A ANEMIA - josé mota pereira
Opinião » 2022-07-05 » José Mota Pereira"“Torres Novas está a sangrar e a perder vitalidade, coberta por um manto de silêncio e de cumplicidades como se tudo isto fosse natural e inevitável”"
Num canto de página d` O Almonda, na sequência de mais uma reorganização do jornal nestes últimos anos, vem o anúncio: O Almonda deixará de se publicar semanalmente, passando a quinzenário.
Na sua longa história, esta é uma mudança significativa e que ultrapassa as fronteiras do jornal. Em mais de cem anos, um século, Torres Novas deixará de ter um jornal semanário. A crise que a comunicação social enfrenta, muito por culpa da informação que passámos a ter disponível eletronicamente em qualquer momento nos nossos bolsos, não explica tudo.
Em Torres Novas ainda se publicam três jornais e uma rádio local continua continua a emitir. Mas vivem-se tempos de anemia social que se reflectem obviamente na comunicação social. Sabe-se que esta vive, aqui e em qualquer lugar do mundo, de notícias, pensamento crítico e publicidade oriunda da economia. Sucede que a anemia social que vivemos por aqui atinge todas estas dimensões. Não vê quem não quer!
Temos, desde logo, uma Câmara Municipal falha de ideias e criatividade, sem projectos de futuro, rumo ou estratégia e que se limita a gerir o dia a dia da sua máquina administrativa. Genericamente, é isto e as excepções são isso mesmo.
Na vida cultural e desportiva, é indisfarçável a crise associativa em que vão persistindo em actividade a meia dúzia de colectividades do costume, mas em que se vai tornando evidente a dificuldade de renovação de dirigentes. No desporto, paradoxalmente, multiplicam-se os micro-clubes de modalidades individuais que nascem à sombra de treinadores que prometem construir campeões. A partir dos 18 anos, com excepção do futebol, é o deserto absoluto nas modalidades colectivas: andebol, basquetebol, hóquei, etc... nem uma para amostra. Nem sequer uma equipa colectiva para matraquilhos ou sueca! Zero.
A ausência de vida social e compromisso colectivo na nossa terra prossegue na economia. A ACIS parece desaparecida e o pavilhão de exposições do NERSANT há muito que deixou de cumprir a sua função e as últimas notícias que temos - é de que vai servir para "arrumar" o espólio de etnografia e arqueologia industrial - não trazem grande novidade. O pequeno comércio definha, a indústria praticamente desapareceu enquanto se vai sonhando em fazer daqui um centro de base logística centrado na tecnologia da palete e empilhador.
É esta anemia social, de que estes exemplos são apenas uma amostra, que ajuda a explicar as mudanças no jornal O Almonda e se estende pela restante vida colectiva do concelho.
Torres Novas está a sangrar e a perder vitalidade, coberta por um manto de silêncio e de cumplicidades como se tudo isto fosse natural e inevitável. Assim continuará, enquanto formos fazendo de conta que nada se passa e enquanto não houver coragem de empreender outro rumo.
É urgente calar este silêncio!
A ANEMIA - josé mota pereira
Opinião » 2022-07-05 » José Mota Pereira“Torres Novas está a sangrar e a perder vitalidade, coberta por um manto de silêncio e de cumplicidades como se tudo isto fosse natural e inevitável”
Num canto de página d` O Almonda, na sequência de mais uma reorganização do jornal nestes últimos anos, vem o anúncio: O Almonda deixará de se publicar semanalmente, passando a quinzenário.
Na sua longa história, esta é uma mudança significativa e que ultrapassa as fronteiras do jornal. Em mais de cem anos, um século, Torres Novas deixará de ter um jornal semanário. A crise que a comunicação social enfrenta, muito por culpa da informação que passámos a ter disponível eletronicamente em qualquer momento nos nossos bolsos, não explica tudo.
Em Torres Novas ainda se publicam três jornais e uma rádio local continua continua a emitir. Mas vivem-se tempos de anemia social que se reflectem obviamente na comunicação social. Sabe-se que esta vive, aqui e em qualquer lugar do mundo, de notícias, pensamento crítico e publicidade oriunda da economia. Sucede que a anemia social que vivemos por aqui atinge todas estas dimensões. Não vê quem não quer!
Temos, desde logo, uma Câmara Municipal falha de ideias e criatividade, sem projectos de futuro, rumo ou estratégia e que se limita a gerir o dia a dia da sua máquina administrativa. Genericamente, é isto e as excepções são isso mesmo.
Na vida cultural e desportiva, é indisfarçável a crise associativa em que vão persistindo em actividade a meia dúzia de colectividades do costume, mas em que se vai tornando evidente a dificuldade de renovação de dirigentes. No desporto, paradoxalmente, multiplicam-se os micro-clubes de modalidades individuais que nascem à sombra de treinadores que prometem construir campeões. A partir dos 18 anos, com excepção do futebol, é o deserto absoluto nas modalidades colectivas: andebol, basquetebol, hóquei, etc... nem uma para amostra. Nem sequer uma equipa colectiva para matraquilhos ou sueca! Zero.
A ausência de vida social e compromisso colectivo na nossa terra prossegue na economia. A ACIS parece desaparecida e o pavilhão de exposições do NERSANT há muito que deixou de cumprir a sua função e as últimas notícias que temos - é de que vai servir para "arrumar" o espólio de etnografia e arqueologia industrial - não trazem grande novidade. O pequeno comércio definha, a indústria praticamente desapareceu enquanto se vai sonhando em fazer daqui um centro de base logística centrado na tecnologia da palete e empilhador.
É esta anemia social, de que estes exemplos são apenas uma amostra, que ajuda a explicar as mudanças no jornal O Almonda e se estende pela restante vida colectiva do concelho.
Torres Novas está a sangrar e a perder vitalidade, coberta por um manto de silêncio e de cumplicidades como se tudo isto fosse natural e inevitável. Assim continuará, enquanto formos fazendo de conta que nada se passa e enquanto não houver coragem de empreender outro rumo.
É urgente calar este silêncio!
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