A estrutura concelhia de Torres Novas da CDU fez um balanço muito negativo ao primeiro ano de mandato da actual câmara, gerida por uma maioria socialista que, na opinião dos comunistas, está tremida e isolada politicamente.

Tremida porque notam um enorme afastamento de um dos vereadores socialistas dos demais companheiros (Paulo Tojo), e está isolada politicamente porque não tem o apoio do partido, conforme se viu no episódio da votação da dissolução da Turriespaços na assembleia municipal.

O isolamento político é assim um dos aspectos negativos que, para a CDU, caracterizam o primeiro ano de mandato da equipa liderada por Pedro Ferreira, que é ainda acusada de não tomar decisões e de esperar pelas ordens de instâncias superiores, como se viu com os dois recentes acórdãos do Tribunal de Contas, acerca da empresa municipal e Convento do Carmo.

É aqui que entra a passividade e a inércia, segundo a CDU.

A descredibilização também faz parte deste conjunto de adjectivos para classificar os primeiros 12 meses da actuação da maioria socialista e prende-se exactamente com o teor dos acórdãos dos dois assuntos quentes que se verificaram no Verão.

O chumbo do visto ao contrato a celebrar entre município e a EM para 2014 foi acompanhado de considerações que, segundo os comunistas, deixou descredibilizado o município perante o TC, assim como o chumbo do contrato da segunda fase da obra do Convento do Carmo que, a dada altura, elucida sobre a forma como se fazem concursos públicos.

”Neste momento, até as vírgulas dos processos que cheguem ao TC serão analisadas ao detalhe pelos juízes”, ironizou Ramiro Silva.

Estes dois processos permitem ainda aos comunistas caracterizarem este período de gestão autárquica com mais dois adjectivos negativos: ilegalidade e irresponsabilidade. ”Vejam, no espaço de um ano, as normas que não foram violadas”, disse ainda.

Por fim, a falta de cultura democrática porque, até hoje, a câmara não respondeu aos requerimentos avançados pela CDU, relativamente aos estudos encomendados a entidades externas nos últimos anos, avenças, cópias de todas as deliberações que envolveram o Convento do Carmo, sentindo-se a CDU no direito de recorrer a mecanismos legais para aceder aos documentos que pediu e não foram facultados.

Filipa Rodrigues, vereadora substituta de Carlos e Tomé e actualmente substituída por Nuno Guedelha na câmara de Torres Novas, reiterou que se a CDU estivesse no poder naquelas circunstâncias, já tinha assumido as suas responsabilidades políticas e pedido a demissão.

 

Cristina Tomé e as 35 horas semanais: ”Falta coragem política para colocar em vigor protocolo assinado em Abril”

”Ninguém assina um acordo que não quer implementar”. Foi assim que Cristina Tomé começou por abordar o assunto das 35 horas semanais que ainda não foi implementado no município de Torres Novas, com ”justificações e histórias” que não convencem, diz.

Ainda na última reunião de câmara, notou a sindicalista, o assunto foi discutido com base em dois pareceres técnicos que ”em nada se opõem” à implementação do horário de trabalho das 35 horas semanais para funcionários do município e das escolas a ele ligadas.

Os pareceres, assinados por técnicos do departamento de administração económica e social e pelos serviços jurídicos daquele mesmo departamento, não foram suficientes para que a maioria na câmara desse andamento ao acordo, referindo Cristina Tomé que o que se pede agora é uma opção política.