Warning: file_get_contents(http://api.facebook.com/restserver.php?method=links.getStats&urls=jornaltorrejano.pt%2Fsociedade%2Fnoticia%2F%3Fn-98072530): failed to open stream: HTTP request failed! HTTP/1.1 400 Bad Request in /htdocs/public/www/inc/inc_pagina_noticia.php on line 148
Jornal Torrejano
 • SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Quarta, 09 Julho 2025    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Sáb.
 30° / 15°
Períodos nublados
Sex.
 27° / 17°
Céu nublado
Qui.
 30° / 15°
Céu limpo
Torres Novas
Hoje  32° / 17°
Períodos nublados
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

O Moinho da Fonte: a antiga povoação, a fábrica de papel e o rio Almonda – apontamentos históricos

Sociedade  »  2021-04-13 

A pequena povoação do Moinho da Fonte (freguesia de Pedrógão) já era nos anos 30 e hoje seria ainda, não fosse a expansão da fábrica de papel, a mais bonita aldeia do concelho de Torres Novas (na foto).

Alcandorada numa encosta que antecede o arrife, a escassas dezenas de metros da nascente do rio Almonda, o Moinho da Fonte era um aglomerado de casas de habitação, moinhos e um lagar, com o rio a correr entre a povoação e a outra margem, freguesia de Zibreira, onde estavam os restos de uma antiga fábrica de papel ardida em 1904. Uma espécie de paraíso.

A povoação já existia na Idade Média com o nome de Moinho da Fonte, resultante não só da existência de um moinho, o primeiro, e da “fonte”, a nascente do Almonda, ali a poucos metros (ver segunda fotografia, a "fonte" junto à nascente e antes da construção da barragem).

A construção da fábrica primitiva teve início por volta de 1820 e pertencia a Bento Ardisson, comerciante de Lisboa. Pelo Inquérito Industrial de 1890, pertencia à sociedade Freitas & Gabriel, tinha 38 trabalhadores (cerca de 20 mulheres) e no rol de indústrias de 1892, respondia pela firma Feliciano Gabriel de Freitas & Companhia.

Em 1872, entretanto, estão já assinalados os moinhos de João dos Santos Torrinha, de Ana Vieira e de Manuel Joaquim, no lugar de Moinho da Fonte, e um outro no Casal Feijão, pertencente a José dos Santos Torrinha.

A primeira aventura da primitiva fábrica de papel duraria cerca de oitenta anos, mas com muitas intermitências. Em 1893, A RENASCENÇA noticiava que “estava quase completa a reorganização da fábrica de papel”, mas a fábrica não teria vida longa, tendo ardido em 1904.

No início dos anos 20 do século XX deram-se as últimas tentativas de ressuscitar a empresa: em 1924 “o Almonda” noticiava obras que tinham alterado o curso do rio, causando prejuízos: “no Nascente do Almonda tem havido grandes prejuízos, nos moinhos, devido às obras aí executadas para a fábrica de papel que forçaram o rio para a margem oposta.”

Nada se iria passar e a fábrica mais uma vez não iria reabrir. Lembrava “o Almonda”, em 1938, que “foi vendido ao desbarato o rico material importado do estrangeiro, milhares de contos foram perdidos por falta de orientação e sua administração”.

Em 1939 uma nova sociedade, então formada recentemente, tomou conta dos restos da velha fábrica e fundou a Fábrica de Papel do Almonda, antes solicitando autorização do Governo para funcionar.

O edital da sociedade e respectivo capital seria publicado em Setembro de 1939, nove meses depois da autorização condicionada do ministro. A empresa tomava a designação oficial de Fábrica de Papel do Almonda, Lda, e foi constituída uma sociedade comercial por quotas com um capital social de 1.530.000$00.

O anúncio informava que as quotas foram integralmente realizadas em dinheiro, excepto a do sócio António da Costa Tereso. Esta particularidade seria decisiva para o futuro da Renova, já que Tereso, não se sabe por que razões, abdicaria de iniciar a laboração na sua fábrica do Casal Feijão, já na posse de autorização definitiva.

Na verdade, o despacho de 1938 autorizava António Tereso a laborar na sua fábrica do Casal Feijão (umas centenas de metros a jusante da nascente) e começara por negar as pretensões iniciais da nova empresa: “Negada autorização a Mário de Oliveira Viegas Tavares [e outros] para transferirem os maquinismos que adquiriram à Companhia Industrial de Tancos para a Fábrica de papel A Renova, sita na nascente do rio Almonda”, mas a segunda parte do despacho abria a porta ao empreendimento se a empresa optasse por dotar-se de máquinas mais de acordo com as exigências oficiais, o que acabaria por acontecer, com a licença a surgir em 1939.

Em Maio de 1940, depois de obras e aquisição de equipamentos, começava então a funcionar a nova fábrica. Num dos edifícios ficaria gravada a inscrição “Fábrica de Papel do Almonda, Lda”, a indicar que uma nova era começava desde então, e por baixo, a inscrição “A Renova” associava a “marca” que tinha pretendido recuperar a antiga fábrica.

A lógica de expansão de terrenos da empresa começou em 1955, com a compra de um terreno ao município, 6000m2 do baldio municipal n.º 42 de freguesia de Pedrógão, por 3010$, terreno esse envolvendo a nascente do rio Almonda e a escarpa até à linha do arrife, criando uma zona-tampão privada em volta de um bem público, o rio e a sua nascente. A fábrica crescia, passava de uma margem para a outra e engolia gradualmente a velha povoação de Moinho da Fonte.

A instalação da “máquina 4” em 1970 alterou por completo a bucólica paisagem do local e a própria “geografia” das águas do rio Almonda, já que o edifício onde foi implantada foi construído exactamente em cima do leito do rio, engolindo aquele troço inicial do curso do Almonda logo a seguir à barragem, algo inexplicável mesmo para os critérios da época (ver diferenças entre a terceira e a quarta foto).

Os conflitos com alguns proprietários dos moinhos vinham de trás, já que muitas vezes a potência de sucção das bombas de alimentação da turbina diminuía muito a força do caudal, impedindo os moinhos de trabalhar.

Nos anos 70 a empresa cria a Fábrica 2, a cerca de um quilómetro da nascente, e constrói uma conduta de 1,2Km para levar a água da barragem da nascente até à nova fábrica. Hoje, na fábrica antiga, apenas a velha máquina 4 está em funcionamento. No entanto, o edificado fabril cobre por completo as primeiras dezenas de metros do leito do rio (ver foto 3), expandiu-se para a outra margem, enquanto do Moinho da Fonte sobram algumas casas e ruínas de edificações várias como o lagar.

João Carlos Lopes

 

 

 Outras notícias - Sociedade


Autárquicas: PS apresenta candidatos, José Trincão Marques acredita que vai ganhar »  2025-07-05 

Sem qualquer cisão aparente com o passado recente (há aliás candidatos que ditam a continuidade do actual executivo), a verdade é que a candidatura de José Trincão Marques carrega uma sensação de mudança.
(ler mais...)


PSD/CDS apresentou candidaturas a quase todos os órgãos autárquicos: Tiago Ferreira e André Valentim são os cabeças de lista do PSD »  2025-07-05 

As candidaturas de Tiago Ferreira à Câmara e a de André Valentim à Assembleia Municipal de Torres Novas eram já conhecidas. Hoje, dia 5 de Julho, foram apresentados os cabeças de lista a nove das dez freguesias do concelho e ainda a equipa que acompanha Tiago Ferreira na corrida à Câmara Municipal.
(ler mais...)


Comemorações dos 40 anos de elevação de Torres Novas a cidade »  2025-07-01 

O Município de Torres Novas vai promover, ao longo do dia 8 de Julho, um programa de comemorações para assinalar os 40 anos da elevação a cidade (1985-2025). A iniciativa tem início às 9h30, junto à Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, com o hastear da bandeira ao som do hino de Torres Novas.
(ler mais...)


Câmara atribui medalhas em deliberações nulas »  2025-06-23 

A maioria socialista da Câmara Municipal de Torres Novas fez aprovar na reunião extraordinária de ontem, segunda-feira, um pacote de galardões honoríficos a pessoas e instituições do concelho, mas as deliberações foram tecnicamente nulas por não cumprirem o estipulado no próprio regulamento municipal em vigor.
(ler mais...)


A Fótica num dia de Verão »  2025-06-23 

A Fótica, emblemática loja do centro histórico de Torres Novas, entrou da melhor maneira neste Verão, com mais uma iniciativa de promoção do comércio tradicional que realizou na passado sábado, dia 21, exactamente o dia do solstício.
(ler mais...)


Bloco: Helena Pinto é candidata à Câmara de Torres Novas »  2025-06-16 

A assembleia de aderentes do Bloco de Esquerda no concelho de Torres Novas reuniu no passado dia 10 de Junho, tendo sido "objectivo central dessa sssembleia debater a constituição das listas a apresentar nas próximas eleições para as autarquias locais e votar os nomes de quem vai encabeçar as listas à Câmara Municipal e Assembleia Municipal”, começa por informar a nota de imprensa bloquista.
(ler mais...)


Uma geração à espera: proposta de revisão do PDM de Torres Novas finalmente em consulta pública (I) »  2025-06-07 

 

 O primeiro Plano Director Municipal de Torres Novas (PDMTN) foi publicado em 1997 e entrou em revisão logo em 2001. Quando foi publicado já vinha atrasado para as necessidades de ordenamento do território municipal, assentava numa perspectiva demográfica que previa 50 000 habitantes a que o concelho nunca chegou e um dinamismo industrial e empresarial a que também nunca correspondeu.
(ler mais...)


Alcorriol lança receita vegan de bolo de figos »  2025-06-06 

A aldeia de Alcorriol (concelho de Torres Novas) prepara-se para um momento simbólico de celebração e inovação: o lançamento oficial da receita do “bolo de figos do Alcorriol”, “uma criação original, sustentável e 100% vegan, que será apresentada ao público no contexto do 4.
(ler mais...)


BARQUINHA: Feira do Tejo 2025 promete quatro dias de festa »  2025-06-06 

Vila Nova da Barquinha prepara-se para receber mais uma edição da Feira do Tejo, entre 12 e 15 de junho de 2025, “numa celebração vibrante da identidade cultural, artística e comunitária do concelho”.
(ler mais...)


Apresentação do livro “Maria Lamas, Amor, Paz e Liberdade” no Museu Municipal Carlos Reis »  2025-06-06 

No âmbito da exposição «As Mulheres de Maria Lamas», o Museu Municipal Carlos Reis vai receber, no dia 7 de Junho, a partir das 16 horas, a apresentação do livro «Maria Lamas, Amor, Paz e Liberdade» (Editora Barca do Inferno), da autoria de Mafalda Brito e Rui Pedro Lourenço.
(ler mais...)

 Mais lidas - Sociedade (últimos 30 dias)
»  2025-06-23  A Fótica num dia de Verão
»  2025-07-05  Autárquicas: PS apresenta candidatos, José Trincão Marques acredita que vai ganhar
»  2025-07-05  PSD/CDS apresentou candidaturas a quase todos os órgãos autárquicos: Tiago Ferreira e André Valentim são os cabeças de lista do PSD
»  2025-06-23  Câmara atribui medalhas em deliberações nulas
»  2025-06-16  Bloco: Helena Pinto é candidata à Câmara de Torres Novas