Morreu Fernando Duque Simões, proprietário da Fótica
Sociedade » 2020-11-22
Morreu no domingo, dia 23, num hospital de Lisboa, Fernando Duque Simões, uma personalidade marcante da comunidade torrejana dos últimos 50 anos. Tinha 89 anos.
De família oriunda da Mata, freguesia de Chancelaria, nasceu em Torres Novas em 1931. Os pais tinham chegado à vila uns anos antes e foram morar para a rua da Levada, no prédio onde abriu depois o café Portugal. Foi o pai, funcionário do tribunal, que o obrigou a seguir os estudos no antigo Colégio Andrade Corvo, na avenida, depois de ter feito a instrução primária nas escolas então instaladas na Casa Mogo.
Acabado o antigo 5.º ano, Fernando Duque Simões foi empregado da papelaria Nuno Álvares e ajudante de escritório num armazém de vinhos, ao Lamego.
Pouco depois, com o irmão José Duque Simões, abria uma primeira loja de fotografia na rua Nuno Álvares, a “Duq”, para passados três anos, em 1951, fundar a Fótica, sempre com o irmão. À fotografia, a empresa desde sempre sediada na rua da Levada aliou a óptica, inovando nesse sector com o que mais avançado existia à época e só nas grandes cidades, expandindo a influência do negócio não só a Torres Novas mas aos concelhos em redor, onde a Fótica teve uma grande implantação como loja de referência.
Na fotografia, a Fótica foi também uma empresa inovadora, tendo sido Fernando Duque Simões o grande impulsionador da fotografia de reportagem em Torres Novas. Entre 1951 e meados da década de 80, os fotógrafos da Fótica colheram imagens de todos os acontecimentos sociais, políticos, religiosos, culturais e desportivos que se realizaram na vila.
Entretanto, Fernando Duque Simões foi surgindo ligado a outras iniciativas empresariais, entre elas a ARTA, empresa de publicidade e reclamos luminosos que chegou a ser uma das mais importantes da “província” no seu sector.
Em todos os seus empreendimentos, Fernando Duque Simões punha profissionalismo e inovação, contratando técnicos credenciados, apostando de forma arrojada no marketing quando ainda disso não se falava. A sua loja da “Fótica” foi sempre um espelho da elevada exigência estética que colocava no design de montras ou frontarias, como nos anos 50 e 60 rompia com o imobilismo geral, afixando na montra fotografias dos jogos do Torres Novas mal as partidas acabavam.
Homem dotado de um humor muito peculiar e interessado pelas coisas da cultura, foi um grande leitor e cinéfilo, tendo sido sócio do Cine-Clube nos primeiros anos de afirmação da colectividade. Nos finais dos anos 50 esteve ligado à criação do núcleo campista Raiar da Aurora, tendo sido responsável do grupo em 1958, e mais tarde continuado a sua participação associativa no Clube Campismo Torrejano.
Depois do desaparecimento do seu grande amigo de infância e juventude João José Lopes “Espanhol”, Fernando Duque Simões era o comerciante mais antigo de Torres Novas. Homem presente até ao fim, ainda no início da semana passada tinha estado na loja, como habitualmente, embora o seu estado de saúde já fosse muito débil.
Entre Novembro de 2018 e Fevereiro de 2019, esteve patente no Museu Municipal de Torres Novas uma exposição cujo tema era a sua empresa, a “Fótica”, e que tinha por título “Uma aventura da fotografia em Torres Novas”, na sequência de uma importante doação que fez ao museu. Recebera também do município a medalha de mérito municipal da economia, atribuída à “Fótica” pela sua contribuição para o desenvolvimento comercial da cidade.
Leitor interessado e amigo do JORNAL TORREJANO desde a primeira hora, Fernando Duque Simões deixa-nos uma enorme saudade.
À família, o JT envia sentida condolências.
(na foto é o segundo, com o seu amigo João Espanhol, numa imagem de juventude)
Morreu Fernando Duque Simões, proprietário da Fótica
Sociedade » 2020-11-22Morreu no domingo, dia 23, num hospital de Lisboa, Fernando Duque Simões, uma personalidade marcante da comunidade torrejana dos últimos 50 anos. Tinha 89 anos.
De família oriunda da Mata, freguesia de Chancelaria, nasceu em Torres Novas em 1931. Os pais tinham chegado à vila uns anos antes e foram morar para a rua da Levada, no prédio onde abriu depois o café Portugal. Foi o pai, funcionário do tribunal, que o obrigou a seguir os estudos no antigo Colégio Andrade Corvo, na avenida, depois de ter feito a instrução primária nas escolas então instaladas na Casa Mogo.
Acabado o antigo 5.º ano, Fernando Duque Simões foi empregado da papelaria Nuno Álvares e ajudante de escritório num armazém de vinhos, ao Lamego.
Pouco depois, com o irmão José Duque Simões, abria uma primeira loja de fotografia na rua Nuno Álvares, a “Duq”, para passados três anos, em 1951, fundar a Fótica, sempre com o irmão. À fotografia, a empresa desde sempre sediada na rua da Levada aliou a óptica, inovando nesse sector com o que mais avançado existia à época e só nas grandes cidades, expandindo a influência do negócio não só a Torres Novas mas aos concelhos em redor, onde a Fótica teve uma grande implantação como loja de referência.
Na fotografia, a Fótica foi também uma empresa inovadora, tendo sido Fernando Duque Simões o grande impulsionador da fotografia de reportagem em Torres Novas. Entre 1951 e meados da década de 80, os fotógrafos da Fótica colheram imagens de todos os acontecimentos sociais, políticos, religiosos, culturais e desportivos que se realizaram na vila.
Entretanto, Fernando Duque Simões foi surgindo ligado a outras iniciativas empresariais, entre elas a ARTA, empresa de publicidade e reclamos luminosos que chegou a ser uma das mais importantes da “província” no seu sector.
Em todos os seus empreendimentos, Fernando Duque Simões punha profissionalismo e inovação, contratando técnicos credenciados, apostando de forma arrojada no marketing quando ainda disso não se falava. A sua loja da “Fótica” foi sempre um espelho da elevada exigência estética que colocava no design de montras ou frontarias, como nos anos 50 e 60 rompia com o imobilismo geral, afixando na montra fotografias dos jogos do Torres Novas mal as partidas acabavam.
Homem dotado de um humor muito peculiar e interessado pelas coisas da cultura, foi um grande leitor e cinéfilo, tendo sido sócio do Cine-Clube nos primeiros anos de afirmação da colectividade. Nos finais dos anos 50 esteve ligado à criação do núcleo campista Raiar da Aurora, tendo sido responsável do grupo em 1958, e mais tarde continuado a sua participação associativa no Clube Campismo Torrejano.
Depois do desaparecimento do seu grande amigo de infância e juventude João José Lopes “Espanhol”, Fernando Duque Simões era o comerciante mais antigo de Torres Novas. Homem presente até ao fim, ainda no início da semana passada tinha estado na loja, como habitualmente, embora o seu estado de saúde já fosse muito débil.
Entre Novembro de 2018 e Fevereiro de 2019, esteve patente no Museu Municipal de Torres Novas uma exposição cujo tema era a sua empresa, a “Fótica”, e que tinha por título “Uma aventura da fotografia em Torres Novas”, na sequência de uma importante doação que fez ao museu. Recebera também do município a medalha de mérito municipal da economia, atribuída à “Fótica” pela sua contribuição para o desenvolvimento comercial da cidade.
Leitor interessado e amigo do JORNAL TORREJANO desde a primeira hora, Fernando Duque Simões deixa-nos uma enorme saudade.
À família, o JT envia sentida condolências.
(na foto é o segundo, com o seu amigo João Espanhol, numa imagem de juventude)
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