Jasmim: um oásis de beleza e bons sabores
Sociedade » 2022-12-03
Passado o tempo justo que conduz à calma navegação que só se afirma depois das euforias iniciais, muitas vezes enganadoras e de julgamento precipitado, impunha-se a visita ao “Jasmim”, acantonado no largo do Paço com entrada pela rua José Vasconcelos Correia, local privilegiado do centro da vila onde outrora, às segundas-feiras, acorriam milhares de pessoas a circular em volta dos enormes cachos de bananas, expostos logo ali no largo em frente, pintos e galinhas lá atrás, e onde estacionava toda a sorte de vendedores que davam vida a um dos polos do antigo mercado municipal. Praça de jorna, uma delas, de tempos mais antigos, onde os homens esperavam por trabalho que os tirasse da fome. Um local carregado de história e de muitas histórias. Que muda a partir dos anos 50, com a construção do edifício cujo estabelecimento comercial também foi, por período curto, stand de automóveis, mas ficou na memória dos torrejanos, onde está ainda hoje na de muitos de nós, com o prédio do “Oásis”. Era ali o café “Oásis” que marcou duas gerações.
O “Jasmim” apresenta-se como “brunch caffe” e assegura ser “um jardim de sabores vegetarianos e vegan” que nasceu na cidade de Torres Novas. Não interessa aqui verificar a adequação do significado do termo estrangeirado aos hábitos alimentares desta nação de indómitos restauradores, que no dia da emancipação pátria restauram, é verdade, mas de modo muito peculiar.
Vai-se almoçar ao “Jasmim”, ponhamos as coisas neste pé. Fomos duas vezes, a primeira num feriado, como mandam as regras, a outra em dia normal de semana. A salada “Margarida”, excelente combinação de frutas, legumes, frutos secos, vegetais, bem temperada, foi de molde a acalmar o apetite do indígena habituado ao falso conforto da vitela estufada, do arroz de pato e do bacalhau com migas, tríade que faz parte da conspiração das quitandas em redor. Fantástico de frescura e de calibre estava o sumo de maçã e romãs, enquanto as há, acrescentando pontos ao “prato principal”. Para coroar em beleza esta estreia, só podíamos provar a tarte “Jasmim”, magnífica, a fazer juz ao nome da casa e talvez a sua coqueluche na área das sobremesas. Um verdadeiro pecado. Em dia corrente, comeu-se uma sopa, tendo-se confirmado os rumores que corriam por travessas e esquinas da vila segundo os quais o “Jasmim” tinha umas sopas maravilhosas. Sim, uma boa sopa de legumes, sem a artilharia pesada das sopas tradicionais portuguesas, mas com a leveza de um jasmim. O pesto estava simplesmente perfeito e nada mais é preciso que isso, a simples perfeição. Mais do que muita luz, o “jasmim” tem uma onda permanente de claridade a invadir aquele pequeno mas belo espaço, onde outra mais-valia é a música, que também se come. E no “Jasmim”, a música é um prato forte. E a simpatia. E o ambiente tranquilo. E o toque de austera beleza posto nos detalhes. A vila está mais feliz com o “Jasmim” e espera-se que consiga dar a esta valorosa casa aquilo que ela lhe está a dar. Uma alternativa. Uma outra coisa.
Ao contrário do grande e belo jasmineiro que existe algures numa encosta discreta da vila, que floresce lá para o fim da primavera, este “Jasmim” de belos sabores abre portas todo ano para nossa alegria. Que floresça em entusiasmo redobrado a cada estação em que o forte aroma do jasmim se anuncia subindo quase até às muralhas da cerca.
Começa-se como se começou, para recordar a importância histórica do café “Oásis”, que mereceu ensaio nas páginas deste jornal por um dos protagonistas desses anos de ouro dos cafés torrejanos. Na imagem antiga que aqui se arquiva, alusiva aos primórdios da televisão em Torres Novas, pode ver-se o velho café “Oásis” e na coluna ainda hoje existente, um cartaz alusivo à campanha pelas piscinas municipais. Sim, ali naquele café surgiu, por um punhado de jovens, o movimento com vista à construção das piscinas. Estávamos em 1965, as piscinas seriam inauguradas apenas sete anos depois. Era grande, naquele tempo, a força da juventude.
Quem sabe se este “Jasmim”, qualquer dia, também terá um par de boas histórias para contar. J.C.L.
Jasmim: um oásis de beleza e bons sabores
Sociedade » 2022-12-03Passado o tempo justo que conduz à calma navegação que só se afirma depois das euforias iniciais, muitas vezes enganadoras e de julgamento precipitado, impunha-se a visita ao “Jasmim”, acantonado no largo do Paço com entrada pela rua José Vasconcelos Correia, local privilegiado do centro da vila onde outrora, às segundas-feiras, acorriam milhares de pessoas a circular em volta dos enormes cachos de bananas, expostos logo ali no largo em frente, pintos e galinhas lá atrás, e onde estacionava toda a sorte de vendedores que davam vida a um dos polos do antigo mercado municipal. Praça de jorna, uma delas, de tempos mais antigos, onde os homens esperavam por trabalho que os tirasse da fome. Um local carregado de história e de muitas histórias. Que muda a partir dos anos 50, com a construção do edifício cujo estabelecimento comercial também foi, por período curto, stand de automóveis, mas ficou na memória dos torrejanos, onde está ainda hoje na de muitos de nós, com o prédio do “Oásis”. Era ali o café “Oásis” que marcou duas gerações.
O “Jasmim” apresenta-se como “brunch caffe” e assegura ser “um jardim de sabores vegetarianos e vegan” que nasceu na cidade de Torres Novas. Não interessa aqui verificar a adequação do significado do termo estrangeirado aos hábitos alimentares desta nação de indómitos restauradores, que no dia da emancipação pátria restauram, é verdade, mas de modo muito peculiar.
Vai-se almoçar ao “Jasmim”, ponhamos as coisas neste pé. Fomos duas vezes, a primeira num feriado, como mandam as regras, a outra em dia normal de semana. A salada “Margarida”, excelente combinação de frutas, legumes, frutos secos, vegetais, bem temperada, foi de molde a acalmar o apetite do indígena habituado ao falso conforto da vitela estufada, do arroz de pato e do bacalhau com migas, tríade que faz parte da conspiração das quitandas em redor. Fantástico de frescura e de calibre estava o sumo de maçã e romãs, enquanto as há, acrescentando pontos ao “prato principal”. Para coroar em beleza esta estreia, só podíamos provar a tarte “Jasmim”, magnífica, a fazer juz ao nome da casa e talvez a sua coqueluche na área das sobremesas. Um verdadeiro pecado. Em dia corrente, comeu-se uma sopa, tendo-se confirmado os rumores que corriam por travessas e esquinas da vila segundo os quais o “Jasmim” tinha umas sopas maravilhosas. Sim, uma boa sopa de legumes, sem a artilharia pesada das sopas tradicionais portuguesas, mas com a leveza de um jasmim. O pesto estava simplesmente perfeito e nada mais é preciso que isso, a simples perfeição. Mais do que muita luz, o “jasmim” tem uma onda permanente de claridade a invadir aquele pequeno mas belo espaço, onde outra mais-valia é a música, que também se come. E no “Jasmim”, a música é um prato forte. E a simpatia. E o ambiente tranquilo. E o toque de austera beleza posto nos detalhes. A vila está mais feliz com o “Jasmim” e espera-se que consiga dar a esta valorosa casa aquilo que ela lhe está a dar. Uma alternativa. Uma outra coisa.
Ao contrário do grande e belo jasmineiro que existe algures numa encosta discreta da vila, que floresce lá para o fim da primavera, este “Jasmim” de belos sabores abre portas todo ano para nossa alegria. Que floresça em entusiasmo redobrado a cada estação em que o forte aroma do jasmim se anuncia subindo quase até às muralhas da cerca.
Começa-se como se começou, para recordar a importância histórica do café “Oásis”, que mereceu ensaio nas páginas deste jornal por um dos protagonistas desses anos de ouro dos cafés torrejanos. Na imagem antiga que aqui se arquiva, alusiva aos primórdios da televisão em Torres Novas, pode ver-se o velho café “Oásis” e na coluna ainda hoje existente, um cartaz alusivo à campanha pelas piscinas municipais. Sim, ali naquele café surgiu, por um punhado de jovens, o movimento com vista à construção das piscinas. Estávamos em 1965, as piscinas seriam inauguradas apenas sete anos depois. Era grande, naquele tempo, a força da juventude.
Quem sabe se este “Jasmim”, qualquer dia, também terá um par de boas histórias para contar. J.C.L.
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