Amália Moita: morreu uma centenária
Sociedade » 2019-08-28Mais nova de 9 irmãos tinha 101 anos
Há pouco mais de um ano, 18 de Julho de 2018, o JT noticiava que Torres Novas tinha mais uma mulher a atingir a idade de 100 anos: tratava-se de Amália Moita, natural de Alcorochel, aldeia onde sempre viveu, apesar de nas últimas décadas passar temporadas também em Torres Novas, em casa de uma das filhas.
Hoje, quarta-feira pela madrugada, Amália Moita morreu com 101 anos feitos há pouco mais de um mês, nesta cidade. O funeral realiza-se amanhã na sua terra natal, devendo o corpo estar na casa mortuária Alcorochel a partir da tarde de hoje.
Nascida no ano em que acabava a Grande Guerra e num momento em que o país era assolado pela pneumónica, que ceifou milhares de portugueses, Amália Moita atingiu a idade escolar ainda vigorava a Primeira República. Mas, com grande pena, e aliás como acontecera com as suas irmãs, não foi à escola. «Tentei ensiná-la a ler e escrever e era frequente encontrá-la a "ler" o jornal do meu pai...», contava Ana Teresa Fazenda, uma das netas, para quem a sua avó Amália era «especial por ter sido sempre autêntica e nunca ter querido ser outra coisa que não ela própria. Marcou-nos, porque adorava ir à vila, ao invés das mulheres da sua geração, que não viam mais que a aldeia».
Mas, na aldeia da sua infância não havia automóveis, como não havia nas redondezas, e nos céus apareciam os primeiros aeroplanos. Amália Moita assistiu à implantação da electricidade, ao aparecimento da rádio e de todo o desenvolvimento tecnológico posterior, ouviu falar dos horrores da II Guerra Mundial, sobreviveu até à era da televisão, assistiu à conquista do espaço e, mais recentemente, terá vislumbrado o mundo dos telefones móveis, dos computadores e da internet.
Foi casada com Ezequiel Fazenda, um dos últimos senão o último boieiro de Alcorochel, que também era agricultor. Deixa três filhos: José Manuel, Maria Alice e Helena, com quem se encontrava por estes dias e que é proprietária, com o marido, do restaurante Adega Regional (“Manel Dias”). Destes três filhos, Amália Moita assistiu ao nascimento de 8 netos e 12 bisnetos.
Apesar nunca ter ido à escola, sempre foi mulher dotada de muita inteligência, diz uma outra neta, Inês Fazenda. «Gostava de ter sido jornalista. Foi uma mulher do campo que, mal pôde, o trocou pela “vila”. Vinha na carreira das 8h30 para Torres Novas e voltava às 17h para junto do seu marido, que cultivava a terra. Em Torres Novas, falava com quem encontrava, criava os netos e passeava no jardim, de que tanto gostava». Inês recorda que a muitos a sua avó deliciou com o seu arroz doce, com as visitas aos doentes, que tanto gostava de fazer. «Uma mulher simples, que gostava de repartir tudo o que tinha, fossem uvas, maçãs ou nêsperas. Tudo o que tivesse».
Outro aspecto curioso da vida Amália Moita é o facto de ser a mais nova de nove irmãos que, por terem, sete deles, construído casas no mesmo local, deram origem ao Bairro dos Moitas, em Alcorochel, onde por junto criaram 25 filhos. José Moita (“polícia”), Maria do Rosário, Manuel, Joaquim, Antónia, Rosária, Alice e Conceição, eram os seus irmãos e irmãs, todos eles nascidos antes da gripe espanhola e todos sobreviventes a esse período difícil. Todos morreram bastante idosos, mas Amália, a mais nova, teve a felicidade de chegar aos 101 anos de vida.
Segundo o último censo, Portugal tinha cerca de 4000 pessoas com 100 anos ou mais e no concelho de Torres Novas, não sendo possível apurar esses dados com certeza, não existirão mais de uma dezena de “centenários”.
Amália Moita: morreu uma centenária
Sociedade » 2019-08-28Mais nova de 9 irmãos tinha 101 anos
Há pouco mais de um ano, 18 de Julho de 2018, o JT noticiava que Torres Novas tinha mais uma mulher a atingir a idade de 100 anos: tratava-se de Amália Moita, natural de Alcorochel, aldeia onde sempre viveu, apesar de nas últimas décadas passar temporadas também em Torres Novas, em casa de uma das filhas.
Hoje, quarta-feira pela madrugada, Amália Moita morreu com 101 anos feitos há pouco mais de um mês, nesta cidade. O funeral realiza-se amanhã na sua terra natal, devendo o corpo estar na casa mortuária Alcorochel a partir da tarde de hoje.
Nascida no ano em que acabava a Grande Guerra e num momento em que o país era assolado pela pneumónica, que ceifou milhares de portugueses, Amália Moita atingiu a idade escolar ainda vigorava a Primeira República. Mas, com grande pena, e aliás como acontecera com as suas irmãs, não foi à escola. «Tentei ensiná-la a ler e escrever e era frequente encontrá-la a "ler" o jornal do meu pai...», contava Ana Teresa Fazenda, uma das netas, para quem a sua avó Amália era «especial por ter sido sempre autêntica e nunca ter querido ser outra coisa que não ela própria. Marcou-nos, porque adorava ir à vila, ao invés das mulheres da sua geração, que não viam mais que a aldeia».
Mas, na aldeia da sua infância não havia automóveis, como não havia nas redondezas, e nos céus apareciam os primeiros aeroplanos. Amália Moita assistiu à implantação da electricidade, ao aparecimento da rádio e de todo o desenvolvimento tecnológico posterior, ouviu falar dos horrores da II Guerra Mundial, sobreviveu até à era da televisão, assistiu à conquista do espaço e, mais recentemente, terá vislumbrado o mundo dos telefones móveis, dos computadores e da internet.
Foi casada com Ezequiel Fazenda, um dos últimos senão o último boieiro de Alcorochel, que também era agricultor. Deixa três filhos: José Manuel, Maria Alice e Helena, com quem se encontrava por estes dias e que é proprietária, com o marido, do restaurante Adega Regional (“Manel Dias”). Destes três filhos, Amália Moita assistiu ao nascimento de 8 netos e 12 bisnetos.
Apesar nunca ter ido à escola, sempre foi mulher dotada de muita inteligência, diz uma outra neta, Inês Fazenda. «Gostava de ter sido jornalista. Foi uma mulher do campo que, mal pôde, o trocou pela “vila”. Vinha na carreira das 8h30 para Torres Novas e voltava às 17h para junto do seu marido, que cultivava a terra. Em Torres Novas, falava com quem encontrava, criava os netos e passeava no jardim, de que tanto gostava». Inês recorda que a muitos a sua avó deliciou com o seu arroz doce, com as visitas aos doentes, que tanto gostava de fazer. «Uma mulher simples, que gostava de repartir tudo o que tinha, fossem uvas, maçãs ou nêsperas. Tudo o que tivesse».
Outro aspecto curioso da vida Amália Moita é o facto de ser a mais nova de nove irmãos que, por terem, sete deles, construído casas no mesmo local, deram origem ao Bairro dos Moitas, em Alcorochel, onde por junto criaram 25 filhos. José Moita (“polícia”), Maria do Rosário, Manuel, Joaquim, Antónia, Rosária, Alice e Conceição, eram os seus irmãos e irmãs, todos eles nascidos antes da gripe espanhola e todos sobreviventes a esse período difícil. Todos morreram bastante idosos, mas Amália, a mais nova, teve a felicidade de chegar aos 101 anos de vida.
Segundo o último censo, Portugal tinha cerca de 4000 pessoas com 100 anos ou mais e no concelho de Torres Novas, não sendo possível apurar esses dados com certeza, não existirão mais de uma dezena de “centenários”.
![]() A obra começou logo com a promessa da brevidade aposta em cartaz. Andou uns meses. Depois, subitamente, parou. A promessa foi redobrada com novo cartaz e novas desculpas. Passaram mais meses, nada mexe. Ninguém diz nada. Um trambolho a atravancar o trânsito num sítio sensível. |
![]() Entre as paredes do super Docemel e da antiga ourivesaria Campião, no principal eixo de atravessamento da cidade, crescem ervas já arbustos mais altos que uma pessoa. Aliás, como noutras ruas da cidade. É o corredor ecológico urbano, uma inovação conceptual que alia a estética da cidade moderna ao bucolismo do campo, dois em um. |
![]()
Pode parecer duro o título escolhido para esta apreciação à proposta de revisão do Plano Diretor Municipal. Numa primeira vista de olhos, a proposta de plano traz uma espécie de bondade voluntariosa na definição do desenho e do regulamento do PDM, muito para muitos em muitos lados. |
![]()
Foi na passada terça-feira que o Movimento Pela Nossa Terra apresentou os principais candidatos às autárquicas de 12 de Outubro, na presença de alguns apoiantes e sob a batuta de António Rodrigues, o mandatário do movimento. |
![]() Sem qualquer cisão aparente com o passado recente (há aliás candidatos que ditam a continuidade do actual executivo), a verdade é que a candidatura de José Trincão Marques carrega uma sensação de mudança. |
![]() As candidaturas de Tiago Ferreira à Câmara e a de André Valentim à Assembleia Municipal de Torres Novas eram já conhecidas. Hoje, dia 5 de Julho, foram apresentados os cabeças de lista a nove das dez freguesias do concelho e ainda a equipa que acompanha Tiago Ferreira na corrida à Câmara Municipal. |
![]() O Município de Torres Novas vai promover, ao longo do dia 8 de Julho, um programa de comemorações para assinalar os 40 anos da elevação a cidade (1985-2025). A iniciativa tem início às 9h30, junto à Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, com o hastear da bandeira ao som do hino de Torres Novas. |
![]() A maioria socialista da Câmara Municipal de Torres Novas fez aprovar na reunião extraordinária de ontem, segunda-feira, um pacote de galardões honoríficos a pessoas e instituições do concelho, mas as deliberações foram tecnicamente nulas por não cumprirem o estipulado no próprio regulamento municipal em vigor. |
![]() A Fótica, emblemática loja do centro histórico de Torres Novas, entrou da melhor maneira neste Verão, com mais uma iniciativa de promoção do comércio tradicional que realizou na passado sábado, dia 21, exactamente o dia do solstício. |
![]() A assembleia de aderentes do Bloco de Esquerda no concelho de Torres Novas reuniu no passado dia 10 de Junho, tendo sido "objectivo central dessa sssembleia debater a constituição das listas a apresentar nas próximas eleições para as autarquias locais e votar os nomes de quem vai encabeçar as listas à Câmara Municipal e Assembleia Municipal”, começa por informar a nota de imprensa bloquista. |