Viagens ao mundo da droga contadas na primeira pessoa
Sociedade » 2015-03-12O João, o Luís e o Nuno são três jovens que têm percursos negativamente influenciados pelo narcotráfico. De consumidores, tornaram-se traficantes de droga, aliciados pela facilidade com que se consegue dinheiro. Acabaram detidos e dois deles ainda estão cumprir penas de prisão. As suas histórias de vida foram partilhadas com alunos escola profissional de Torres Novas, numa acção que decorreu no auditório da biblioteca, no dia 26 de Fevereiro, e que pretendeu alertá-los para os perigos que advém deste mundo obscuro.
Nessa altura, aos 16 anos, juntou-se com uma mulher 10 anos mais velha, que era traficante de heroína, e que lhe pediu para deixar de trabalhar. Apesar de desejar ter uma vida estável, Nuno aceitou as condições, embora mais tarde se tenha arrependido, quando o dinheiro lhe começou a faltar. Entendeu então enveredar pelo tráfico de droga e assim conseguir o tal ”dinheiro fácil” de que todos falam.
”Tinha dois caminhos: o bom e o mau. Escolhi o mau”, referiu, emocionado, durante um diálogo franco e aberto para uma plateia composta por alunos da escola profissional.
O esquema de tráfico de droga manteve-se até ao dia em que foi surpreendido em casa, pela polícia. Chegou a estar em recuperação no Centro de Acolhimento Temporário de Abrantes e, para lá chegar, tinha procurado a mãe, que não via há seis anos, para lhe pedir ajuda nessa fase em que tinha batido no fundo. Esta não lhe negou auxílio e custeou-lhe a desintoxicação, mas os efeitos da medicação foram difíceis de suportar. ”Depois de entrarmos na droga o corpo já não funciona da mesma maneira”, ilustrou.
Fugiu para Espanha, onde esteve sem qualquer documento de identificação. Não encontrou trabalho e regressou a Portugal de bicicleta. Entrou por Vilar Formoso e ficou durante algum tempo na Guarda, onde conseguiu trabalho durante uns breves meses.
Neste tempo, nunca teve acesso a cuidados médicos até que chegou o momento em que o corpo necessitou mesmo de ajuda. Foi consultado em casa para não correr o perigo de ser denunciado, caso fosse a um hospital, mas decidiu entregar-se às autoridades.
”Evitem a droga, ela faz-nos perder tudo”, e concluiu: ”Não se esqueçam, todos somos controlados até ao dia em que nos descontrolamos”.
”É muito difícil não acompanhar o crescimento dos filhos”
Outro testemunho foi protagonizado por João, de 32 anos, pai de dois filhos, de 6 e quatro anos. Quando primeiro filho nasceu, conseguiu libertar-se da vida que levava, mas a falta de dinheiro levou-o novamente ao tráfico de droga. Foi punido com uma pena de seis anos, que está a cumprir há três anos e meio. ”É muito difícil não acompanhar o crescimento dos filhos”, que vê apenas aos fins-de-semana.
Já o Luís começou por consumir drogas leves muito novo. Aos 20 anos, já consumia cocaína, tendo passado por uma overdose seis anos mais tarde. Tal como os restantes, entrou no circuito do tráfico para conseguir dinheiro fácil. Neste momento, está solto (já cumpriu a pena de prisão) e não consome drogas há dois anos.
”A droga e um vício caro que me levou a tomar más decisões”, sublinhou, considerando que a detenção foi o melhor que lhe podia ter acontecido. Se assim não fosse, não tem dúvida em afirmar que hoje estaria numa situação perfeitamente descontrolada.
O Luís espera que os momentos por que passou jamais se repitam e aconselhou os jovens a manterem-se afastados das drogas, inclusivé das denominadas drogas leves. ”Os charros são uma porcaria. Estragam-nos a vida”.
No final desta iniciativa, organizada pelo gabinete de Acção Social e escola profissional de Torres Novas, os alunos colocaram questões, esclareceram dúvidas e teceram comentários com base nas histórias da vida ali contadas.
Viagens ao mundo da droga contadas na primeira pessoa
Sociedade » 2015-03-12O João, o Luís e o Nuno são três jovens que têm percursos negativamente influenciados pelo narcotráfico. De consumidores, tornaram-se traficantes de droga, aliciados pela facilidade com que se consegue dinheiro. Acabaram detidos e dois deles ainda estão cumprir penas de prisão. As suas histórias de vida foram partilhadas com alunos escola profissional de Torres Novas, numa acção que decorreu no auditório da biblioteca, no dia 26 de Fevereiro, e que pretendeu alertá-los para os perigos que advém deste mundo obscuro.
Nessa altura, aos 16 anos, juntou-se com uma mulher 10 anos mais velha, que era traficante de heroína, e que lhe pediu para deixar de trabalhar. Apesar de desejar ter uma vida estável, Nuno aceitou as condições, embora mais tarde se tenha arrependido, quando o dinheiro lhe começou a faltar. Entendeu então enveredar pelo tráfico de droga e assim conseguir o tal ”dinheiro fácil” de que todos falam.
”Tinha dois caminhos: o bom e o mau. Escolhi o mau”, referiu, emocionado, durante um diálogo franco e aberto para uma plateia composta por alunos da escola profissional.
O esquema de tráfico de droga manteve-se até ao dia em que foi surpreendido em casa, pela polícia. Chegou a estar em recuperação no Centro de Acolhimento Temporário de Abrantes e, para lá chegar, tinha procurado a mãe, que não via há seis anos, para lhe pedir ajuda nessa fase em que tinha batido no fundo. Esta não lhe negou auxílio e custeou-lhe a desintoxicação, mas os efeitos da medicação foram difíceis de suportar. ”Depois de entrarmos na droga o corpo já não funciona da mesma maneira”, ilustrou.
Fugiu para Espanha, onde esteve sem qualquer documento de identificação. Não encontrou trabalho e regressou a Portugal de bicicleta. Entrou por Vilar Formoso e ficou durante algum tempo na Guarda, onde conseguiu trabalho durante uns breves meses.
Neste tempo, nunca teve acesso a cuidados médicos até que chegou o momento em que o corpo necessitou mesmo de ajuda. Foi consultado em casa para não correr o perigo de ser denunciado, caso fosse a um hospital, mas decidiu entregar-se às autoridades.
”Evitem a droga, ela faz-nos perder tudo”, e concluiu: ”Não se esqueçam, todos somos controlados até ao dia em que nos descontrolamos”.
”É muito difícil não acompanhar o crescimento dos filhos”
Outro testemunho foi protagonizado por João, de 32 anos, pai de dois filhos, de 6 e quatro anos. Quando primeiro filho nasceu, conseguiu libertar-se da vida que levava, mas a falta de dinheiro levou-o novamente ao tráfico de droga. Foi punido com uma pena de seis anos, que está a cumprir há três anos e meio. ”É muito difícil não acompanhar o crescimento dos filhos”, que vê apenas aos fins-de-semana.
Já o Luís começou por consumir drogas leves muito novo. Aos 20 anos, já consumia cocaína, tendo passado por uma overdose seis anos mais tarde. Tal como os restantes, entrou no circuito do tráfico para conseguir dinheiro fácil. Neste momento, está solto (já cumpriu a pena de prisão) e não consome drogas há dois anos.
”A droga e um vício caro que me levou a tomar más decisões”, sublinhou, considerando que a detenção foi o melhor que lhe podia ter acontecido. Se assim não fosse, não tem dúvida em afirmar que hoje estaria numa situação perfeitamente descontrolada.
O Luís espera que os momentos por que passou jamais se repitam e aconselhou os jovens a manterem-se afastados das drogas, inclusivé das denominadas drogas leves. ”Os charros são uma porcaria. Estragam-nos a vida”.
No final desta iniciativa, organizada pelo gabinete de Acção Social e escola profissional de Torres Novas, os alunos colocaram questões, esclareceram dúvidas e teceram comentários com base nas histórias da vida ali contadas.
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