Servir os carrascos
Opinião » 2015-02-12 » Jorge Carreira Maia
A Alemanha e outros países ricos têm aproveitado a crise para beneficiarem as suas elites à custa da pobreza gerada nos países sob intervenção da troika. Que os países ricos da Europa se portem assim é compreensível. Os fortes sempre gostaram de se alimentar do sangue dos fracos. O problema reside na colaboração dos governantes dos países do Sul com aqueles que espoliam os seus povos, destroem as suas classes médias, obrigam à venda dos seus recursos, condenam grande parte da população à miséria. Numa leitura benigna poder-se-ia dizer que os governantes dos países do Sul sofrem de Síndrome de Estocolmo, segundo o qual as pessoas submetidas a uma prolongada intimidação passam a simpatizar com os agressores, identificando-se com eles.
O problema é que os governantes dos países do sul da Europa não foram intimidados. Se os povos do sul da Europa são vítimas, conforme resulta do ensaio de Vítor Bento, os seus governantes não o são. Eles quiseram essas políticas, apostaram na punição dos seus povos e na destruição do Estado social. Eles aliaram-se aos carrascos, foram ainda mais severos que os próprios carrascos. O governo português cortou o dobro na Saúde do que tinha sido imposto pela troika. Em Portugal, o Serviço Nacional de Saúde foi posto de pantanas, a Educação tornou-se caótica e parte substancial da Ciência foi liquidada. Tudo por iniciativa do governo português. Não, os nossos governantes não sofrem de Síndrome de Estocolmo, mas o seu comportamento tem um nome. Sabe o leitor qual é?
www.kyrieeleison-jcm.blogspot.com
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Opinião » 2015-02-12 » Jorge Carreira MaiaA Alemanha e outros países ricos têm aproveitado a crise para beneficiarem as suas elites à custa da pobreza gerada nos países sob intervenção da troika. Que os países ricos da Europa se portem assim é compreensível. Os fortes sempre gostaram de se alimentar do sangue dos fracos. O problema reside na colaboração dos governantes dos países do Sul com aqueles que espoliam os seus povos, destroem as suas classes médias, obrigam à venda dos seus recursos, condenam grande parte da população à miséria. Numa leitura benigna poder-se-ia dizer que os governantes dos países do Sul sofrem de Síndrome de Estocolmo, segundo o qual as pessoas submetidas a uma prolongada intimidação passam a simpatizar com os agressores, identificando-se com eles.
O problema é que os governantes dos países do sul da Europa não foram intimidados. Se os povos do sul da Europa são vítimas, conforme resulta do ensaio de Vítor Bento, os seus governantes não o são. Eles quiseram essas políticas, apostaram na punição dos seus povos e na destruição do Estado social. Eles aliaram-se aos carrascos, foram ainda mais severos que os próprios carrascos. O governo português cortou o dobro na Saúde do que tinha sido imposto pela troika. Em Portugal, o Serviço Nacional de Saúde foi posto de pantanas, a Educação tornou-se caótica e parte substancial da Ciência foi liquidada. Tudo por iniciativa do governo português. Não, os nossos governantes não sofrem de Síndrome de Estocolmo, mas o seu comportamento tem um nome. Sabe o leitor qual é?
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O miúdo vai à frente » 2024-04-25 » Hélder Dias |
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia » 2024-04-24 » Jorge Carreira Maia A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva. |
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
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