• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Sexta, 26 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Seg.
 19° / 10°
Períodos nublados
Dom.
 18° / 6°
Períodos nublados com chuva fraca
Sáb.
 18° / 8°
Períodos nublados com chuva fraca
Torres Novas
Hoje  18° / 11°
Céu nublado com chuva fraca
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Ano novo, vida nova…

Opinião  »  2016-01-06  »  Maria Augusta Torcato

"DO RIO E DAS MARGENS"

De promessas está o inferno cheio. Mas eu prometo-me, para este novo ano, perder os dez quilos que pus no ano velho, praticar semanalmente exercício físico, escolher alimentos mais saudáveis e arranjar tempo para mim, para ser feliz. Tempo. Tempo e dinheiro. Será? Não me parece. Um ano acaba e outro começa, ou então o ano velho continua com um recomeço de calendário, mascarando-se de novo.

Todos nós precisávamos de iniciar um novo ano. Um novo ano mesmo! Até a algumas semanas, eu ainda acreditava que poderíamos ter um novo ano, no entanto, o ano ainda agora nasceu e já parece envelhecido. O simples facto de se ter pensado e desejado, tão sentidamente, um novo ano cansou, já cansou. Mais não vai ser do que a continuidade do que existia. O novo ano nada terá de novo e a nova vida continuará velha. Dir-se-á que esta atitude não é assertiva, não contribuirá para a mudança, para o novo. Mas esta postura advém da consciência das coisas, da consciência da realidade que nos envolve e que provoca descrença, frustração e desânimo. Provoca dor. Dor psicológica. Dor emocional.

Ele são tantos milhões, tantos milhões de euros para os bancos, bastos de malfeitorias e outros danos que nem sei explicar. Ele são tantos milhões, tantos milhões para contratos de programação futebolística. Ele é tão vergonhoso que se discutam uns míseros quinhentos e poucos euros para o ordenado mínimo nacional. Ele é tão vergonhoso que haja mortes injustificáveis nos hospitais e não só, por falta de dinheiro. Ele é tão triste que os nossos jovens não consigam realizar-se no seu país e tenham de emigrar. Ele é tão triste que sejam os pais e os avós a garantirem a sobrevivência de filhos e netos. Ele é tão revoltante que haja quem perdeu as suas casas para os bancos, por não conseguir pagar e, agora, tem de pagar as perdas desses malfadados bancos. Ele são tão desprezíveis os jogos políticos que não servem o povo nem o país. Ele é tão repugnante a falta de vergonha de alguns que representam o povo, tratando-o como ignorante e burro de carga.

Mas é um ano novo. E, definitivamente, não vale a pena alimentar crenças exteriores a nós. Não vale a pena alimentar crenças em regressos de D. Sebastião. “É em nós que é tudo”. Assim, acredito que o ano novo vai ser novo. A inquietude e a consternação produzirão as mudanças individuais e coletivas. Os ciclos são momentos e a seguir à mirração vem então o crescimento. Cada um de nós encontrará a sua razão de ser, participará na construção de uma sociedade mais justa, equitativa e livre. Livre no sentido da assunção de cada um de nós, na possibilidade de escolha, na capacidade analítica e crítica, na intervenção cívica, no prazer de ser e estar consigo e com os outros. Eu não vou abdicar do meu papel. Eu não vou abdicar de acreditar no cumprimento do papel de cada um. E, quando assim for, cuidem-se os banqueiros, cuidem-se os políticos, cuidem-se os que representam o povo. Cuidem dos seus papéis, pois nós, todos nós, não queremos nada menos do que aquilo a que temos, definitivamente, direito. Acredito, acredito, deveras, num novo ano. Novo ano novo!

 

 

 Outras notícias - Opinião


O miúdo vai à frente »  2024-04-25  »  Hélder Dias

Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia »  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia

A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva.
(ler mais...)


Caminho de Abril - maria augusta torcato »  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato

Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável.
(ler mais...)


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias
 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato Caminho de Abril - maria augusta torcato
»  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia
»  2024-04-25  »  Hélder Dias O miúdo vai à frente
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia