Seis anos são apenas um pedaço do tempo
Opinião » 2014-09-25 » Élio Batista
Conheci muita gente boa na Golegã e na Azinhaga e sinto que deixei lá um pedaço de mim, naquelas terras, que evoluíram a olhos vistos enquanto por lá andei. Também fiz amigos, não daqueles ‘amigos amigos’, mas são algumas amizades que ainda hoje conservo e estimo.
Mais tarde, e já com alguns anos de trabalho, surgiu a oportunidade de ingressar na imprensa escrita. Foi-me proposto por dirigentes de um jornal local fazer uma temporada de seis meses e depois... logo se via. Não aceitei, por duas razões: não me pareceu uma proposta consistente mas, mais importante, não me identificava com o jornal em causa.
Seria, para mim, um grande aborrecimento estar ao serviço de uma organização amarrada a valores que eu relativizo. Não me via a ter de defender aquela camisola. Tenho a certeza de que não me iria sentir satisfeito, no dia-a-dia, por ter de trabalhar ali.
No final de 2007 propuseram-me que integrasse a equipa do ”Jornal Torrejano”, com o qual já colaborava há um tempo. Aí, não hesitei um segund fazer parte da equipa de um jornal de prestígio na região não me deixou indiferente. Já passaram oito anos e não me arrependo da escolha que fiz.
Ao contrário do que aconteceu na Golegã, já não fiz tantos amigos aqui. Já fui confrontado várias vezes com situações desagradáveis, uma das quais logo nos primeiros tempos de imprensa escrita. Eu, que nunca tinha tido qualquer coisa com a justiça, já tive de responder num processo que, felizmente para a minha saúde mental (só por isso), não passou da fase de inquérito. Foi logo arquivado, não tinha pernas para andar.
Há algumas histórias que podia aqui contar, mas nada é mais importante agora do que os 20 anos deste projecto. E seis anos são apenas um pedaço de uma história que, independentemente do futuro, ficará para história
Acredito que, um dia que deixe este jornal, vou mudar de profissão. O mercado de trabalho nos jornais de tiragem nacional há muito que está saturado e a tendência é continuar a despedir e não admitir profissionais. E, estou convencido, nesta região não existe outro jornal no qual eu ache que possa ser minimamente feliz.
Quero nesta oportunidade deixar um grande abraço de solidariedade ao Manuel Subtil, meu ex-colega de trabalho da Rádio Cidade Tomar: estás a passar por um momento muito duro e gostava muito de poder fazer alguma coisa por ti, Manuel...
Seis anos são apenas um pedaço do tempo
Opinião » 2014-09-25 » Élio BatistaConheci muita gente boa na Golegã e na Azinhaga e sinto que deixei lá um pedaço de mim, naquelas terras, que evoluíram a olhos vistos enquanto por lá andei. Também fiz amigos, não daqueles ‘amigos amigos’, mas são algumas amizades que ainda hoje conservo e estimo.
Mais tarde, e já com alguns anos de trabalho, surgiu a oportunidade de ingressar na imprensa escrita. Foi-me proposto por dirigentes de um jornal local fazer uma temporada de seis meses e depois... logo se via. Não aceitei, por duas razões: não me pareceu uma proposta consistente mas, mais importante, não me identificava com o jornal em causa.
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No final de 2007 propuseram-me que integrasse a equipa do ”Jornal Torrejano”, com o qual já colaborava há um tempo. Aí, não hesitei um segund fazer parte da equipa de um jornal de prestígio na região não me deixou indiferente. Já passaram oito anos e não me arrependo da escolha que fiz.
Ao contrário do que aconteceu na Golegã, já não fiz tantos amigos aqui. Já fui confrontado várias vezes com situações desagradáveis, uma das quais logo nos primeiros tempos de imprensa escrita. Eu, que nunca tinha tido qualquer coisa com a justiça, já tive de responder num processo que, felizmente para a minha saúde mental (só por isso), não passou da fase de inquérito. Foi logo arquivado, não tinha pernas para andar.
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