Torres Novas: regressão demográfica ameaça coesão do concelho como a conhecemos
Sociedade » 2019-01-17
Até aqui pensava-se que Torres Novas iria resistir à regressão demográfica, já clara há uns anos, de concelhos como Tomar e Abrantes, com grandes zonas “rurais”, para não falar de outros cujo cenário é catastrófico. Mas as projecções apontam o mesmo caminho para o município torrejano: o futuro é negro.
Os dados do último recenseamento da população, de 2011, vinham confirmar um cenário de enorme regressão demográfica da região, com quase todos os concelhos a perderam habitantes numa tendência persistente e imutável. Desse quadro, apenas escapavam o Entroncamento, que não tendo perdido população, apresentava já essa tendência futura devido ao envelhecimento da sua pirâmide de idades, o de Torres Novas que praticamente mantinha a sua população, contrariando a tendência geral, e pouco mais.
Afinal, o cenário futuro não é nada famoso para Torres Novas e a regressão demográfica geral da região também vai estender-se ao concelho torrejano, a crer no diagnóstico realizado pelo gabinete de estudos do sociólogo David Justino, antigo ministro da Educação, a respeito do plano educativo para Torres Novas.
O estudo inclui uma caracterização do concelho, através da análise de alguns parâmetros, e entre eles uma projecção demográfica para os próximos anos: isto é, não se trata de uma situação remota, mas presente daqui a meia dúzia de anos, e a principal e mais perturbadora questão é a praticamente irreversível regressão demográfica da população torrejana para níveis nunca conhecidos.
Com cerca de 35 mil habitantes em 2011, altura do Censo, o concelho de Torres Novas deverá perder, segundo a projecção de David Justino, cerca de 3500 habitantes até 2025, isto é, 10% da sua população em escassa meia dúzia de anos. Uma das consequências visíveis será a diminuição do número global de estudantes, que deverão ser menos 1000, de resto de acordo com os sinais que já se vão verificando.
O saldo migratório “interno” muito negativo que já se observa há anos em todas as freguesias (onde a população diminui a favor das zonas mais centrais e urbanas) será agora um saldo migratório negativo para o próprio concelho, que não tem capacidade de atrair gente de fora que atenue o seu saldo fisiológico negativo (o facto de morrerem mais pessoas do que as que nascem).
Há outra consequência muito desastrosa que ameaça destruir a coesão social e económica do concelho como a temos vindo a conhecer: em cima desta regressão demográfica, e devido ao envelhecimento da população, teremos uma percentagem elevada de gente acantonada em lares e instituições similares, ou pelos fora dos circuitos e actividades daquilo que se considera população activa. E poderá existir falta de mão de obra para sectores de actividade específicos, quer para trabalhos mais indiferenciados, quer no que toca a quadros superiores, se a cidade continuar a não possuir atractividade para classes “médias”.
Para além de um “centro histórico” totalmente destruído (isto é, sem qualquer retoma demográfica), que será nula com as anunciadas obras do PEDU, a cidade tem centenas de casas vazias (3000 no total do concelho) e as próprias zonas urbanas mais recentes não foram desenhadas de modo a serem, por si, locais de residência atractivos: a eventual qualidade dos apartamentos não conta nada quando os moradores esperam dezenas de anos por uma bocado de relva à saída da porta em vez do matagal, como acontece na nova urbanização dos Negréus.
As projecções do estudo, que são praticamente certezas, vêm provar que as políticas locais das autarquias não tiveram capacidade de contrariar a tendência geral de despovoamento de todo o país interior, que na verdade é todo o território nacional menos as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o eixo Braga-Guimarães, e centralidades muito concretas no meio do deserto, como Viseu, e pouco mais.
Quanto aos dados específicos da educação, o estudo do antigo ministro apresenta alguns indicadores para o concelho, nomeadamente a elevada média de idades do pessoal docente (48,7 anos, superior à média nacional), uma percentagem de retenções e de desistências no ensino secundário muito alta (25,8%) e uma média de alunos por turma também superior à média nacional. São apenas alguns exemplos do diagnóstico realizado para enquadra a carta educativa do concelho.
Torres Novas: regressão demográfica ameaça coesão do concelho como a conhecemos
Sociedade » 2019-01-17Até aqui pensava-se que Torres Novas iria resistir à regressão demográfica, já clara há uns anos, de concelhos como Tomar e Abrantes, com grandes zonas “rurais”, para não falar de outros cujo cenário é catastrófico. Mas as projecções apontam o mesmo caminho para o município torrejano: o futuro é negro.
Os dados do último recenseamento da população, de 2011, vinham confirmar um cenário de enorme regressão demográfica da região, com quase todos os concelhos a perderam habitantes numa tendência persistente e imutável. Desse quadro, apenas escapavam o Entroncamento, que não tendo perdido população, apresentava já essa tendência futura devido ao envelhecimento da sua pirâmide de idades, o de Torres Novas que praticamente mantinha a sua população, contrariando a tendência geral, e pouco mais.
Afinal, o cenário futuro não é nada famoso para Torres Novas e a regressão demográfica geral da região também vai estender-se ao concelho torrejano, a crer no diagnóstico realizado pelo gabinete de estudos do sociólogo David Justino, antigo ministro da Educação, a respeito do plano educativo para Torres Novas.
O estudo inclui uma caracterização do concelho, através da análise de alguns parâmetros, e entre eles uma projecção demográfica para os próximos anos: isto é, não se trata de uma situação remota, mas presente daqui a meia dúzia de anos, e a principal e mais perturbadora questão é a praticamente irreversível regressão demográfica da população torrejana para níveis nunca conhecidos.
Com cerca de 35 mil habitantes em 2011, altura do Censo, o concelho de Torres Novas deverá perder, segundo a projecção de David Justino, cerca de 3500 habitantes até 2025, isto é, 10% da sua população em escassa meia dúzia de anos. Uma das consequências visíveis será a diminuição do número global de estudantes, que deverão ser menos 1000, de resto de acordo com os sinais que já se vão verificando.
O saldo migratório “interno” muito negativo que já se observa há anos em todas as freguesias (onde a população diminui a favor das zonas mais centrais e urbanas) será agora um saldo migratório negativo para o próprio concelho, que não tem capacidade de atrair gente de fora que atenue o seu saldo fisiológico negativo (o facto de morrerem mais pessoas do que as que nascem).
Há outra consequência muito desastrosa que ameaça destruir a coesão social e económica do concelho como a temos vindo a conhecer: em cima desta regressão demográfica, e devido ao envelhecimento da população, teremos uma percentagem elevada de gente acantonada em lares e instituições similares, ou pelos fora dos circuitos e actividades daquilo que se considera população activa. E poderá existir falta de mão de obra para sectores de actividade específicos, quer para trabalhos mais indiferenciados, quer no que toca a quadros superiores, se a cidade continuar a não possuir atractividade para classes “médias”.
Para além de um “centro histórico” totalmente destruído (isto é, sem qualquer retoma demográfica), que será nula com as anunciadas obras do PEDU, a cidade tem centenas de casas vazias (3000 no total do concelho) e as próprias zonas urbanas mais recentes não foram desenhadas de modo a serem, por si, locais de residência atractivos: a eventual qualidade dos apartamentos não conta nada quando os moradores esperam dezenas de anos por uma bocado de relva à saída da porta em vez do matagal, como acontece na nova urbanização dos Negréus.
As projecções do estudo, que são praticamente certezas, vêm provar que as políticas locais das autarquias não tiveram capacidade de contrariar a tendência geral de despovoamento de todo o país interior, que na verdade é todo o território nacional menos as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o eixo Braga-Guimarães, e centralidades muito concretas no meio do deserto, como Viseu, e pouco mais.
Quanto aos dados específicos da educação, o estudo do antigo ministro apresenta alguns indicadores para o concelho, nomeadamente a elevada média de idades do pessoal docente (48,7 anos, superior à média nacional), uma percentagem de retenções e de desistências no ensino secundário muito alta (25,8%) e uma média de alunos por turma também superior à média nacional. São apenas alguns exemplos do diagnóstico realizado para enquadra a carta educativa do concelho.
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