"Ti António" das carnes foi à reunião de câmara convidar os partidos a visitar a empresa
Sociedade » 2017-07-06António Gameiro queixa-se de "constantes calúnias anónimas"
António Gameiro, proprietário das Carnes Ti António, empresa pecuária localizada em Carreiro da Areia, apresentou-se na reunião pública da câmara da passada terça-feira e, falando antes da ordem do dia, entregou uma carta a cada vereador dirigida “aos partidos”, a convidá-los a fazerem uma visita à sua empresa. Isto porque, segundo o próprio, estava muito indignado com as denúncias anónimas chegadas a “várias instâncias oficiais” a respeito de irregularidades praticadas na sua empresa em termos de construção de instalações. António Gameiro aproveitou para tecer rasgados elogios à qualidade dos seus produtos pecuários e ao funcionamento da sua empresa.
A vereadora do Bloco de Esquerda respondeu também publicamente ao convite de António Gameiro dizendo que, enquanto durasse o processo litigioso que a empresa tem com a autarquia, não fazia sentido qualquer visita de “partidos” ou vereadores, porque podia ser mal interpretada. Mais nenhum dos vereadores se pronunciou, no momento, sobre o convite do proprietário da conhecida firma de carnes. Nem o proprietário fez qualquer alusão a uma contra-ordenação existente, fixando-se apenas nas alegadas “denúncias” que “feriam a sua honra e dignidade”.
A verdadeira história
A verdade é que nos finais de Março começaram a chegar a diversas entidades, particulares e órgãos de comunicação “denúncias” de alegadas “construções clandestinas” da empresa Ti António, feitas ao arrepio e já depois de a firma ter beneficiado da aprovação, pela câmara e pela assembleia municipal, de uma DIM (declaração de interesse municipal), que permitiria regularizar as situações não licenciadas existentes até aí (2016). As novas construções alegadamente “clandestinas” já estavam em bom andamento no final do primeiro trimestre de 2017, momento das “denúncias”, que anexavam profusas e alegadas provas fotográficas das construções. Ninguém aparentemente se moveu face a semelhantes “denúncias”, nem qualquer órgão de comunicação social lhe fez qualquer referência. Nos “mentideros” da política local toda a gente estaria convencida que as “denúncias” só poderiam ter uma origem, eventualmente outra empresa em litígio com a câmara, isto porque se dizia que tudo estava a ser feito "com a conivência e conhecimento da autarquia". António Gameiro falou verdade: houve “denúncias” e atacavam a câmara e a sua empresa.
Mas a fiscalização da câmara deu atenção ao que viu no terreno e elaborou o competente auto, que mereceu a respectiva contra-ordenação. O assunto permaneceu algo reservado até que, na anterior reunião do executivo camarário, surge um pedido da empresa Ti António: uma adenda à DIM inicial, a fim de serem regularizadas construções não licenciadas, as tais a que as alegadas “denúncias” faziam alusão.
Nessa reunião, o presidente da câmara, Pedro Ferreira, confirmou a existência de uma contra-ordenação e disse mesmo que tinha sido decretado um embargo, não tendo adiantado grande coisa sobre a situação do processo. Este pedido de aditamento à DIM, que só teve o voto contra do Bloco de Esquerda, vinha num conjunto de outros pedidos de DIMs de várias empresas do concelho para regularizarem, também, situações ilegais.
Ainda sobre o assunto e na sequência da intervenção de António Gameiro, e perante a ausência do presidente, Luís Silva não adiantou nada de especial ao que se ouvira, e disse nem saber muito bem qual a importância da multa que tinha sido aplicada no âmbito da contra-ordenação, nem esclareceu a situação em que se encontrava o processo, nomeadamente o obrigatório embargo.
Seja como for, como o aditamento à DIM, pedido pelo Ti António, foi aprovado na reunião de câmara anterior (votos a favor do PS) e vai ser presente à próxima assembleia municipal, que vai ter nas mãos uma batata demasiado quente.
"Ti António" das carnes foi à reunião de câmara convidar os partidos a visitar a empresa
Sociedade » 2017-07-06António Gameiro queixa-se de "constantes calúnias anónimas"
António Gameiro, proprietário das Carnes Ti António, empresa pecuária localizada em Carreiro da Areia, apresentou-se na reunião pública da câmara da passada terça-feira e, falando antes da ordem do dia, entregou uma carta a cada vereador dirigida “aos partidos”, a convidá-los a fazerem uma visita à sua empresa. Isto porque, segundo o próprio, estava muito indignado com as denúncias anónimas chegadas a “várias instâncias oficiais” a respeito de irregularidades praticadas na sua empresa em termos de construção de instalações. António Gameiro aproveitou para tecer rasgados elogios à qualidade dos seus produtos pecuários e ao funcionamento da sua empresa.
A vereadora do Bloco de Esquerda respondeu também publicamente ao convite de António Gameiro dizendo que, enquanto durasse o processo litigioso que a empresa tem com a autarquia, não fazia sentido qualquer visita de “partidos” ou vereadores, porque podia ser mal interpretada. Mais nenhum dos vereadores se pronunciou, no momento, sobre o convite do proprietário da conhecida firma de carnes. Nem o proprietário fez qualquer alusão a uma contra-ordenação existente, fixando-se apenas nas alegadas “denúncias” que “feriam a sua honra e dignidade”.
A verdadeira história
A verdade é que nos finais de Março começaram a chegar a diversas entidades, particulares e órgãos de comunicação “denúncias” de alegadas “construções clandestinas” da empresa Ti António, feitas ao arrepio e já depois de a firma ter beneficiado da aprovação, pela câmara e pela assembleia municipal, de uma DIM (declaração de interesse municipal), que permitiria regularizar as situações não licenciadas existentes até aí (2016). As novas construções alegadamente “clandestinas” já estavam em bom andamento no final do primeiro trimestre de 2017, momento das “denúncias”, que anexavam profusas e alegadas provas fotográficas das construções. Ninguém aparentemente se moveu face a semelhantes “denúncias”, nem qualquer órgão de comunicação social lhe fez qualquer referência. Nos “mentideros” da política local toda a gente estaria convencida que as “denúncias” só poderiam ter uma origem, eventualmente outra empresa em litígio com a câmara, isto porque se dizia que tudo estava a ser feito "com a conivência e conhecimento da autarquia". António Gameiro falou verdade: houve “denúncias” e atacavam a câmara e a sua empresa.
Mas a fiscalização da câmara deu atenção ao que viu no terreno e elaborou o competente auto, que mereceu a respectiva contra-ordenação. O assunto permaneceu algo reservado até que, na anterior reunião do executivo camarário, surge um pedido da empresa Ti António: uma adenda à DIM inicial, a fim de serem regularizadas construções não licenciadas, as tais a que as alegadas “denúncias” faziam alusão.
Nessa reunião, o presidente da câmara, Pedro Ferreira, confirmou a existência de uma contra-ordenação e disse mesmo que tinha sido decretado um embargo, não tendo adiantado grande coisa sobre a situação do processo. Este pedido de aditamento à DIM, que só teve o voto contra do Bloco de Esquerda, vinha num conjunto de outros pedidos de DIMs de várias empresas do concelho para regularizarem, também, situações ilegais.
Ainda sobre o assunto e na sequência da intervenção de António Gameiro, e perante a ausência do presidente, Luís Silva não adiantou nada de especial ao que se ouvira, e disse nem saber muito bem qual a importância da multa que tinha sido aplicada no âmbito da contra-ordenação, nem esclareceu a situação em que se encontrava o processo, nomeadamente o obrigatório embargo.
Seja como for, como o aditamento à DIM, pedido pelo Ti António, foi aprovado na reunião de câmara anterior (votos a favor do PS) e vai ser presente à próxima assembleia municipal, que vai ter nas mãos uma batata demasiado quente.
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