FC PAÇOS DE FERREIRA: António Filipe, Jaílson (45’ Rodrigo Galo), Rafael Amorin (45’ R. Ferreira), Ricardo, Hélder Lopes, Vasco Rocha, Seri, Minhoca, Urreta, Cícero, Bruno Moreira (69’ Jota). Golos: Bruno Moreira (2), Minhoca (2), Cícero (3), Diogo Jota, Hélder Lopes. Amarel Jaílson (35’), R. Ferreira (57’). Treinador: Paulo Fonseca.

CA RIACHENSE: Telmo, Saul, P. Galrinho, J. Rodrigues, João Alves, Sandro Gomes (74’ Fred), Bruno Lemos, Jota (70’ Carioca), Mauro, Bernardo Jorge (69’ B. Marques), Natalino. Amarelos: Saul (67’), P. Galrinho 85’ e 91’). Vermelh P. Galrinho (91’).

Estádio Capital do Móvel, Paços de Ferreira (23/11). Arbitragem: Rui Rodrigues (AF Lisboa) auxiliado por Pedro Felisberto.

O Paços de Ferreira de Paulo Fonseca bateu com facilidade o Riachense com nove golos sem resposta em jogo da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, disputado no Estádio Capital do Móvel, um resultado espelha bem o diferencial de valor entre os dois conjuntos: de um lado um Paços cuja equipa tem um orçamento de 3 milhões de euros e dou outro um Riachense com um modesto orçamento de cerca de 70 mil euros. E por aqui estaria tudo dito. Mas, e para o bem para o mal, os orçamentos por si só não ganham jogos mas evidenciam a existência de duas realidades completamente distintas.

Apoiado por cerca de uma centena de adeptos o Riachense não evitou o primeiro golo logo aos 3 minutos, na sequência de um livre em jeito de canto. Telmo ainda defendeu com espectacularidade o cabeceamento de Vasco Rocha, mas na recarga Bruno Moreira, o avançado português com mais golos na primeira liga, fez o 1-0. A estratégia do Riachense em adiar o máximo possível o golo do Paços ruiu nos instantes iniciais do encontro, visionado por um público ainda assim bastante numeroso.

O mesmo jogador esteve perto de bisar aos 6’ mas Telmo, com mais uma espectacular intervenção, negou o 2-0 que surgiria no minuto seguinte, novamente numa bola parada. Urreta bateu um pontapé de canto para o segundo poste onde apareceu o gigante Cícero (autor de um hat-trick) a cabecear para o fundo das redes.

O Paços de Ferreira de Paulo Fonseca jogava a uma velocidade estonteante e aos 18 minutos, numa jogada de ataque rápido, Seri centrou para o interior da área onde apareceu Minhoca a mergulhar para a bola e a cabecear para novo golo. Era o 3-0. Aos 36’ Bruno Moreira aumentou para 4-0 e à entrada para o intervalo Jota colocou à prova o guarda-redes (único jogar habitualmente suplente que foi chamado ao onze, assim como o centro campista Vasco Rocha). No último lance da primeira parte, num canto a favor do CAR, todos os jogadores do Paços desceram em missão defensiva, procurando evitar qualquer surpresa.

Veio a segunda parte e a formação do concelho de Torres Novas fez um bom quarto-de-hora, mostrando-se mais solto, mas findo este período os golos continuaram a surgir em catadupa. Antes disso, e num livre frontal, Bruno Lemos atirou com a bola a tirar tinta ao poste da baliza contrária. Aos 58’, numa jogada individual, Seri passa por uma série de jogadores e remata com a bola ainda a ressaltar em Telmo e nisto, apareceu Cícero a fazer o 5-0.

O golo de honra dos alvi-negros esteve muito perto de acontecer quando Jota, isolado e com tudo para marcar, errou o alvo e o golo seguinte surgiu aos 68’, por Minhoca. A jovem promessa do Paços, acabada de entrar no jogo, fez o 7-0. Diogo Jota, jogador de 17 anos (e já profissional de futebol) arrancou muitos aplausos dos adeptos da equipa pacense.

Nos últimos cinco minutos Pedro Galrinho viu dois cartões amarelos e respectivo vermelho, tendo a falta e a indicação para a amostragem do segundo cartão amarelo sido identificadas pelo árbitro auxiliar Nuno Vicente que, curiosamente, é de Riachos, embora esteja filiado na AF Lisboa. Na cobrança do livre surgiu o 9-0, assinado por Cícero. O Paços de Ferreira conseguiu o seu resultado mais volumoso de sempre na Taça de Portugal - a maior goleada tinha sido aplicada ao Lourinhanense (6-0).

A campanha do CAR na Taça de Portugal fica por aqui. Para a história ficaram as vitórias sobre o São João de Vêr (4-3), o Praiense (3-2, após prolongamento) e, na última eliminatória, o Benfica e Castelo Branco (2-1).

Palavra dos treinadores

Paulo Fonseca, treinador Paços: ”O mais importante foi termos passado a eliminatória. A Taça de Portugal é uma longa escadaria e nós ultrapassamos mais alguns degraus. Fizemos um jogo simples perante um Riachense que foi atrevido e fez um jogo sério, limpo e honesto. Que conhecimento tínhamos do Riachense? Fizemos algumas observações e conhecíamos bem a equipa”.

Paulo Costa, treinador CAR: ”O golo aos 3 minutos influenciou todo o jogo. Pretendíamos adiar o máximo tempo possível a entrada do Paços no jogo. O nosso sentimento é o de dever cumprido, pois jogamos contra uma equipa que à terça-feira de manhã tem as mesmas unidades de treino que nós numa semana. Se o jogo tivesse sido em Riachos? Acredito que o Paços conseguiria o seu objectivo mas o resultado seria diferente”.