Manuel Fernandes Vicente: novo livro é apresentado dia 13
Cultura » 2019-07-06
“O Vento das Sete Serras” é o título do novo livro do professor e jornalista Manuel Fernandes Vicente, um beirão radicado no Entroncamento há décadas e um dos mais apreciados repórteres e cronistas da região. O Centro Cultural do Entroncamento vai ser o palco da sessão, que tem início às 16 horas.
Grande jornalista, durante anos correspondente do “Público” na região, colaborador de décadas do “Notícias do Entroncamento” e ultimamente do jornal “Abarca”, Manuel Fernandes Vicente é também conhecido como grande melómeno, tendo já publicado várias e entusiasticamente recebidas obras dedicadas a essa sua paixão que é a música, a música do mundo.
“O Vento das Sete Serras” é, em primeira instância, um conjunto de reportagens na sua maior parte publicadas em Abarca, outras inéditas, cujo fio condutor reside exctamente na paisagem das serras do centro do país, nas suas dimensões geográficas, históricas e etnográficas. São quase oitenta textos, muitos deles ao estilo de crónicas de grande expressividade literária, em que a beleza das palavras e o rigor da descrição transmitem quase graficamente uma parte do Portugal arredado dos holofotes da política e das televisões, um Portugal de que quase só resta um rasto poético que MFV percorre pelos “caminhos e paisagens culturais”, para usar uma expressão mais próxima da dimensão antropológica e etnográfica de muitos dos textos.
Esses caminhos descem das serras (não é só de serras que o autor fala) e percorrem vales e planícies, os recortes dos rios e das ribeiras, desaguam perto do mar, lá onde ainda restam gestos humanos que resistem à mecânica deste tempo que tudo torna igual.
As viagens passam pelas serras de Moradal ou da Lousã, demoram-se no relato de transumâncias pastoris da Gardunha, revelam segredos da Serra da Estrela, espreitam moinhos e antigos moleiros, fixam a etnografia dos telhados de água da Mendiga e de Serro Ventoso, aqui mais perto, parentes dos do Vale da Serra, mas também descem os rios, recordam as barcas de passagem do Tejo, entre elas a da Amieira, e o antigo cais de Tancos, contam histórias de barragens e albufeiras, de Almourol ou da Cardiga, com detalhe contam como vieram as pedras de Santa Apolónia para erguer a frontaria da capela do Arripiado, num desfiar de retratos de territórios físicos e humanos muitas vezes alicerçados em fontes ou referências historiográficas antigas que lhes dão solidez literária e documental.
São viagens no espaço mas também no tempo, justapondo camadas de informação de que resultam as paisagens que dão corpo às crónicas, muito ao estilo que faz lembrar, aqui e ali, Bill Brysson, mestre da literatura destas viagens que se demoram nas pequenas veredas da geografia e nos enredos da pequena grande história de todas as coisas, ou mesmo o Álvaro Domingues da sua “Volta a Portugal”. Mas este livro de MFV não se fica pelo mundo rural e distante das serranias e vales esquecidos: inclui memorandos de geografias mais urbanas, ao desvendar a génese do parque verde do Bonito, na cidade ferroviária, ou ao reportar vivências urbanas como a arte de rua de Violant, na Barquinha.
“Manuel Fernandes Vicente é um achador de histórias. E um mestre da arte de as contar. Calcorreia caminhos improváveis (…) Num país de mar e de serras, em que as serras se vão esgotando de gente, de vida e de memórias, valha-nos este Vento que delas sopra e nos traz de volta pedaços esquecidos ou mal conhecidos de um Portugal antigo e autêntico.” Assim escreve sobre este livro António Matias Coelho, outro conhecido activista cultural da região, também escritor.
Alexandre Couto, professor, fixa estas palavras na badana do livro: “O Vento das Sete Serras acicata a curiosidade, condu-la por caminhos mágicos e de uma maneira inusitada, e sob uma perspetiva única, leva-nos a um certo sentido da vida. A escrita é magistral, mescla de prosa e poesia, montanhas humanas povoadas dos seus escultores, segredos, lendas, locais, mistérios, tradições, cultos… desvendando e fazendo a exaltação do seu mundo com mestria. Está tudo lá para sorver e fruir até à última gota. Esta é talvez a melhor obra publicada nestes nos nossos dias. Apaixonante!”
Tudo verdade, como também se diz na apresentação: “O Vento das Sete Serras é um daqueles livros que cartografou as emoções contidas em muitas serranias e trata destas singularidades frágeis dos seres humanos ligados às suas montanhas, circula deliberadamente por fora das autoestradas e mergulha em utopias sem algoritmos que só não se realizam porque deixámos de acreditar que, tal como as serras, já se tornaram inabitáveis”. Outra vez verdade: aí está um livro que vai marcar o panorama literário da região. E do país, se as folhas literárias de Lisboa ou do Porto não olharem só das marquises de Alvalade ou das varandas da Boavista.
Manuel Fernandes Vicente nasceu em Castelo Branco, estudou em Coimbra e vive no Entroncamento, onde é professor de Matemática há alguns anos. Participa ou já colaborou assiduamente com diversas publicações nacionais ou regionais, em papel ou eletrónicos, como o Público, Blitz, Abarca, Notícias do Entroncamento e Entroncamentoonline, entre outros. O Vento das Sete Serras é o seu quinto livro.
Manuel Fernandes Vicente: novo livro é apresentado dia 13
Cultura » 2019-07-06“O Vento das Sete Serras” é o título do novo livro do professor e jornalista Manuel Fernandes Vicente, um beirão radicado no Entroncamento há décadas e um dos mais apreciados repórteres e cronistas da região. O Centro Cultural do Entroncamento vai ser o palco da sessão, que tem início às 16 horas.
Grande jornalista, durante anos correspondente do “Público” na região, colaborador de décadas do “Notícias do Entroncamento” e ultimamente do jornal “Abarca”, Manuel Fernandes Vicente é também conhecido como grande melómeno, tendo já publicado várias e entusiasticamente recebidas obras dedicadas a essa sua paixão que é a música, a música do mundo.
“O Vento das Sete Serras” é, em primeira instância, um conjunto de reportagens na sua maior parte publicadas em Abarca, outras inéditas, cujo fio condutor reside exctamente na paisagem das serras do centro do país, nas suas dimensões geográficas, históricas e etnográficas. São quase oitenta textos, muitos deles ao estilo de crónicas de grande expressividade literária, em que a beleza das palavras e o rigor da descrição transmitem quase graficamente uma parte do Portugal arredado dos holofotes da política e das televisões, um Portugal de que quase só resta um rasto poético que MFV percorre pelos “caminhos e paisagens culturais”, para usar uma expressão mais próxima da dimensão antropológica e etnográfica de muitos dos textos.
Esses caminhos descem das serras (não é só de serras que o autor fala) e percorrem vales e planícies, os recortes dos rios e das ribeiras, desaguam perto do mar, lá onde ainda restam gestos humanos que resistem à mecânica deste tempo que tudo torna igual.
As viagens passam pelas serras de Moradal ou da Lousã, demoram-se no relato de transumâncias pastoris da Gardunha, revelam segredos da Serra da Estrela, espreitam moinhos e antigos moleiros, fixam a etnografia dos telhados de água da Mendiga e de Serro Ventoso, aqui mais perto, parentes dos do Vale da Serra, mas também descem os rios, recordam as barcas de passagem do Tejo, entre elas a da Amieira, e o antigo cais de Tancos, contam histórias de barragens e albufeiras, de Almourol ou da Cardiga, com detalhe contam como vieram as pedras de Santa Apolónia para erguer a frontaria da capela do Arripiado, num desfiar de retratos de territórios físicos e humanos muitas vezes alicerçados em fontes ou referências historiográficas antigas que lhes dão solidez literária e documental.
São viagens no espaço mas também no tempo, justapondo camadas de informação de que resultam as paisagens que dão corpo às crónicas, muito ao estilo que faz lembrar, aqui e ali, Bill Brysson, mestre da literatura destas viagens que se demoram nas pequenas veredas da geografia e nos enredos da pequena grande história de todas as coisas, ou mesmo o Álvaro Domingues da sua “Volta a Portugal”. Mas este livro de MFV não se fica pelo mundo rural e distante das serranias e vales esquecidos: inclui memorandos de geografias mais urbanas, ao desvendar a génese do parque verde do Bonito, na cidade ferroviária, ou ao reportar vivências urbanas como a arte de rua de Violant, na Barquinha.
“Manuel Fernandes Vicente é um achador de histórias. E um mestre da arte de as contar. Calcorreia caminhos improváveis (…) Num país de mar e de serras, em que as serras se vão esgotando de gente, de vida e de memórias, valha-nos este Vento que delas sopra e nos traz de volta pedaços esquecidos ou mal conhecidos de um Portugal antigo e autêntico.” Assim escreve sobre este livro António Matias Coelho, outro conhecido activista cultural da região, também escritor.
Alexandre Couto, professor, fixa estas palavras na badana do livro: “O Vento das Sete Serras acicata a curiosidade, condu-la por caminhos mágicos e de uma maneira inusitada, e sob uma perspetiva única, leva-nos a um certo sentido da vida. A escrita é magistral, mescla de prosa e poesia, montanhas humanas povoadas dos seus escultores, segredos, lendas, locais, mistérios, tradições, cultos… desvendando e fazendo a exaltação do seu mundo com mestria. Está tudo lá para sorver e fruir até à última gota. Esta é talvez a melhor obra publicada nestes nos nossos dias. Apaixonante!”
Tudo verdade, como também se diz na apresentação: “O Vento das Sete Serras é um daqueles livros que cartografou as emoções contidas em muitas serranias e trata destas singularidades frágeis dos seres humanos ligados às suas montanhas, circula deliberadamente por fora das autoestradas e mergulha em utopias sem algoritmos que só não se realizam porque deixámos de acreditar que, tal como as serras, já se tornaram inabitáveis”. Outra vez verdade: aí está um livro que vai marcar o panorama literário da região. E do país, se as folhas literárias de Lisboa ou do Porto não olharem só das marquises de Alvalade ou das varandas da Boavista.
Manuel Fernandes Vicente nasceu em Castelo Branco, estudou em Coimbra e vive no Entroncamento, onde é professor de Matemática há alguns anos. Participa ou já colaborou assiduamente com diversas publicações nacionais ou regionais, em papel ou eletrónicos, como o Público, Blitz, Abarca, Notícias do Entroncamento e Entroncamentoonline, entre outros. O Vento das Sete Serras é o seu quinto livro.
![]() No emblemático cenário do Convento de Cristo em Tomar, o pintor Sam Abercromby apresenta uma mostra inédita de 100 quadros, numa exposição que se revela uma poderosa viagem visual ao coração do mito português. |
![]() Os museus de Sesimbra, Torres Novas e Soares dos Reis, do Porto, foram os museus que mais distinções obtiveram na sessão anual de entrega de prémios APOM (Associação Portuguesa de Museologia), que se realizou ontem, segunda-feira, em Loulé. |
Poezz, espectáculo de jazz e poesia na Biblioteca » 2025-05-17 No âmbito das comemorações do Dia do Autor Português, a Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes (BMGPL) promove, no dia 22 de Maio, quinta-feira, às 21h30, um espectáculo de jazz e poesia pela voz e interpretação de Pedro Freitas (O Poeta da Cidade) e pelo improviso do saxofone de Kenny Caetano. |
![]() Era um velho sonho de Conceição Lopes, conhecida pintora, torrejana de adopção (chegou à vila no início dos anos 70): realizar uma grande exposição de arte na fábrica do ocre da família, situada nos Negréus, uma das periferias de Torres Novas. |
![]()
Realiza-se no próximo dia 25 de Maio, no núcleo museológico da Central do Caldeirão, a cerimónia de entrega do Prémio Francisco Canais Rocha de Estudos Operários. Entre os trabalhos concorrentes, o júri, constituído por Joana Dias Pereira, Rogério Silva e Fernando Rosas, deliberou atribuir o prémio, nesta primeira edição, ao trabalho «Operárias em luta. |
![]() O Museu de Arte Contemporânea Charters de Almeida (MAC), que reúne obras representativas das várias fases do percurso de mais de meio século da actividade artística do escultor, foi inaugurado em Abrantes no passado sábado, traduzindo um investimento de 2,3 milhões de euros. |
![]()
No próximo dia 30 de abril, quarta-feira, véspera de feriado, a partir das 21h30, sobe ao palco do Teatro Virgínia o projeto «Impermanências», pela Orquestra do Hot Clube de Portugal. Os bilhetes têm o custo de 8,5 euros, sendo aplicáveis descontos. |
![]() As comemorações do 51.º aniversário do 25 de Abril tem ínício às 9h, com a 26.ª edição da corrida da Liberdade no Pavilhão Desportivo Municipal. Às 10h, segue-se o hastear da bandeira no Largo José Duarte Coelho e depois a sessão solene; às 11h30, a inauguração da exposição “Ouvir o Novo Tempo a Chegar”, na Galeria Municipal, iniciativa do arquivo Ephemera e às 18h o espectáculo “José Afonso, outros Cantos e Utopias” no Cineteatro São João. |
![]() Edita-se este ano o n.º 36 da “Nova Augusta”, revista de cultura do Município de Torres Novas. A sessão de lançamento será realizada na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, no próximo dia 28 de Dezembro, pelas 15h30. |
![]() No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o CHUDE – Centro Humberto Delgado vai receber, no dia 15 de Dezembro, a partir das 15h30, a apresentação do livro «Semeador de Palavras - Entrevistas a José Afonso», da autoria da Associação José Afonso. |
» 2025-06-03
Prémios APOM 2024: Museu Carlos Reis arrebata quatro distinções |
» 2025-06-06
Grande exposição de Sam Abercromby no Convento de Cristo abre dia 13 |