
A este livro que abordará o período 1926-1976, que outros projectos se seguirão?
Estou a preparar uma parte de um livro sobre a indústria de curtumes em Alcanena, juntamente com outra pessoa. A minha parte vai abordar a indústria numa perspectiva cultural, política e social. E uma comunicação para a conferência de abertura do Festival Materiais Diversos, de 2014, em Alcanena, sobre o quadro cultural do município durante estes 100 anos. E, de facto, a segunda parte deste ”Alcanena - Ensaios de História de um Concelho Centenário”, que vai do período de 1926 até 1976.
Alcanena: ensaio aborda história da localidade desde tempos antigos ao início do século XX
Sociedade » 2014-07-04
”Alcanena - Ensaios de História de um Concelho Centenário 1298-1926”, é um livro que aborda exactamente que parte ou partes da história de Alcanena?
Esta publicação inclui referências desde a idade medieval até à idade contemporânea. Neste caso, 1298, porque é a data do documento mais antigo que se conhece de Alcanena, e que está depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Este documento é referente à venda e transição de terrenos em Alcanena. Fomos até 1926 porque é aí que se dá, a nível nacional, uma mudança de regime, o final da Primeira República e o início da ditadura militar.
Na localidade, isso conheceu alguns contornos e modificações no quadro político e social. Isto é, os filhos daqueles que tiveram preponderância na difusão dos ideais republicanos em Alcanena, assim como na fundação do município, são agora sectários do novo regime e das ideias mais conservadoras, e isso vai-se notar com evidência no Estado Novo, sendo um género de continuação no poder de uma determinada elite ligada aos curtumes, como é óbvio. Durante um vasto período, é importante percebermos como se deu o ”boom” da indústria em Alcanena durante o Antigo Regime, no séc. XVIII, e a sua influência nos vários quadros históricos seguintes. Mas o ensaio é essencialmente mais aprofundado na altura da propaganda republicana e da fundação do concelho. Trata-se de uma perspectiva geral da história de Alcanena durante esse período, e irá sair um segundo livro para abordar o tempo que vai de 1926 até 1976.
Que factores levaram a debruçar-se sobre estes temas?
A razão principal deveu-se à quase inexistência de historiografia específica sobre Alcanena. Apenas existiam algumas fontes estudadas e editadas em artigos, no jornal ”O Alviela”, pelo Dr. Joaquim Guilherme Ramos, e uma publicação sobre as confrarias medievais de Alcanena, da autoria da professora Iria Gonçalves. Em 2010 surge esta ideia, já depois do falecimento do Dr. Guilherme Ramos, que estava a começar a trabalhar nela. E era sua intenção inicial publicar um livro. Começaram a estudar-se fontes, a discuti-las e aprofundá-las, e isso originou a publicação. O objectivo seria sempre o mesm dar a conhecer aos alcanenenses algo da sua história.
A primeira edição esgotou. Vão ser impressos mais livros?
Estamos a avaliar essa possibilidade. A investigação foi feita essencialmente em arquivos, como disse. É interessante como algumas conclusões foram tiradas, ou até a descoberta de novos documentos. Por exemplo, na viragem da Idade Medieval para a Idade Moderna, analisamos uma aposentadoria de D. Duarte I, do século XV, em que o rei concede privilégios a quem fosse morar para Alcanena, termo de Santarém, como refere. Primeiro, porque é um documento importantíssimo para percebermos o que era a localidade naquela altura, e depois, porque pode estar aqui presente uma alteração administrativa: termos, eventualmente, pertencido anteriormente ao município escalabitano.
Está para sair na próxima ”Nova Augusta”, anuncia um site de Alcanena, o texto ”Os movimentos de oposição ao Estado Novo em Alcanena: A imprensa comunista e as eleições de 1958”, da sua autoria. Este trabalho, de algum modo, expressa uma visão política mais esquerdista?
Esse artigo, que sairá na edição deste ano, fala-nos um pouco da actividade do PCP em Alcanena, mas também do MUD. Ainda temos uma visão geral do que foram as eleições de 1958, com a vitória expressiva de Humberto Delgado em Alcanena. Claro que estes movimentos eram de esquerda, e quase toda a oposição enveredava por aí, porque a direita estava conotada, sempre, com o regime de então. De notar que refiro os movimentos, não Humberto Delgado, porque o mesmo esteve ligado à intentona de 1926. Aliás, muitos dos militares que estiveram nela envolvidos, diziam que o espírito do 28 de Maio foi traído por Salazar.
A este livro que abordará o período 1926-1976, que outros projectos se seguirão?
Estou a preparar uma parte de um livro sobre a indústria de curtumes em Alcanena, juntamente com outra pessoa. A minha parte vai abordar a indústria numa perspectiva cultural, política e social. E uma comunicação para a conferência de abertura do Festival Materiais Diversos, de 2014, em Alcanena, sobre o quadro cultural do município durante estes 100 anos. E, de facto, a segunda parte deste ”Alcanena - Ensaios de História de um Concelho Centenário”, que vai do período de 1926 até 1976.
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