Carvalhal da Aroeira: memórias do nosso povo - mara neves
Sociedade » 2023-05-18
Para que as memórias e as raízes não se percam no tempo, organizámos no domingo um almoço temático como em forma de homenagem e agradecimento, a uma geração por quem temos tanto respeito que muito nos deu e continua a dar.
Tentámos recriar um pouco do que foi o seu quotidiano e para isso recuámos até 1927, ano em que nasceu a nossa querida Elvira Sousa, a utente mais crescida da nossa instituição.
Esta é a geração a quem foi roubada a infância, que passou o que nem conseguimos imaginar mesmo depois de tantas vezes escutarmos as suas histórias. Foram crianças desprotegidas devido à pobreza extrema em que a maioria vivia, obrigadas a abandonar a escola porque o importante era colaborar nas necessidades económicas da família.
Geração da fome, do frio, do pé descalço, do trabalho de sol a sol e da falta de cuidados de saúde, vivendo metade da sua vida privados de liberdade, recorrendo à emigração “a salto”, para proporcionarem aos seus filhos uma vida digna.
Mas que ainda assim, depois de tantas privações e de tantas dificuldades, riem ao recordar uma das poucas brincadeiras de infância com o “comboio barril”, que quando o vento estava a favor trazia com ele o som das locomotivas lá longe do Entroncamento, e conseguiam imaginar que estavam sentados numa qualquer carruagem.
É um privilégio partilharmos os dias com os mais velhos respeitando-os e fazê-los sentirem -se úteis, acreditando que quando há força de vontade, dedicação e sobretudo Amor, uma cadeira de rodas não impede de voar.
Agradecemos todos os ensinamentos.
Mara Neves
Centro de Dia de São Silvestre – Carvalhal da Aroeira
Carvalhal da Aroeira: memórias do nosso povo - mara neves
Sociedade » 2023-05-18Para que as memórias e as raízes não se percam no tempo, organizámos no domingo um almoço temático como em forma de homenagem e agradecimento, a uma geração por quem temos tanto respeito que muito nos deu e continua a dar.
Tentámos recriar um pouco do que foi o seu quotidiano e para isso recuámos até 1927, ano em que nasceu a nossa querida Elvira Sousa, a utente mais crescida da nossa instituição.
Esta é a geração a quem foi roubada a infância, que passou o que nem conseguimos imaginar mesmo depois de tantas vezes escutarmos as suas histórias. Foram crianças desprotegidas devido à pobreza extrema em que a maioria vivia, obrigadas a abandonar a escola porque o importante era colaborar nas necessidades económicas da família.
Geração da fome, do frio, do pé descalço, do trabalho de sol a sol e da falta de cuidados de saúde, vivendo metade da sua vida privados de liberdade, recorrendo à emigração “a salto”, para proporcionarem aos seus filhos uma vida digna.
Mas que ainda assim, depois de tantas privações e de tantas dificuldades, riem ao recordar uma das poucas brincadeiras de infância com o “comboio barril”, que quando o vento estava a favor trazia com ele o som das locomotivas lá longe do Entroncamento, e conseguiam imaginar que estavam sentados numa qualquer carruagem.
É um privilégio partilharmos os dias com os mais velhos respeitando-os e fazê-los sentirem -se úteis, acreditando que quando há força de vontade, dedicação e sobretudo Amor, uma cadeira de rodas não impede de voar.
Agradecemos todos os ensinamentos.
Mara Neves
Centro de Dia de São Silvestre – Carvalhal da Aroeira
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