Um homem e o seu partido
Opinião » 2014-08-29 » Carlos Tomé
Um pouco antes já as intervenções sentidas de Cristina Tomé e Arménio Carlos, dois sindicalistas e militantes comunistas, relatando as experiências que viveram, este mais que aquela e em situações bem diferentes, e também de António Canelas, camarada na resistência e na prisão fascista, assinalando o percurso de luta do homenageado, sublinhavam os ensinamentos que receberam de Francisco Canais Rocha e davam nota da unidade de pensamento em torno de um homem cuja vida foi um abnegado exemplo para todos os seus companheiros e para as gerações que nasceram entretanto.
Conhecidos militantes comunistas, a par de gente de partidos vários e sem filiação partidária, não quiseram deixar de manifestar o respeito e admiração pelo exemplo de luta de Francisco Canais Rocha, sendo de destacar a presença de Octávio Augusto em representação do Comité Central e da Direcção da Organização Regional de Santarém (DORSA) do PCP, sendo que uma coroa de flores ofertada pela Comissão Concelhia de Torres Novas deste partido ficaria visível por cima da campa como forma de homenagem e gratidão devida pelo PCP a Francisco Canais Rocha.
Pela minha parte, ao estar presente nesta cerimónia mais não fiz do que a minha obrigação ao cumprir um dever de respeito por Francisco Canais Rocha e de gratidão pelos ensinamentos que me prestou durante alguns dos 20 anos em que fui vereador da Câmara Municipal de Torres Novas eleito pela CDU. Durante esse período sempre Francisco Canais Rocha demonstrou o seu total e inequívoco apoio público às listas eleitorais da CDU e participou, sempre que a sua saúde lhe permitia, em várias iniciativas, actividades e acções de campanha.
Foram permanentes, respeitosas e profícuas as relações entre o PCP e Francisco Canais Rocha. Aliás, Francisco Canais Rocha, certamente desconhecendo que eu não sou nem nunca fui militante do PCP, embora tenha com esta organização política uma relação de proximidade, nunca regateou qualquer apoio a este partido mostrando-se sempre disponível para qualquer contributo, e, curiosamente, sempre o tratou como
”o nosso partido”. Francisco Canais Rocha nunca se sentiu fora do seu partido e este sempre lidou com os assuntos da prisão nos termos das orientações inscritas em ”Se fores preso, camarada” com a ponderação e os cuidados que o seu melindre exigia.
A convivência e a relação entre Francisco Canais Rocha e o PCP foram sempre mutuamente respeitosas e claras, sem subterfúgios ou aspectos escondidos que pudessem configurar qualquer tabu, com coincidência de pontos de vista e solidariedade recíproca. Melhor que ninguém, Francisco Canais Rocha soube naturalmente lidar com a sua vida, assumindo as consequências dos seus actos, o que fez com a maior de todas as dignidades. Pelo seu lado, o seu partido de sempre respeitou a sua dignidade e honrou esse homem. Esta relação de cumplicidade recíproca e silenciosa entre um homem e o seu partido constitui um aspecto verdadeiramente fundamental na análise histórica do caso, sem a noção do qual se desrespeita a dignidade e a memória de Francisco Canais Rocha.
Francisco Canais Rocha e o PCP caminharam sempre pelo mesmo caminho, norteados pelos mesmos objectivos, respeitando-se mutuamente, com salvaguarda da dignidade que um grande homem merece, quer na resistência ao fascismo, quer na defesa de direitos de quem trabalha e é explorado e na luta por uma sociedade mais justa.
Este insofismável exemplo de dignidade e de respeito mútuo entre um homem e o seu partido perdurará para sempre na história dos grandes acontecimentos políticos deste país.
Um homem e o seu partido
Opinião » 2014-08-29 » Carlos ToméUm pouco antes já as intervenções sentidas de Cristina Tomé e Arménio Carlos, dois sindicalistas e militantes comunistas, relatando as experiências que viveram, este mais que aquela e em situações bem diferentes, e também de António Canelas, camarada na resistência e na prisão fascista, assinalando o percurso de luta do homenageado, sublinhavam os ensinamentos que receberam de Francisco Canais Rocha e davam nota da unidade de pensamento em torno de um homem cuja vida foi um abnegado exemplo para todos os seus companheiros e para as gerações que nasceram entretanto.
Conhecidos militantes comunistas, a par de gente de partidos vários e sem filiação partidária, não quiseram deixar de manifestar o respeito e admiração pelo exemplo de luta de Francisco Canais Rocha, sendo de destacar a presença de Octávio Augusto em representação do Comité Central e da Direcção da Organização Regional de Santarém (DORSA) do PCP, sendo que uma coroa de flores ofertada pela Comissão Concelhia de Torres Novas deste partido ficaria visível por cima da campa como forma de homenagem e gratidão devida pelo PCP a Francisco Canais Rocha.
Pela minha parte, ao estar presente nesta cerimónia mais não fiz do que a minha obrigação ao cumprir um dever de respeito por Francisco Canais Rocha e de gratidão pelos ensinamentos que me prestou durante alguns dos 20 anos em que fui vereador da Câmara Municipal de Torres Novas eleito pela CDU. Durante esse período sempre Francisco Canais Rocha demonstrou o seu total e inequívoco apoio público às listas eleitorais da CDU e participou, sempre que a sua saúde lhe permitia, em várias iniciativas, actividades e acções de campanha.
Foram permanentes, respeitosas e profícuas as relações entre o PCP e Francisco Canais Rocha. Aliás, Francisco Canais Rocha, certamente desconhecendo que eu não sou nem nunca fui militante do PCP, embora tenha com esta organização política uma relação de proximidade, nunca regateou qualquer apoio a este partido mostrando-se sempre disponível para qualquer contributo, e, curiosamente, sempre o tratou como
”o nosso partido”. Francisco Canais Rocha nunca se sentiu fora do seu partido e este sempre lidou com os assuntos da prisão nos termos das orientações inscritas em ”Se fores preso, camarada” com a ponderação e os cuidados que o seu melindre exigia.
A convivência e a relação entre Francisco Canais Rocha e o PCP foram sempre mutuamente respeitosas e claras, sem subterfúgios ou aspectos escondidos que pudessem configurar qualquer tabu, com coincidência de pontos de vista e solidariedade recíproca. Melhor que ninguém, Francisco Canais Rocha soube naturalmente lidar com a sua vida, assumindo as consequências dos seus actos, o que fez com a maior de todas as dignidades. Pelo seu lado, o seu partido de sempre respeitou a sua dignidade e honrou esse homem. Esta relação de cumplicidade recíproca e silenciosa entre um homem e o seu partido constitui um aspecto verdadeiramente fundamental na análise histórica do caso, sem a noção do qual se desrespeita a dignidade e a memória de Francisco Canais Rocha.
Francisco Canais Rocha e o PCP caminharam sempre pelo mesmo caminho, norteados pelos mesmos objectivos, respeitando-se mutuamente, com salvaguarda da dignidade que um grande homem merece, quer na resistência ao fascismo, quer na defesa de direitos de quem trabalha e é explorado e na luta por uma sociedade mais justa.
Este insofismável exemplo de dignidade e de respeito mútuo entre um homem e o seu partido perdurará para sempre na história dos grandes acontecimentos políticos deste país.
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