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Concelhos do distrito: quebra de eleitores faz adivinhar sangria demográfica quase generalizada

Sociedade  »  2021-07-05 

Ainda não são conhecidos os resultados preliminares dos Censos deste ano, mas a crer na diminuição do número de eleitores nos últimos quatro anos, extensiva a quase todo o distrito, o panorama demográfico da região tenderá a agravar-se. Menos gente, mais velhos, menos jovens. Os mais de 20 concelhos do distrito têm, em conjunto, praticamente os eleitores do concelho de Sintra.

 A razia é quase geral: apenas Benavente (à custa de Samora), Salvaterra de Magos e Cartaxo conhecem um ligeiro aumento do número de eleitores nos últimos quatro anos, não sendo estranha esta condição à proximidade geográfica da área metropolitana de Lisboa ou, pelo menos, das suas periferias. No resto a descida é geral, embora no Entroncamento (foto) o valor seja mínimo.

O mapa dos eleitores recenseados foi já publicado em Diário da República e os dados são mais uma vez desanimadores para a região. O distrito de Santarém perde 10 913 eleitores, com Abrantes e Ourém a contribuírem em larga escala para esse cenário de quebra generalizada. Em termos absolutos, as perdas de eleitores foram desta ordem, nestes concelhos: Alcanena (-604), Abrantes (-1649), Tomar (-919), Torres Novas (-834), Golegã (-147), Barquinha (-70), Entroncamento (-130), Ourém (-1423), Constância (-61) e Santarém (-889), também com descidas em todos os restantes, nuns casos menos acentuada (como Almeirim), noutros mais crítica, como na Chamusca, Mação ou Sardoal.

É claro que estes números ganham mais significado se forem vistos na proporção da população de cada concelho e aí sim, Abrantes e Alcanena surgem na frente do pelotão com uma quebra do número de eleitores de 4,9%, cifra relevante por respeitar a um período de apenas quatro anos. Ourém regista uma quebra de 3,3%, a Golegã 2,9%. Tomar, que parece resistir à decadência demográfica que caracteriza Abrantes, tem uma quebra de 2,6%, exactamente igual à de Torres Novas. Na frente, com perda mínima, está o Entroncamento, com uma regressão de apenas 0,7% dos eleitores.

Nos últimos decénios, a hierarquia do número de eleitores e de habitantes dos concelhos do distrito alterou-se ligeiramente: durante muito tempo, no topo estava, e está ainda, Santarém, depois seguia-se Abrantes, Tomar, Ourém e Torres Novas. Actualmente, a Santarém segue-se Ourém, Tomar também ultrapassou Abrantes e Torres Novas continua no quinto posto. Só que, a quebra demográfica em Abrantes sobretudo, e também em Tomar, tem sido tal que estes dois concelhos estão agora praticamente a par de Torres Novas. Isto é, Torres Novas resistiu mais regressão demográfica que Tomar e Abrantes. Há 40 anos, Abrantes tinha cerca de 44 mil habitantes e Torres Novas 37 mil. Hoje estão os dois concelhos em redor do 35 mil habitantes, mas os resultados dos censos deste ano, que estão para breve, dirão com mais clareza o que se passou na última década.

Voltando aos eleitores, a contabilidade oficial assinala agora 40 801 para Ourém, 33 895 para Tomar, 31 614 para Abrantes e 30 745 para Torres Novas. No funda da tabela está o Sardoal, com 3197, mas Constância também não chega aos 4000 (tem 3 309) e Golegã, mesmo com a anexação recente do Pombalinho, não atinge os 5000 eleitores, fixandos-e nos 4 859.

Um país muito desigual

A rede de concelhos portugueses tem praticamente 200 anos, desde que a reforma de Mouzinho da Silveira, em 1835, reduziu os cerca de 1500 municípios aos cerca de 300 actuais (na região, terras como Asseiceira e Atalaia, Ulme ou Pernes, foram concelhos). Daí para cá, tudo mudou no país e no mundo, na economia e na sociedade, mas nada se alterou em termos do desenho dos municípios (a não ser a criação de mais meia dúzia), cujas disparidades demográficas e geográficas chegam ao ponto de termos dezenas de concelhos com pouco mais de 2000 ou 3000 eleitores e outros com 200 mil ou mais de 300 mil, caso de Sintra.

A lista dos municípios com mais eleitores é liderada por Lisboa (476 860), mas Sintra, que está em segundo lugar nacional, deverá dentro de alguns anos ultrapassar a capital, contando actualmente com 322 614. Seguem-se Vila Nova de Gaia (266 945), Porto (206 846), Cascais (178 860), Loures (169 119), Braga (165 888), Almada (151 676), Matosinhos (151 290), Oeiras (147 099), Gondomar (146 114), Amadora (145 361), Guimarães (142 702) e Seixal (142 437 eleitores). Os números dos Censos não deverão alterar esta hierarquia, mas pelo contrário deverão cavar o fosso entre estes e os pequenos municípios do interior, com inferiores percentagens de população jovem (-de 18 anos), que é aquela que se vai somar aos eleitores.

Repare-se em meia dúzia de exercícios comparativos: o concelho de Sintra tem praticamente os mesmos eleitores que o vasto conjunto geográfico dos distritos de Portalegre, Beja e Évora. Aliás, Sintra tem mais eleitores que todos os concelhos do Médio Tejo e tem eleitores em número idêntico ao de todos os dos 21 concelhos do distrito de Santarém.

Portalegre é um distrito em dolorosa sangria demográfica: o distrito inteiro já só tem apenas 94 mil eleitores, tantos como uma cidade periférica do Porto como Valongo, por exemplo, e apenas os concelhos de Portalegre, Ponte de Sôr, Nisa, Elvas e Campo Maior têm mais de 5 mil eleitores. Alter do Chão, Arronches, Avis, Castelo de Vide, Crato, Gavião, Fronteira, Monforte, Sousel e Marvão (a maioria dos municípios do distrito) têm pouco mais de 2000 ou pouco mais de 3000 eleitores, uma escala dificilmente compatível com a possibilidade da existência de um poder local democrático efectivo.

Os concelhos com semelhante dimensão estão espalhados por outros distritos, casos de Mora (3 957 eleitores) ou Mourão (2 149) no distrito de Évora, Castanheira de Pêra (2 522) ou Pedrógão Grande (3 090) em Leiria, Alvito (1 905) em Beja, Vila de Rei (2 740) ou Vila Velha de Ródão (2 813) em Castelo Branco. Beja é também, aliás, um distrito cujos eleitores ou residentes cabiam todos num médio concelho como Setúbal.

No concelho de Torres Novas

No concelho de Torres Novas, quase todas as freguesias apresentam diminuição do número de eleitores: Assentis (-107), Chancelaria (-62), Pedrógão (-103), Riachos (-115), Olaia (-69), Torres Novas S.Pedro (-159), Torres Novas Santa Maria (-80), Zibreira (-38), Brogueira, Alcorochel, Parceiros (-112). Também neste caso, importa referir que o fenómeno de quebra demográfica que vem sendo observado em Pedrógão está mais uma vez visível, com a freguesia a comandar o ranking da quebra de eleitores, 5,6%, praticamente o dobro da média concelhia. O panorama também é complicado na Zibreira e UF Brogueira, Alcorochel, Parceiros, com quebras de 4,6%, e em Assentis e Chancelaria, com diminuição de 4%. Riachos está no meio da tabela, com quebra de 2,5%, enquanto as freguesias da cidade apresentam decréscimos menores, 2,1% (S.Pedro) e 1,1% (Santa Maria). Escapa a este panorama a freguesia de Meia Via, que regista um aumento de 11 eleitores, mas tratando-se de um universo tão pequeno, está por avaliar se se trata de uma tendência inversa ou se o caso tem uma explicação mais fortuita: basta o ingresso de 20 ou 30 pessoas nas chamadas estruturas residenciais para idosos para alterar os números e esconder tendências numa freguesia tão pequena. J.C.L.

 

 

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