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Censos: três freguesias de Torres Novas com dados duvidosos

Sociedade  »  2021-08-11 

A freguesia de Olaia/Paço surge com menos habitantes que eleitores, Pedrógão e Chancelaria praticamente não teriam gente entre os 0 e os 17 anos, a crer nos dados oficias. Situações difíceis de explicar.

Comecemos pelo princípio: os dados aqui referidos são oficiais. Trata-se do número de eleitores por freguesias e concelhos, publicados no mapa oficial em Diário da República de 17 de Junho e com referência a escassos dias anteriores a essa data, por um lado, e os dados preliminares do recenseamento geral da população, Censos 2021, também oficialmente divulgados, cujo momento censitário coincidiu praticamente com o fecho dos cadernos eleitorais. Isto é, não há desfasamento temporal que introduza qualquer impossibilidade de comparar uns dados com outros. Os censos apuraram o total da população residente, o recenseamento eleitoral as pessoas com mais de 18 anos nas mesmas circunscrições administrativas, freguesias e concelhos, praticamente na mesma data.

Grosso modo, em cada freguesia ou concelho, subtraindo ao número de habitantes o número de eleitores, teríamos o número de pessoas com idades entre os 0 e os 17 anos. Chamemos-lhe “jovens” por facilidade discursiva (as idades entre os 0 e os 17 anos não constituem uma categoria aplicada na análise demográfica, mas têm aqui função meramente estatística e comparativa).

Segundo os dados referidos, Torres Novas tem 34 149 Habitantes e 30 745 eleitores. Fazendo a subtracção, teria 3 404 pessoas com idades entre os 0 e os 17 anos, isto, é 9,9% de “jovens”. Abrantes é um concelho mais envelhecido, com 34 351 habitantes e 31 614 eleitores. Os “jovens” seriam 2 737, ou seja, 7,9% da população. Tomar está numa situação pior, com 36 444 habitantes, 33 895 eleitores e apenas 2 549 “jovens”, que seriam 6,9% da população total. Ainda em tendência semelhante, para pior, estará Alcanena, com 12 478 habitantes, 11 710 eleitores e 768 “jovens”, apenas 6,1% da população, a mais envelhecida nestes concelhos vizinhos.

Já o Entroncamento está noutro patamar, com uma população menos envelhecida, ou seja, maior percentagem de jovens face à população total. A cidade ferroviária tem 20 140 habitantes e 16 966 eleitores, e 3 174 “jovens”, ou seja, 15,7% da população total. Até aqui, nada de anormal: a maior parte dos concelhos portugueses tem população muito envelhecida, depois há algumas dezenas com tendência mais positiva, ainda que longe dos valores de há 20 ou 30 anos. Se o Entroncamento tecnicamente manteve a mesma população de há 10 anos (a descida do número de habitantes e de eleitores foi residual) e se os outros concelhos tiveram quebras substanciais, é expectável que a cidade ferroviária tenha mais população “jovem” que aqueles municípios.

Vejamos agora o cenário mais ao detalhe, isto é, por freguesias. E aqui, no caso de Torres Novas, e fazendo o mesmo exercício comparativo, há freguesias mais jovens e menos jovens. Santa Maria, por exemplo, tem 15,7% de pessoas com idades entre os 0 e os 17 anos (um valor igual ao da cidade do Entroncamento). Já São Pedro tem apenas 9,1% de “jovens”, sendo uma freguesia mais envelhecida. No topo está a Meia Via, com 18% de jovens dos 0 aos 17, Assentis com 6,1% e Brogueira/Alcorochel/Parceiros, com 7,8% estão no patamar das mais envelhecidas, Riachos numa posição de meio caminho, com 11,5% de “jovens”.

O pior são os dados das freguesias de Olaia/Paço, Chancelaria e Pedrógão. Para a Chancelaria, os censos atribuem-lhe 1429 habitantes e o recenseamento eleitoral 1424 eleitores. Isto é, fazendo a diferença, a freguesia só teria cinco habitantes com idades entre os 0 e os 17 anos. O Pedrógão, com 1757 habitantes e 1731 eleitores, teria apenas 26 “jovens” em todas as aldeias que compõem a freguesia. Não pode ser. O caso extremo é o da freguesia de Olaia, com 2022 habitantes e 2028 eleitores: absurdo. É verdade que esta freguesia já em censos anteriores teve uma queda de 16% da sua população, a mesma que agora se verifica para os últimos 10 anos, mas custa a crer que, dada a sua já pequena dimensão, tenha perdido 387 habitantes. Mais: os dados são inverosímeis.

Nestas situações, pensa-se o óbvio: ou há casos em que se verificou atraso no descarregamento de óbitos nos cadernos eleitorais, aparecendo estes com números inflacionados, ou então houve problemas de registo de toda a população nos trabalhos dos censos. No caso, e dadas as condições em que decorreu a operação censitária, no meio de uma pandemia e com o recurso a registos também via net, da responsabilidade individual, é natural que haja erros deste tipo. O problema é se, a serem eles generalizados e as três freguesias de Torres Novas (um terço do total) constituírem a ponta do iceberg de um quadro mais geral, então teremos números pouco fiáveis sobretudo para os contextos “rurais” de populações mais dispersas ou que, por uma razão ou por outra, escaparam à malha da operação censitária.

Aliás, mesmo os números gerais para o concelho de Torres Novas geram algumas dúvidas: como vimos, comparando os dados, 3 304 “jovens” de menos de 18 anos para todo o concelho. Ora, a população escolar dos dois agrupamentos, a partir dos 3 anos de idade, ultrapassa razoavelmente esse número. É verdade que há alunos com 18 anos, mas há a considerar as crianças até aos 3 anos que ainda não estão no sistema de ensino. Ou então, no geral faltam realmente os números verdadeiros de “jovens” de Chancelaria, Pedrógão e Olaia/Paço.

De resto, estas dúvidas parecem ainda ser mais evidentes nos casos de Tomar e Abrantes, onde a comparação dos dados dos censos e dos cadernos eleitorais dá um número muito baixo de população com idades entre os 0 e os 17 anos.

 

 

 

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