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Educação, igualdade e produtividade

Opinião  »  2014-06-06  »  Jorge Carreira Maia

Comecei há dias a leitura do livro que mais tem dado que falar nos últimos tempos. Trata-se de Le capital au XXIe siècle (O Capital no século XXI), do economista francês Thomas Piketty. O livro aborda o problema da desigualdade de rendimentos. Assume o pressuposto de que um certo equilíbrio dos rendimentos é, numa sociedade de mercado (o autor não é marxista), um factor positivo, e analisa os mecanismos de produção da divergência de rendimentos. O que me interessa, porém, é outra tese expressa por Piketty. A principal força de convergência dos rendimentos é o processo de difusão de conhecimento e de investimento nas qualificações e na formação, isto é, na educação. Segundo o autor francês, o investimento em educação é, ao mesmo tempo, o que permite o crescimento geral da produtividade (o que nos torna a todos mais ricos) e a redução das desigualdades sociais, tanto no interior de cada país como a nível internacional. Thomas Piketty salienta ainda que estes resultados se devem à difusão e partilha de um bem público por excelência – o saber – e não a um mecanismo de mercado.

Se um país quiser construir uma sociedade próspera e equilibrada, então o caminho parece ser muito claro. Precisa de orientar as políticas seguidas na educação de forma a que todos possam aceder a uma formação adequada, e assegurar a qualidade efectiva das instituições de educação e formação existentes. O que temos assistido, nestes últimos anos, sob a orientação de Passos Coelho e de Nuno Crato? O que se tem assistido é, precisamente, o contrário do necessário. O investimento em educação caiu. Não apenas devido à queda do PIB, mas caiu também em percentagem do PIB afecta à Educação. Já em 2013, a presidente do Conselho Nacional de Educação acusava o governo de estar a colocar Portugal, relativamente ao investimento em Educação, ao nível da Indonésia. Mas, perguntará o leitor, o governo faz isto por ignorância? Não. O governo quer uma sociedade cada vez mais desigual e, concomitantemente, um nível baixo de produtividade. Não se trata de ignorância nem de dificuldades económicas. Trata-se de um claro programa ideológico, cuja finalidade objectiva é criar uma elite económica restrita, e uma imensa camada de população com fracos recursos cognitivos e económicos, disponível para tarefas pouco complexas. Só isto explica o que está a ser feito na Educação em Portugal. Na terrível situação em que nos encontramos, o país deveria estar a fazer o contrário do que faz. Só assim haveria uma luz ao fundo do túnel. Mas não é esse o negócio do governo.

 

 

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