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Testemunha dos tempos - maria augusta torcato

Opinião  »  2022-09-23  »  Maria Augusta Torcato

"“Um jornal é testemunha (…) apresenta testemunhos do tempo e dos tempos. E é indispensável o olhar. Um olhar múltiplo e plural. Que registe. Que anote. Que analise. Que questione."

Um jornal testemunha. É um dos seus papéis. E espera-se um papel ativo na observação, na análise e na intervenção do que está à sua volta, próximo e distante.

O JT completa 29 anos com publicações ininterruptas ao longo deste tempo. Não é coisa para todos os jornais.

É muito tempo a enfrentar mudanças, dificuldades, barreiras, desilusões, más vontades e ausências delas. É muito tempo, porque hoje os tempos estão diferentes e apenas o ato de sobrevivência já é uma odisseia. Só quem olha, observa atentamente e se preocupa, ou vivencia, nem que seja um bocadinho, percebe o quanto está difícil a simples e básica sobrevivência. E há algumas décadas não era a sobrevivência por que se lutava, era por desenvolvimento, por ir mais longe. A luta pela sobrevivência talvez tivesse cá estado sempre, mas parece que houve uma altura em que se davam asas aos sonhos e, quer se acredite quer não, muitos deles vieram a realizar-se. Pensou-se, quiçá, que depois o que era necessário era fazer ajustamentos ao voo, até para não se subir em demasia, qual Ícaro, mas, afinal, talvez nunca tenhamos saído do chão e, agora, parece mesmo que nos vamos todos afundando. Movemo-nos em terrenos pantanosos e, por muito que bracejemos, não saímos do mesmo sítio e o lodo cada vez nos afunda mais. Com a imprensa é a mesma coisa. E então a imprensa local e regional parece que ainda padece mais. Afinal, apregoa-se tanto a necessidade de proximidade, de sentido de pertença, de identificação e, depois, nada se cumpre assim. A outra imprensa, a dita grande e de abrangência nacional e internacional, no fundo e no fim, parece que contribui muito pouco para que saiamos do pântano. Basta pensar nesta semana louca em que se cumprem as exéquias de uma rainha. Nem vou dizer mais nada. O assunto já ocupou espaço e tempo em demasia. Como é possível isto acontecer com órgãos que têm uma missão tão nobre e com tantas responsabilidades sociais? Que nos sirva para todos refletirmos.

Voltemos ao JT e à sua resiliência, como quem diz, à resiliência de alguns, dos mesmos de sempre, e que têm estado empenhados em trazer, ao longo destes anos, o JT junto dos seus leitores, dos seus conterrâneos, dos seus vizinhos concelhios. E que primam por um olhar atento, analítico, crítico e interventivo, não se conformando com o adormecimento humano, com esta alienação social que, inevitavelmente, nos depositará, no fundo do pântano, de braços bem quietinhos.

Para o João Carlos e a Inês, e os restantes colaboradores do JT, o meu abraço e o meu agradecimento por aí permanecerem, por não desistirem e procurarem envolver as pessoas, informando, estando atentos, chamando a atenção para o que passa muitas vezes despercebido. E também por gostarem da vossa “terra”, da vossa região, e não abdicarem de dar o vosso contributo para a sua melhoria, desenvolvimento, afirmação e reforço da identidade, mesmo que isso, algumas vezes, não saia “barato”. É preciso continuar a abanar. É preciso continuar a olhar. É preciso continuar a partilhar. É preciso continuar. E continuar a não desistir.

Por mim, agradeço a possibilidade de ter voz, sempre em liberdade, e de a partilhar no JT. Nem sempre com a regularidade que deveria, mas talvez não seja tão resiliente.

Para os leitores do JT, um agradecimento por aí estarem também. E também uma exortação: Não desistam de estar aí. Mantenham-se e tragam mais. “Espalhem as notícias”. Não abdiquem de olhar e participar. Não se deixem alienar da construção de um mundo melhor, que começa na nossa casa e na terra onde vivemos. Se todos participarem um bocadinho, estará garantida a participação de todos e teremos, aí sim, um mundo melhor. Que começa à nossa porta.

Um jornal é testemunha. Um jornal, com as suas publicações, apresenta testemunhos do tempo e dos tempos. E é indispensável o olhar. Um olhar múltiplo e plural. Que registe. Que anote. Que analise. Que questione. Que leve a pensar. Que venha a partilhar e leve outros a olhar. Quando esse olhar desaparecer, é sinal que também nós desaparecemos, mesmo que não tenhamos dado por isso!

Parabéns JT, por estes 29 anos! E obrigada por poder fazer parte de alguns! E que tal somarmos mais 29? De forma ininterrupta, claro!

 



 

 

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