O Governo e a CP/REFER, mantêm a estação ferroviária do Entroncamento em completo abandono e desleixo, com onze passagens de nível, sem guarda, na terra que foi o principal centro ferroviário do país, aonde passam diariamente dezenas de comboios, alguns a alta velocidade e aonde podem morrer pessoas a qualquer momento!

Nesta crise que os ”senhores do dinheiro” criaram aos portugueses, ao mesmo tempo que sacam o abono de família a milhares de crianças e jovens, distribuem milhões de dividendos, antecipados, aos banqueiros e milionários e tudo em nome da ”Democracia representativa”, ”eles” que só são democratas na altura da caça ao voto, como aconteceu nas eleições presidenciais de 23 de Janeiro de 2011, onde prometeram tudo, mas nada vão cumprir, ou seja, apenas, querem os ”tachos” para obterem mais uns pecúlios para aumentarem as suas fortunas pessoais. E tudo em nome do mercado e dos negócios. E o povão que se lixe!

Afinal, antes das eleições autárquicas de 2009, foi amplamente divulgado, pela Câmara Municipal, uma ”Estratégia de Desenvolvimento 2020 e Plano de Acção 2013 para o Entroncamento” encomendado ao economista e ex-Ministro do Governo/PS, Augusto Mateus, para o qual o Município pagou 55.000,00 euros + IVA, acrescido de 850,00 euros + IVA, para apresentação do dito Plano, pelo seu autor, na Residencial Gameiro.

Em 2009, o Governo central, pela voz da Secretária de Estado, Ana Paula Vitorino (que agora transitou para Deputada, na AR), quando veio ao Entroncamento discursar na inauguração do Monumento ao Ferroviário, prometeu, para 2010, o arranjo da estação. Agora, outras pessoas, no Governo, dizem que a segurança em cima das linhas férreas está garantida, porque há avisos sonoros e de trabalhadores da REFER com bandeiras na mão!

Ora, a insegurança é uma evidência!

Esta situação, aqui no Entroncamento, permanece porque têm sido do ”Centrão” (PS+PSD), os políticos que têm governado o país e o Município há mais de 30 anos. E este modelo de ”Democracia representativa” já demonstrou que não serve para encontrar as pessoas que cumpram o que prometem na gestão da vida pública. Lamentavelmente, os outros modelos já ensaiados de ”Democracia popular” ou ”Ditadura” também mostraram que não servem. Com estas ”gentes” nos poderes locais e centrais, o Entroncamento tornar-se-á, brevemente, um mero apeadeiro!

Continuo à espera de poder participar nas anunciadas manifestações a favor da segurança na Estação!

Aliás, convém lembrar que esta cidade do comboio foi a mais atingida pelas decisões dos políticos a partir dos anos 80 que menosprezaram o transporte ferroviário, a favor de uma rede de auto estradas e do automóvel individual.

As habitações antigas dos ferroviários foram abandonadas e o próprio Grupo Desportivo Ferroviário desapareceu, deixando, apenas, as paredes nuas da sua sede social que se mantém por reconstruir.

Da actividade ferroviária, cá no Entroncamento, apenas nos resta ver passar os comboios...!