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Orientação: Miguel Reis e Silva renova título de campeão nacional

Desporto  »  2014-06-27 

Não é torrejano de gema mas viveu os primeiros 18 anos de vida em Torres Novas o novo campeão nacional de sprint (em orientação). Natural de Coimbra, Miguel Reis e Silva já tinha vencido o campeonato nacional há cinco anos, na prova de Santarém e, no passado fim-de-semana, revalidou o título na vila medieval de Penodono.

O atleta com uma costela torrejana foi o mais forte na decisiva manga e sagrou-se campeão nacional de sprint no escalão de Elite masculina. A prova, classificada com elevado nível de exigência técnica, tinha à partida todos os ingredientes para ser emotiva: no escalão de Homens Elite, Miguel Silva e Tiago Romão partiam para esta etapa empatados em tempo e com uma escassa vantagem de oito segundos sobre outro atleta, Manuel Horta. Miguel Silva, que perdeu alguns segundos numa ou noutra hesitação, foi o atleta mais consistente ao longo de toda a prova e viria sagrar-se o vencedor. Apesar do segundo melhor tempo nesta manga, João Mega Figueiredo (CN Alvito) não conseguiria melhor do que o quarto lugar, com Manuel Horta a conservar a terceira posição final.

Miguel Reis e Silva é médico interno de medicina física e reabilitação, no Hospital de S. José, e concilia a sua actividade profissional com a orientação, desporto que pratica desde muito novo. Iniciou-se no Desporto Escolar, na escola Manuel de Figueiredo. De Lisboa, via email, Miguel acedeu responder a algumas questões que nos ajudam a conhecer melhor este atleta.

 

Em que consiste exactamente esta modalidade?

A orientação consiste na realização de um percurso na floresta no menor tempo possível, com o auxílio de um mapa e uma bússola. O mapa é fornecido no momento da partida e o atleta tem de passar por ordem sequencial em todos os círculos desenhados no mapa, materializados no terreno por um prisma laranja com uma base electrónica. A forma como o atleta se desloca de um ponto para o outro fica ao seu critério, devendo este escolher a via que lhe tome menos tempo. O atleta leva consigo um chip no dedo que regista a passagem em todas as bases. Para obter um bom resultado nos escalões de elite é necessária uma excelente forma física (em muitos países os melhores atletas de Orientação são também dos melhores em atletismo), uma boa capacidade de navegação (obtida através de muitas horas de treino) e capacidade para gerir a pressão, pois a direcção de cada passo dado durante a prova pode determinar a perda de vários segundos essenciais para uma boa classificação.

A última manga do campeonato foi decisiva pois havia pelo menos três atletas com chances de vencer. Como encarou este desafio decisivo, no Penedono?

No final da primeira etapa eu estava empatado ao segundo com outro atleta e a 7 segundos do atleta que estava em 3.º lugar. Encarei o facto como se de nada se tratasse e estivesse a partir para uma outra prova qualquer, mantendo um basal de pressão que me motivasse a dar o meu máximo. Nunca mais me esqueci da máxima que o seleccionador de orientação checo transmite aos seus atletas para se abstraírem de tudo antes de entrarem em prova: ”Eu, o mapa e o terreno, nada mais existe”.

Revalidou o título cinco anos depois de ter vencido, numa etapa de Santarém. Que vitória lhe deu maior gosto?

Uma vitória é sempre uma vitória, mas é apenas uma etapa de todo um processo que me dá um imenso prazer, desde o treino diário com os amigos e treinador ao convívio nas diversas provas com os amigos de longa data. Sinceramente, ambas as vitórias me trazem recordações agradáveis, mas não me consigo decidir por uma.
Nestes anos que mediaram as duas vitórias, andou à procura da melhor forma?

Definitivamente, entre estes anos, melhorei a minha técnica de navegação. Relativamente à minha forma física, esta tem oscilado bastante (até dentro das próprias épocas) porque o desporto é apenas um hobby na minha vida que tem de se adaptar a todas as outras vertentes. Há alturas em que, por estar mais sobrecarregado de urgências ou trabalhos, tenho menos tempo livre para treinar e isso reflecte-se na performance.

Além do campeonato nacional, tem participado noutras provas, mais exigentes do ponto de vista físico?

Desde há dois anos compito também na modalidade de corridas de montanha, virado para a vertente de maratona (42km) de montanha, onde represento a equipa das marcas Salomon-Suunto, com apoio da Compex. Graças à minha equipa, tenho competido em vários palcos internacionais com percursos deslumbrantes. Este ano fui 51.º na Zegama-Aizkorri (a prova mais competitiva do mundo e no próximo fim-de-semana vou competir nos campeonatos do mundo da international skyrunning federation, em Mont Blanc (França).

Como se treinam e preparam as provas. Apenas o aspecto físico ou mais do que isso?

O meu treino diário apenas inclui a preparação física. Tenho um excelente grupo de treino, orientado pelo professor José Santos, que treina vários atletas de nível mundial. A cidade de Lisboa não tem mapas de floresta perto e assim, ao contrário dos atletas nórdicos que treinam diariamente com mapa, apenas consigo treinar diariamente a corrida. O treino de navegação fica assim limitado a alguns fins-de-semana de estágios ou provas. Infelizmente, é um enorme handicap que sinto relativamente aos atletas estrangeiros.

Que objectivos pessoais tem nesta modalidade?

Na vida aprendi a não fazer planeamentos a longo prazo porque o sentimento que temos de controlo naquilo que fazemos não passa de pura prepotência. Não sei o que se vai passar amanhã, por isso não consigo fazer previsões. Encaro o desporto e esta modalidade como um hobby e continuarei a praticá-los enquanto me derem prazer. Se daqui a uma semana decidir que estou farto, pararei nesse mesmo instante.
Relativamente ao futuro da modalidade em si, penso que em curto prazo se tornará olímpica. A Orientação, a par de outras modalidades como o rugby, participa nos Jogos Mundiais. Infelizmente tem encontrado alguns obstáculos na forma de se tornar apelativa numa transmissão televisiva (os atletas correm ”escondidos” no meio da floresta a maior parte da prova) mas penso que as novas tecnologias com GPS têm mostrado possibilidades interessantes.

Como concilia a sua profissão com a Orientação?

Basicamente, tento ocupar ao máximo o meu tempo, não me sobrando ”tempo não rentável”. Não tenho televisão em casa há vários anos e, sinceramente, não me faz falta alguma porque acho que perdia demasiado tempo de vida útil com ela. Acordo cedo, às vezes treino antes de ir para o Hospital, trabalho durante o dia, tenho o treino principal ao final da tarde e o restante tempo até me deitar é despendido a estudar, a actualizar-me, a fazer apresentações ou a ler alguma coisa em que me interesse em particular nessa altura. Claro que estes horários encontram-se em constantes ajustes; por exemplo, quando saio de urgência acabo por treinar a maior parte das vezes por volta das 22h horas. Sempre que tenho algum tempo livre, tento conciliá-lo com os amigos de longa data. Aos fins-de-semana, ou estou a competir ou com a família, aproveitando os tempos das viagens para ler.

 

O atleta

Miguel Reis e Silva tem 26 anos, é natural de Coimbra mas sempre viveu em Torres Novas, até 2005, ano em que foi para a Faculdade de Medicina de Lisboa. Actualmente é médico interno de medicina física e reabilitação, no Hospital de S. José, e tem uma pós-graduação em medicina desportiva pela Sociedade Portuguesa de medicina Desportiva.

Iniciou a actividade desportiva no Clube de Natação de Torres Novas, onde competiu até aos 13 anos, também jogou basquetebol, no CDTN. Pratica orientação desde 1997: a introdução a este desporto foi dada em 1997, no Desporto Escolar, quando frequentava a escola Manuel de Figueiredo, com a professora Susana Alves. Na escola Maria Lamas deu continuidade à Orientação, no Desporto Escolar, aqui sob as ordens do seu professor Paulo Mourão, com quem alcançou, em 2002, o 3.º lugar nos Campeonatos do Mundo de Desporto Escolar em Orientação. Como federado iniciou-se no CLAC, do Entroncamento, e actualmente representa o Clube Português de Orientação e Corrida de Oeiras.


 

 

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