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Cenas quentes

Opinião  »  2009-02-12  »  AnabelaSantos

Há anos. A revista semanal, esperada com nervosismo era a Maria. Com secção de correio dos leitores. Consultório sentimental. Onde uma conselheira inventava histórias. E dava respostas que iam acalmar. As íntimas excitações dos leitores. Aos poucos as publicações foram-se multiplicando. Cada vez mais ousadas. E hoje enchem por completo as paredes dos quiosques de jornais. José António Saraiva, na revista ”Tabú” de 7de Fevereiro de 2009, tem um artigo cheio de interesse que vale a pena analisar. Conta ele que o movimento produz energia. E ao atingir a velocidade da luz. Ele próprio se transforma em luz. A energia de um carro em andamento, cresce ao quadrado do aumento da velocidade. Vem isto a propósito de se verificar, que à medida que o tempo avança, o progresso anda cada vez mais depressa. Deste modo. Já não somos nós que comandamos o progresso, mas o progresso que nos escraviza a nós.

O homem perde capacidade de controlar o que ele próprio criou.

Ainda não dominamos por completo o último telemóvel comprado. E já estamos atrasados três ou quatro modelos que o ultrapassam. Vai havendo uma selecção natural de capacidades que aos poucos vai deixando pelo caminho os menos aptos. E assim, há gestores que deixam empregos e vão para o campo mudar de vida. São os que sentindo-se incapazes, andam a vaguear por consultas de psiquiatria. São os que ficam diante de um computador dias seguidos. Mergulhados numa realidade virtual. E isto sem falarmos das clivagens geracionais. Aos 35 anos – e cito José António Saraiva – não falam a linguagem dos filhos. Gente normal, mantendo com a realidade uma relação normal, é quase uma raridade.

Não admira pois que o consumo de antidepressivos e drogas, leves ou duras, são sinais de grave doença da civilização. Até onde é possível aguentar o ritmo? A crise actual é o sinal, de que não é possível manter uma aceleração sem limites.

Não admira pois, que a necessidade de mostrar originalidade. A necessidade de se excluir a ultrapassar tabus, seja cada vez maior.

Só que a exploração dos tabus humanos, tem limites mais curtos. Que as tecnologias. Até se atingir o ponto de pensar, que os comportamentos de vanguarda, são os que se revelam incompatíveis com o passado.

Se sou intolerante com um comportamento homossexual, tenho, contra as minhas convicções. De suportar que o papa seja desenhado pelos cartoonistas com um preservativo no nariz. Quando a senilidade do dono da Playboy entende que está na crista da vaga. Porque paga a ”coelhinhas” para se despirem. E quando tudo isso não chega. Ou porque a sexualidade dos criativos. Atinge os limites do patológico. Explodindo até à saturação, para a exibição pública. Destruindo a estrutura psicológica de cada um. Ao desfazer-lhe a intimidade. Já não chega a Playboy. Nem sucedâneos eróticos das revistas Marias.

Então, como refere um artigo de 7 de Fevereiro de 2009, ”as cenas lésbicas vieram para ficar”. E vá de falar da Dalila Carmo em ”Equador”, de Leonor Seixas em ”Paixões Proibidas”, de Soraia Chaves no ”Crime do Padre Amaro” ou Helena Laureano em ”Alves dos Reis”.

O corpo humanos tem limites. O seu uso tem fronteiras. E se a liberdade de o usar é uma decisão de cada um. É um direito irrecusável.

Porém, uma análise tranquila do panorama que nos rodeia. Leva-nos a interrogar se não estamos perante sintomas de desegração psicológica. É necessário na vida de hoje sobreviver. E os níveis consumistas exigem custos cada vez mais altos. Não admira pois que as pessoas se exponham. Desde que bem pagas. Que tenham que se publicitar nas revistas cor-de-rosa. Entre a intransigência do Islão e a promiscuidade dos senhores da pedofilia. Ou dos desvios comportamentos mentais, dos orgasmos que só se atingem por defecação oral. Um enorme campo de estudo ou de meditação. Como o de avaliar os limites, de que nos fala. José António Saraiva.

 

 

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