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A hidra

Opinião  »  2009-12-18  »  Santana-Maia Leonardo

Durante dezenas de anos, fruto da maneira de ser muito portuguesa do ”deixa andar” e do ”fingir que não se vê”, aliada à novel cultura pós-modernista de que o dinheiro faz a felicidade, a corrupção foi-se espalhando por todo o tecido social e em progressão geométrica. Só que as coisas chegaram a um tal ponto, em que o cheiro é já tão nauseabundo, que o ar se tornou irrespirável. E é já sem surpresa e com naturalidade que todos os dias assistimos a esta implosão de novos escândalos.

E, como está à vista de todos, o poder autárquico é um terreno fértil à propagação da doença. A corrupção é, sem qualquer dúvida, o imposto mais caro que os portugueses pagam. E hoje as autarquias locais são as principais fontes de corrupção, sendo o urbanismo uma área de enriquecimento ilícito incontrolável.

Como dizia Schilling, «a política serve para ajudar os amigos, prejudicar os inimigos e aplicar as leis aos que nos são indiferentes». E é no cumprimento desta velha máxima, que o dinheiro público é utilizado para silenciar consciências, eliminar adversários e colocar homens de mão à frente das diferentes associações, órgãos de comunicação e instituições. Ou seja, a torneira autárquica e governamental abre ou fecha, consoante se seja amigo ou inimigo. Mas o que é mais revoltante e aviltante em todo este processo é a forma humilhante, sabuja e conformada como a maioria das pessoas aceita vergar-se ao peso dos poderosos (ou seja, os detentores do poder) para comer as migalhas que vão caindo do prato (o empregozito, o licenciamento da obra, o muro, o subsídio, etc.).

É certo que o voto é secreto. Mas ninguém consegue ser vertical no momento de votar quando chega à cabine de voto com uma tão grande curvatura nas costas. Quem vive de cócoras é incapaz de votar direito.
 

2. Os discípulos do Zé da Cachoeira

O que distingue Abrantes das outras terras não é haver articulistas de latrina e blogues anónimos que se comprazem unicamente a dizer mal de toda a gente, nem tão pouco haver gente anónima que os lê. O que me surpreende em Abrantes é constatar que esses articulistas de latrina e esses blogues anónimos têm audiência nas auto-intituladas elites bem pensantes cá do burgo que se condicionam, motivam e formam a sua opinião a partir deles. Na verdade, fico estupefacto quando leio ou ouço certas pessoas darem por adquirido ou discutirem coisas que leram nesses locais de culto da má-língua, para mais quando as ouço ficarem indignadas com as mentiras que aí se escrevem quando são elas as visadas… Ou seja, quando são elas as visadas, indignam-se com as mentiras e as calúnias; quando são os outros, dão os factos por adquiridos, comentam-nos e divulgam-nos.
 

3. A formação desportiva

Numa das últimas reuniões da Câmara de Abrantes, votei favoravelmente o regulamento de apoio às associações desportivas, porque tenho a perfeita consciência de que estes apoios são essenciais para a sobrevivência destas associações. No entanto, não posso deixar de registar, mais uma vez, o meu desencanto por constatar que a Câmara continua a olhar para a formação desportiva apenas do ponto de vista competitivo.

Para mim, só faz sentido apoiar a formação desportiva, se se colocar a tónica, obviamente, mais na formação do atleta como homem do que na formação do homem como atleta. Era, neste campo, precisamente, que as nossas colectividades se deviam empenhar e procurar a sua verdadeira vocação porque, mais importante do que ganhar campeonatos distritais e da terceira divisão, é formar homens e mulheres com letra grande. E, aqui sim, todo o dinheiro é bem gasto. Não há melhor investimento, nem investimento mais reprodutivo, do que nas infra-estruturas humanas.

Por isso, defendo que as Câmaras deveriam, por um lado, aumentar os apoios dos clubes que tivessem a segunda equipa da mesma categoria nos escalões de formação (por forma a incentivar os clubes a servir todos os jovens que querem praticar desporto e não apenas a seleccionar os melhores) e, por outro, penalizar as colectividades cujos dirigentes, treinadores, pais e jogadores demonstrassem má conduta desportiva (dando, assim, um sinal inequívoco de que a ética desportiva era um valor essencial para o município). Se queremos uma sociedade de valores, este é o único caminho.

http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente

 

 

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