Morreu Carlos Ribeiro (Vetê)
Sociedade » 2023-07-07Faleceu esta madrugada, aos 86 anos, Carlos António Ribeiro (Vetê), personalidade de referência da comunidade torrejana das últimas décadas do século XX.
Faleceu esta madrugada, aos 86 anos, Carlos António Ribeiro (Vetê), personalidade de referência da comunidade torrejana das últimas décadas do seculo XX.
Carlos Ribeiro nasceu em Torres Novas a 5 de Janeiro de 1937, numa casa da rua Miguel de Arnide, filho de Maria de Jesus Ribeiro e de António Manuel, Vêtê de alcunha, pedreiro, pioneiro do futebol na vila de Torres Novas que jogou em vários clubes da década de 20 do século XX, nomeadamente no Torres Novas Foot-Ball Club.
Carlos Ribeiro era um rapaz do Rossio, no tempo em que os velhos bairros eram factores de identidade forte e traduziam rivalidades, sobretudo nos jogos de futebol. Por isso, a meninice do pequeno Carlos Ribeiro foi passada tendo como palco de brincadeiras e aventuras o imenso Rossio, que ainda era, a meio década de 40, um dos campos de futebol informal da vila, já que o Almonda Parque havia sido reinaugurado, para a sua segunda vida, em 1945.
Carlos Ribeiro frequentou e concluiu a 4.ª classe em Julho de 1947, na turma da professora Maria José Paulo Marques nas escolas do Salvador. Aos 10 anos começou a trabalhar como marçano da firma Dinis, Sopas e Fernando, Lda e depois, sucessivamente, nos armazéns de Luís Marques Galamba, na loja de Aláudio Lavos. Em 1952 ingressa na empresa Claras e entre 1964 e 1968 está na Somave (FIAT) em Vendas Novas. Regressa a Torres Novas em 1968 para entrar nos quadros da Empresa Industrial de Electricidade do Almonda, passa pela fábrica de Abílio Alexandre Inácio, mas regressa à Central do Caldeirão em 1977 onde permanece até 1997.
Aquele que seria mais tarde, durante décadas, a alma do Rancho Folclórico de Torres Novas começou por ser um desportista, sob influência do pai que o levava pela mão, desde pequeno, aos jogos do Clube Desportivo no Almonda Parque. Em 1949 era praticante de hóquei em campo na equipa da JOC (Juventude Operária Católica), em 1954 estava nas primeiras equipas de juniores do CDTN que disputava os campeonatos distritais. Foi fundador do Tufeiras Futebol Clube, árbitro de hóquei em patins, continuou a jogar futebol na equipa da JOC e voleibol na empresa Claras, integrou durante muitos anos a equipa de veteranos do Desportivo e, ainda nos anos 60, a secção de Pesca Desportiva do CDTN.
Entretanto, aos 11 anos tinha participado na escola do Orfeão Torrejano dirigido pelo padre Maya dos Santos e, mais tarde nas grandes marchas das festas do castelo. O que mudaria a sua vida acontece em 1958, ano em que integra o grupo de pioneiros do Rancho Folclórico de Torres Novas, todavia fundado oficialmente por José António dos Santos, José Mourão, Joaquim Pedrosa Carvalho e Francisco Guimarães, na sequência das marchas populares de 1956 e 1957, apoiadas pela Comissão Pró-Torres Novas. Logo em 1962 Carlos Ribeiro surge na direcção artística do rancho, seria depois dirigente, tocador e bailador, cargos que desempenhou durante meio século, até 2008, com um interregno de três anos entre 1964 e 1967.
A sua permanência tão duradoura enquanto dirigente do Rancho de Torres Novas fez de Carlos Ribeiro um dos nomes mais conceituados do movimento folclorista ribatejano, levando-o a desempenhar múltiplos cargos associativos e de representação institucional. Em centenas de espectáculos, no país e no estrangeiro ao serviço do rancho, foi um dedicado divulgador da etnografia da região.
Entre 1882 e 1986 foi conselheiro técnico do Ribatejo da Federação do Folclore Português, depois da região dos Templários, a seguir dirigente da Associação de Defesa do Folclore dos Templários, e entre 1980 e 1984, conselheiro municipal para a área do folclore e etnografia.
Também nos anos 80/90 foi membro e activista da Associação de Defesa do Património de Torres Novas e da Associação de Amigos dos Museus Torrejanos, tendo desempenhado um papel importante na grande recolha etnográfica que culminou na primeira exposição de etnografia e arqueologia industrial na garagem Claras, em 1986. Em 1990/91 integrou a comissão das comemorações do VIII Centenário do Foral de Torres Novas, na comissão de Etnografia.
Para a “Nova Augusta”, revista de cultura do município de Torres Novas, escreveu mais de uma dezena de artigos sobre cultura popular e folclore e, num regresso à sua infância e juventude recuperou memórias do futebol da vila em publicações com “Torres Novas – outras histórias à volta da bola” e “Imagens e números do futebol juvenil, 1947-2007”.
Em 1996, Carlos Ribeiro foi agraciado pelo município de Torres Novas com a medalha de Mérito Municipal da Cultura.
À família, o JT endereça sentidas condolências.
João Carlos Lopes
Morreu Carlos Ribeiro (Vetê)
Sociedade » 2023-07-07Faleceu esta madrugada, aos 86 anos, Carlos António Ribeiro (Vetê), personalidade de referência da comunidade torrejana das últimas décadas do século XX.
Faleceu esta madrugada, aos 86 anos, Carlos António Ribeiro (Vetê), personalidade de referência da comunidade torrejana das últimas décadas do seculo XX.
Carlos Ribeiro nasceu em Torres Novas a 5 de Janeiro de 1937, numa casa da rua Miguel de Arnide, filho de Maria de Jesus Ribeiro e de António Manuel, Vêtê de alcunha, pedreiro, pioneiro do futebol na vila de Torres Novas que jogou em vários clubes da década de 20 do século XX, nomeadamente no Torres Novas Foot-Ball Club.
Carlos Ribeiro era um rapaz do Rossio, no tempo em que os velhos bairros eram factores de identidade forte e traduziam rivalidades, sobretudo nos jogos de futebol. Por isso, a meninice do pequeno Carlos Ribeiro foi passada tendo como palco de brincadeiras e aventuras o imenso Rossio, que ainda era, a meio década de 40, um dos campos de futebol informal da vila, já que o Almonda Parque havia sido reinaugurado, para a sua segunda vida, em 1945.
Carlos Ribeiro frequentou e concluiu a 4.ª classe em Julho de 1947, na turma da professora Maria José Paulo Marques nas escolas do Salvador. Aos 10 anos começou a trabalhar como marçano da firma Dinis, Sopas e Fernando, Lda e depois, sucessivamente, nos armazéns de Luís Marques Galamba, na loja de Aláudio Lavos. Em 1952 ingressa na empresa Claras e entre 1964 e 1968 está na Somave (FIAT) em Vendas Novas. Regressa a Torres Novas em 1968 para entrar nos quadros da Empresa Industrial de Electricidade do Almonda, passa pela fábrica de Abílio Alexandre Inácio, mas regressa à Central do Caldeirão em 1977 onde permanece até 1997.
Aquele que seria mais tarde, durante décadas, a alma do Rancho Folclórico de Torres Novas começou por ser um desportista, sob influência do pai que o levava pela mão, desde pequeno, aos jogos do Clube Desportivo no Almonda Parque. Em 1949 era praticante de hóquei em campo na equipa da JOC (Juventude Operária Católica), em 1954 estava nas primeiras equipas de juniores do CDTN que disputava os campeonatos distritais. Foi fundador do Tufeiras Futebol Clube, árbitro de hóquei em patins, continuou a jogar futebol na equipa da JOC e voleibol na empresa Claras, integrou durante muitos anos a equipa de veteranos do Desportivo e, ainda nos anos 60, a secção de Pesca Desportiva do CDTN.
Entretanto, aos 11 anos tinha participado na escola do Orfeão Torrejano dirigido pelo padre Maya dos Santos e, mais tarde nas grandes marchas das festas do castelo. O que mudaria a sua vida acontece em 1958, ano em que integra o grupo de pioneiros do Rancho Folclórico de Torres Novas, todavia fundado oficialmente por José António dos Santos, José Mourão, Joaquim Pedrosa Carvalho e Francisco Guimarães, na sequência das marchas populares de 1956 e 1957, apoiadas pela Comissão Pró-Torres Novas. Logo em 1962 Carlos Ribeiro surge na direcção artística do rancho, seria depois dirigente, tocador e bailador, cargos que desempenhou durante meio século, até 2008, com um interregno de três anos entre 1964 e 1967.
A sua permanência tão duradoura enquanto dirigente do Rancho de Torres Novas fez de Carlos Ribeiro um dos nomes mais conceituados do movimento folclorista ribatejano, levando-o a desempenhar múltiplos cargos associativos e de representação institucional. Em centenas de espectáculos, no país e no estrangeiro ao serviço do rancho, foi um dedicado divulgador da etnografia da região.
Entre 1882 e 1986 foi conselheiro técnico do Ribatejo da Federação do Folclore Português, depois da região dos Templários, a seguir dirigente da Associação de Defesa do Folclore dos Templários, e entre 1980 e 1984, conselheiro municipal para a área do folclore e etnografia.
Também nos anos 80/90 foi membro e activista da Associação de Defesa do Património de Torres Novas e da Associação de Amigos dos Museus Torrejanos, tendo desempenhado um papel importante na grande recolha etnográfica que culminou na primeira exposição de etnografia e arqueologia industrial na garagem Claras, em 1986. Em 1990/91 integrou a comissão das comemorações do VIII Centenário do Foral de Torres Novas, na comissão de Etnografia.
Para a “Nova Augusta”, revista de cultura do município de Torres Novas, escreveu mais de uma dezena de artigos sobre cultura popular e folclore e, num regresso à sua infância e juventude recuperou memórias do futebol da vila em publicações com “Torres Novas – outras histórias à volta da bola” e “Imagens e números do futebol juvenil, 1947-2007”.
Em 1996, Carlos Ribeiro foi agraciado pelo município de Torres Novas com a medalha de Mérito Municipal da Cultura.
À família, o JT endereça sentidas condolências.
João Carlos Lopes
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