In absentia Dei - carlos paiva
Sociedade » 2022-10-09Porque não se registou em nenhuma paróquia uma manifestação, uma voz singular ou coletiva a exigir justificações e justiça junto do representante mais próximo da instituição, ao alcance do povo?
Apesar de andar escarrapachada na comunicação social há anos, existe uma tolerância silenciosa revoltante da sociedade civil aos abusos sexuais e pedofilia praticados dentro da igreja católica pelos seus representantes. A política interna para lidar com estes casos aberrantes foi de encobrimento, desvalorização, negação. A instituição não reagiu em obediência às leis de cada país onde se registaram as ocorrências, preferindo uma postura de conivência com os criminosos.
Tão aberrante ou mais que isto, é a atitude subserviente dos acólitos. Bastaria um caso singular isolado para vincular moralmente qualquer cidadão católico a confrontar o seu pároco local e exigir que este transmitisse à escala hierárquica a insatisfação com a prática criminosa. Ou a igreja não é toda a mesma? Aparentemente, os padrões morais, valores e princípios propagandeados, são para os outros. Porque não se registou em nenhuma paróquia uma manifestação, uma voz singular ou coletiva a exigir justificações e justiça junto do representante mais próximo da instituição, ao alcance do povo.
Assim, foram são e serão, todos, coniventes com o crime. Mediante as informações vindas a público recentemente, este problema não é exclusivo “dos outros”. Existe cá. Com crianças portuguesas, com padres portugueses. E os católicos continuam a frequentar a missa dominical, a andar de crucifixo ao peito, como se nada se passasse.
É patente uma ausência de sentido de responsabilidade na sociedade civil, que se alastrou a toda a sua orgânica. Cometem-se asneiras atrás de asneiras de forma descarada e sem medo de consequências. Porque, na realidade, as penalizações por tais comportamentos são leves ou nulas. Uma palmadinha na mão, quando muito.
As gloriosas e autodenominadas elites, compram cursos superiores sem nunca terem assentado o rabo numa aula, como se as universidades fossem supermercados. Loja de conveniência, se calhar é a expressão mais adequada. Para eles, os tribunais tornam-se a imagem da flexibilidade quando inquestionavelmente apanhados com a boca na botija. Ou a 160kmh na autoestrada. Subitamente, chegar uns minutos atrasado a uma reunião, torna-se assunto de estado, fechado num segredo de justiça hermético, exclusivo de alguns.
Já passámos há muito tempo o paradigma da maçã podre. É o cesto que está podre, infetando toda e qualquer saudável maçã que lá caia dentro. A democracia, imperfeita mas, o melhor sistema que temos, é sujeita a maquinações onde vale tudo. Como se tem visto em diversos casos pelo mundo inteiro, até os mortos votam. Cá pelo burgo, menores votam. E votam sem saber que votaram. Confirmando a ausência de sentido de responsabilidade e a ausência de penalizações para a trafulhice, o partido, ciente do episódio por comunicação oficial, faz de conta que não se passa nada. O partido, torna-se assim indistinguível da religião. O padreco abusador, criminoso, transita para bispo, por trás das cortinas. É como a proverbial vaca em cima de uma árvore. Ninguém sabe como foi lá parar. Mas é de todo evidente que não pertence lá.
In absentia Dei - carlos paiva
Sociedade » 2022-10-09Porque não se registou em nenhuma paróquia uma manifestação, uma voz singular ou coletiva a exigir justificações e justiça junto do representante mais próximo da instituição, ao alcance do povo?
Apesar de andar escarrapachada na comunicação social há anos, existe uma tolerância silenciosa revoltante da sociedade civil aos abusos sexuais e pedofilia praticados dentro da igreja católica pelos seus representantes. A política interna para lidar com estes casos aberrantes foi de encobrimento, desvalorização, negação. A instituição não reagiu em obediência às leis de cada país onde se registaram as ocorrências, preferindo uma postura de conivência com os criminosos.
Tão aberrante ou mais que isto, é a atitude subserviente dos acólitos. Bastaria um caso singular isolado para vincular moralmente qualquer cidadão católico a confrontar o seu pároco local e exigir que este transmitisse à escala hierárquica a insatisfação com a prática criminosa. Ou a igreja não é toda a mesma? Aparentemente, os padrões morais, valores e princípios propagandeados, são para os outros. Porque não se registou em nenhuma paróquia uma manifestação, uma voz singular ou coletiva a exigir justificações e justiça junto do representante mais próximo da instituição, ao alcance do povo.
Assim, foram são e serão, todos, coniventes com o crime. Mediante as informações vindas a público recentemente, este problema não é exclusivo “dos outros”. Existe cá. Com crianças portuguesas, com padres portugueses. E os católicos continuam a frequentar a missa dominical, a andar de crucifixo ao peito, como se nada se passasse.
É patente uma ausência de sentido de responsabilidade na sociedade civil, que se alastrou a toda a sua orgânica. Cometem-se asneiras atrás de asneiras de forma descarada e sem medo de consequências. Porque, na realidade, as penalizações por tais comportamentos são leves ou nulas. Uma palmadinha na mão, quando muito.
As gloriosas e autodenominadas elites, compram cursos superiores sem nunca terem assentado o rabo numa aula, como se as universidades fossem supermercados. Loja de conveniência, se calhar é a expressão mais adequada. Para eles, os tribunais tornam-se a imagem da flexibilidade quando inquestionavelmente apanhados com a boca na botija. Ou a 160kmh na autoestrada. Subitamente, chegar uns minutos atrasado a uma reunião, torna-se assunto de estado, fechado num segredo de justiça hermético, exclusivo de alguns.
Já passámos há muito tempo o paradigma da maçã podre. É o cesto que está podre, infetando toda e qualquer saudável maçã que lá caia dentro. A democracia, imperfeita mas, o melhor sistema que temos, é sujeita a maquinações onde vale tudo. Como se tem visto em diversos casos pelo mundo inteiro, até os mortos votam. Cá pelo burgo, menores votam. E votam sem saber que votaram. Confirmando a ausência de sentido de responsabilidade e a ausência de penalizações para a trafulhice, o partido, ciente do episódio por comunicação oficial, faz de conta que não se passa nada. O partido, torna-se assim indistinguível da religião. O padreco abusador, criminoso, transita para bispo, por trás das cortinas. É como a proverbial vaca em cima de uma árvore. Ninguém sabe como foi lá parar. Mas é de todo evidente que não pertence lá.
![]() A obra começou logo com a promessa da brevidade aposta em cartaz. Andou uns meses. Depois, subitamente, parou. A promessa foi redobrada com novo cartaz e novas desculpas. Passaram mais meses, nada mexe. Ninguém diz nada. Um trambolho a atravancar o trânsito num sítio sensível. |
![]() Entre as paredes do super Docemel e da antiga ourivesaria Campião, no principal eixo de atravessamento da cidade, crescem ervas já arbustos mais altos que uma pessoa. Aliás, como noutras ruas da cidade. É o corredor ecológico urbano, uma inovação conceptual que alia a estética da cidade moderna ao bucolismo do campo, dois em um. |
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Pode parecer duro o título escolhido para esta apreciação à proposta de revisão do Plano Diretor Municipal. Numa primeira vista de olhos, a proposta de plano traz uma espécie de bondade voluntariosa na definição do desenho e do regulamento do PDM, muito para muitos em muitos lados. |
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Foi na passada terça-feira que o Movimento Pela Nossa Terra apresentou os principais candidatos às autárquicas de 12 de Outubro, na presença de alguns apoiantes e sob a batuta de António Rodrigues, o mandatário do movimento. |
![]() Sem qualquer cisão aparente com o passado recente (há aliás candidatos que ditam a continuidade do actual executivo), a verdade é que a candidatura de José Trincão Marques carrega uma sensação de mudança. |
![]() As candidaturas de Tiago Ferreira à Câmara e a de André Valentim à Assembleia Municipal de Torres Novas eram já conhecidas. Hoje, dia 5 de Julho, foram apresentados os cabeças de lista a nove das dez freguesias do concelho e ainda a equipa que acompanha Tiago Ferreira na corrida à Câmara Municipal. |
![]() O Município de Torres Novas vai promover, ao longo do dia 8 de Julho, um programa de comemorações para assinalar os 40 anos da elevação a cidade (1985-2025). A iniciativa tem início às 9h30, junto à Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, com o hastear da bandeira ao som do hino de Torres Novas. |
![]() A maioria socialista da Câmara Municipal de Torres Novas fez aprovar na reunião extraordinária de ontem, segunda-feira, um pacote de galardões honoríficos a pessoas e instituições do concelho, mas as deliberações foram tecnicamente nulas por não cumprirem o estipulado no próprio regulamento municipal em vigor. |
![]() A Fótica, emblemática loja do centro histórico de Torres Novas, entrou da melhor maneira neste Verão, com mais uma iniciativa de promoção do comércio tradicional que realizou na passado sábado, dia 21, exactamente o dia do solstício. |
![]() A assembleia de aderentes do Bloco de Esquerda no concelho de Torres Novas reuniu no passado dia 10 de Junho, tendo sido "objectivo central dessa sssembleia debater a constituição das listas a apresentar nas próximas eleições para as autarquias locais e votar os nomes de quem vai encabeçar as listas à Câmara Municipal e Assembleia Municipal”, começa por informar a nota de imprensa bloquista. |