Com tanta feira e festa, só bailar é que nos resta - antónio mário santos
Opinião » 2023-04-11 » António Mário Santos"“Todas as acusações dos comunicados político-partidários do BE e do PSD são maledicência venenosa de gente mal formada. "
Estava eu a pensar em que mentira iria esbarrar em um de Abril, quando um amigo distante me mandou um e-mail a lembrar-me que no livrinho vermelho Mao-Tse-Tung, que muita carnificina provocou na facção mais moderada do comunismo chinês, definia «o mundo como um ovo, parte-se, agita-se, e fica tudo amarelo».
Eu tinha congeminado a notícia de que a Renova eliminara a estrutura metálica com que definira a posse da nascente do rio Almonda. Creio que seria capaz de ser aceite como verdadeira por muito bom torrejano, e actuaria, como um xanax, na acalmia do nervoso miudinho que, nas últimas semanas, transformou os vereadores socialistas do executivo municipal de Torres Novas em psicóticos espreitadores atrás dos resposteiros, ou desconfiados dos olhares vigilantes por detrás das buracos das fechaduras das portas dos seus gabinetes.
A verdade é que o Março Marçagão, de manhã inverno, de tarde verão, dum momento para o outro transformou o que lhes parecia ser uma chaleira dos desejos dos contos das mil e uma noites num pesadelo como na armada lusa o do navio Mondego. Este, mal se moveu, foi obrigado a pedir socorro, por muito que o seu almirante-mor discursasse para a nação sobre a disciplina e o cumprimento do dever, nem que seja para continuar a história trágico-marítima da herança lusa.
O executivo camarário socialista, por seu lado, ainda que muito fotografado em pantagruélico repasto do lançamento do festival do cabrito que, mais uma vez, sem o provar paguei, de facto sentiu a ingratidão térmica de Março com difíceis digestões, que não só leva a acidentes de viação por ofício, como a uma lentidão no raciocínio. Daí a leveza com que assumiram as canhestras justificações que foram dando sobre a inesperada surtida da Polícia Judiciária ao departamento do urbanismo, com as consequências, por ora provisórias, de todo o concelho conhecidas. Presidente e vice-presidente a demarcarem-se da responsabilidade dos actos de possível corrupção dos seus funcionários, como se o gabinete não fosse da sua orientação e controlo, e os funcionários, judicialmente suspensos, trabalhassem num qualquer gabinete privado. E, para ainda maior azia dos repastos municipais, o PSD, pelo seu vereador, pede a demissão do vice-presidente autárquico; e o Bloco de Esquerda exige que seja feita uma auditoria técnica ao departamento do urbanismo. Fica-se, por enquanto, na altura em que escrevo, sem saber o que pensa, mas acredito que vai tomar posição - o vereador do Movimento P’la Nossa Terra. Só me parece estranho, neste primeiro de Abril pouco límpido, o silêncio autista do Partido Socialista (que até tem um deputado do concelho na Assembleia da República) qual sapatinho de cristal da Gata Borralheira que ainda não encontrou a folha de papel para descobrir o pé em que irá caber o seu acto de manifesto repúdio das invencionices dos mal intencionados do costume.
A minha peta do primeiro de Abril bateu com os costados no chão urbano da cidade, onde pedalam velocíssimos os desenhos das rotas ciclistas que os automóveis seguem com fervor.
Hoje, 2 de Abril, o Almonda é um rio público, mas continua, na nascente, cercado e dito como propriedade privada.
O município continua isento dos pecados de corrupção, porque o programa anticorrupção funciona regularmente, os casos que se deram são culpa de outrem, nada tem com quem dirige, controla, orienta, selecciona, nomeia, decide.
Todas as acusações dos comunicados político-partidários do BE e do PSD são maledicência venenosa de gente mal formada - quem muitas pedras atira, deve ver se não parte os próprios vidros.
O festival do cabrito é promoção turística de algo que já praticamente desapareceu da pastorícia concelhia, mas o cozinhado não indica a origem, os cozinheiros são gente que sabe da poda, a experiência municipal é um selo de segura garantia.
Fico-me, pois, pela sentença maoista do ovo da intenção chinesa de transformar o mundo capitalista dominado pelos EUA num mundo de formigueiro colectivista bem estruturado e regulado pelos guardas da mente, sem ignorar no oposto capitalista, o julgamento do impoluto Trump pela justiça americana e o regresso do genial Bolsonaro ao Brasil que não conseguiu transformar, como sonhara, numa ditadura da extrema-direita militar.
Resta-me o vira o disco e toca o mesmo nesta feira cabisbaixa, que o poeta Alexandre O’Neill satirizava, com a triste realidade de que o 1.º de Abril é como o problema da habitação: a verdade é uma ilusão que a mentira legalizada sufoca, se não rasparmos o lixo publicitário com que esta última se disfarça.
Em 25 talvez se volte à esperança do que há quase 49 se sonhou e, com o tempo, se foi transformando num mais que mentiroso Primeiro de Abril: um lugar onde a corrupção seja eficazmente combatida.
Com tanta feira e festa, só bailar é que nos resta - antónio mário santos
Opinião » 2023-04-11 » António Mário Santos“Todas as acusações dos comunicados político-partidários do BE e do PSD são maledicência venenosa de gente mal formada.
Estava eu a pensar em que mentira iria esbarrar em um de Abril, quando um amigo distante me mandou um e-mail a lembrar-me que no livrinho vermelho Mao-Tse-Tung, que muita carnificina provocou na facção mais moderada do comunismo chinês, definia «o mundo como um ovo, parte-se, agita-se, e fica tudo amarelo».
Eu tinha congeminado a notícia de que a Renova eliminara a estrutura metálica com que definira a posse da nascente do rio Almonda. Creio que seria capaz de ser aceite como verdadeira por muito bom torrejano, e actuaria, como um xanax, na acalmia do nervoso miudinho que, nas últimas semanas, transformou os vereadores socialistas do executivo municipal de Torres Novas em psicóticos espreitadores atrás dos resposteiros, ou desconfiados dos olhares vigilantes por detrás das buracos das fechaduras das portas dos seus gabinetes.
A verdade é que o Março Marçagão, de manhã inverno, de tarde verão, dum momento para o outro transformou o que lhes parecia ser uma chaleira dos desejos dos contos das mil e uma noites num pesadelo como na armada lusa o do navio Mondego. Este, mal se moveu, foi obrigado a pedir socorro, por muito que o seu almirante-mor discursasse para a nação sobre a disciplina e o cumprimento do dever, nem que seja para continuar a história trágico-marítima da herança lusa.
O executivo camarário socialista, por seu lado, ainda que muito fotografado em pantagruélico repasto do lançamento do festival do cabrito que, mais uma vez, sem o provar paguei, de facto sentiu a ingratidão térmica de Março com difíceis digestões, que não só leva a acidentes de viação por ofício, como a uma lentidão no raciocínio. Daí a leveza com que assumiram as canhestras justificações que foram dando sobre a inesperada surtida da Polícia Judiciária ao departamento do urbanismo, com as consequências, por ora provisórias, de todo o concelho conhecidas. Presidente e vice-presidente a demarcarem-se da responsabilidade dos actos de possível corrupção dos seus funcionários, como se o gabinete não fosse da sua orientação e controlo, e os funcionários, judicialmente suspensos, trabalhassem num qualquer gabinete privado. E, para ainda maior azia dos repastos municipais, o PSD, pelo seu vereador, pede a demissão do vice-presidente autárquico; e o Bloco de Esquerda exige que seja feita uma auditoria técnica ao departamento do urbanismo. Fica-se, por enquanto, na altura em que escrevo, sem saber o que pensa, mas acredito que vai tomar posição - o vereador do Movimento P’la Nossa Terra. Só me parece estranho, neste primeiro de Abril pouco límpido, o silêncio autista do Partido Socialista (que até tem um deputado do concelho na Assembleia da República) qual sapatinho de cristal da Gata Borralheira que ainda não encontrou a folha de papel para descobrir o pé em que irá caber o seu acto de manifesto repúdio das invencionices dos mal intencionados do costume.
A minha peta do primeiro de Abril bateu com os costados no chão urbano da cidade, onde pedalam velocíssimos os desenhos das rotas ciclistas que os automóveis seguem com fervor.
Hoje, 2 de Abril, o Almonda é um rio público, mas continua, na nascente, cercado e dito como propriedade privada.
O município continua isento dos pecados de corrupção, porque o programa anticorrupção funciona regularmente, os casos que se deram são culpa de outrem, nada tem com quem dirige, controla, orienta, selecciona, nomeia, decide.
Todas as acusações dos comunicados político-partidários do BE e do PSD são maledicência venenosa de gente mal formada - quem muitas pedras atira, deve ver se não parte os próprios vidros.
O festival do cabrito é promoção turística de algo que já praticamente desapareceu da pastorícia concelhia, mas o cozinhado não indica a origem, os cozinheiros são gente que sabe da poda, a experiência municipal é um selo de segura garantia.
Fico-me, pois, pela sentença maoista do ovo da intenção chinesa de transformar o mundo capitalista dominado pelos EUA num mundo de formigueiro colectivista bem estruturado e regulado pelos guardas da mente, sem ignorar no oposto capitalista, o julgamento do impoluto Trump pela justiça americana e o regresso do genial Bolsonaro ao Brasil que não conseguiu transformar, como sonhara, numa ditadura da extrema-direita militar.
Resta-me o vira o disco e toca o mesmo nesta feira cabisbaixa, que o poeta Alexandre O’Neill satirizava, com a triste realidade de que o 1.º de Abril é como o problema da habitação: a verdade é uma ilusão que a mentira legalizada sufoca, se não rasparmos o lixo publicitário com que esta última se disfarça.
Em 25 talvez se volte à esperança do que há quase 49 se sonhou e, com o tempo, se foi transformando num mais que mentiroso Primeiro de Abril: um lugar onde a corrupção seja eficazmente combatida.
30 anos: o JT e a política - joão carlos lopes » 2024-09-30 » João Carlos Lopes Dir-se-ia que três décadas passaram num ápice. No entanto, foram cerca de 11 mil dias iguais a outros 11 mil dias dos que passaram e dos que hão-de vir. Temos, felizmente, uma concepção e uma percepção emocional da história, como se o corpo vivo da sociedade tivesse os mesmos humores da biologia humana. |
Não tenho nada para dizer - carlos tomé » 2024-09-23 » Carlos Tomé Quando se pergunta a alguém, que nunca teve os holofotes apontados para si, se quer ser entrevistado para um jornal local ou regional, ele diz logo “Entrevistado? Mas não tenho nada para dizer!”. Essa é a resposta que surge mais vezes de gente que nunca teve possibilidade de dar a sua opinião ou de contar um episódio da sua vida, só porque acha que isso não é importante, Toda a gente está inundada pelos canhenhos oficiais do que é importante para a nossa vida e depois dessa verdadeira lavagem ao cérebro é mais que óbvio que o que dizem que é importante está lá por cima a cagar sentenças por tudo e por nada. |
Três décadas a dar notícias - antónio gomes » 2024-09-23 » António Gomes Para lembrar o 30.º aniversário do renascimento do “Jornal Torrejano”, terei de começar, obrigatoriamente, lembrando aqui e homenageando com a devida humildade, o Joaquim da Silva Lopes, infelizmente já falecido. |
Numa floresta de lobos o Jornal Torrejano tem sido o seu Capuchinho Vermelho - antónio mário santos » 2024-09-23 » António Mário Santos Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade. Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local. |
Trente Glorieuses - carlos paiva » 2024-09-23 » Carlos Paiva Os gloriosos trinta, a expressão original onde me fui inspirar, tem pouco que ver com longevidade e muito com mudança, desenvolvimento, crescimento, progresso. Refere-se às três décadas pós segunda guerra mundial, em que a Europa galopou para se reconstruir, em mais dimensões que meramente a literal. |
30 anos contra o silêncio - josé mota pereira » 2024-09-23 » José Mota Pereira Nos cerca de 900 anos de história, se dermos como assente que se esta se terá iniciado com as aventuras de D. Afonso Henriques nesta aba da Serra de Aire, os 30 anos de vida do “Jornal Torrejano”, são um tempo muito breve. |
A dimensão intelectual da extrema-direita - jorge carreira maia » 2024-09-23 » Jorge Carreira Maia Quando se avalia o crescimento da extrema-direita, raramente se dá atenção à dimensão cultural. Esta é rasurada de imediato pois considera-se que quem apoia o populismo radical é, por natureza, inculto, crente em teorias da conspiração e se, por um acaso improvável, consegue distinguir o verdadeiro do falso, é para escolher o falso e escarnecer o verdadeiro. |
Falta poesia nos corações (ditos) humanos » 2024-09-19 » Maria Augusta Torcato No passado mês de agosto revisitei a peça de teatro de Bertolt Brecht “Mãe coragem”. O espaço em que a mesma foi representada é extraordinário, as ruínas do Convento do Carmo. A peça anterior a que tinha assistido naquele espaço, “As troianas”, também me havia suscitado a reflexão sobre o modo como as situações humanas se vão repetindo ao longo dos tempos. |
Ministro ou líder do CDS? » 2024-09-17 » Hélder Dias |
Olivença... » 2024-09-17 » Hélder Dias |
» 2024-09-09
» Hélder Dias
Bandidos... |
» 2024-09-19
» Maria Augusta Torcato
Falta poesia nos corações (ditos) humanos |
» 2024-09-17
» Hélder Dias
Ministro ou líder do CDS? |
» 2024-09-17
» Hélder Dias
Olivença... |
» 2024-09-13
» Hélder Dias
Cat burguer... |