Para quando uma abordagem estratégica do estacionamento no centro histórico? - joão quaresma
"“A falta de estacionamento e alguns abusos que se vão verificando existem porque não se implementa a necessária regulamentação” "
No jornal Expresso do passado dia 12 de Maio, João Vieira Pereira na sua coluna de opinião semanal dizia, a propósito da TAP, que por mais que tentemos, há coisas para as quais é difícil arranjar uma explicação racional. Vários são os exemplos dados, e aquilo que sobressai é que por mais importante ou maior ou menor relevância tenham os assuntos em discussão, a nossa tendência, a tendência da opinião pública passa por discutir com maior intensidade as tricas políticas, deixando de lado a essência dos problemas em discussão.
Entre nós, a nível local, também assim parece acontecer, pois alguns são os assuntos a merecer uma discussão pública séria que privilegie o desenvolvimento da cidade e do concelho, da sua população ou até de quem apenas aqui vem de passagem. Problemas existem que persistem no quotidiano dos Torrejanos e assim, uma vez mais, numa reunião de câmara foi exposto por um munícipe as dificuldades emergentes do estacionamento na Praça 5 de Outubro. Pouco se fez e pouco se fará quanto ao cerne deste problema. No entanto, na reunião camarária de 26 de abril, foi aprovada a proposta de criação de uma Zona Residencial e de Coexistência (ZRC) no centro histórico de Torres Novas, visando promover novas lógicas de circulação e de mobilidade no espaço público, afirmando-o como local de recreio e de convívio, valorizando a segurança e a qualidade de vida dos moradores e utilizadores locais. Ora, de entre as regras que resultam da implantação destas novas “zonas”, advém a proibição de estacionamento, salvo nos locais onde tal for autorizado por sinalização.
Não querendo colocar em causa a ideia de implantação da Zona de Coexistência no centro histórico de Torres Novas, acompanhando cidades como Lisboa, Porto, Braga e Funchal, é de questionar se Torres Novas não deveria também de acompanhar a regulamentação que estas cidades têm quanto ao estacionamento nos seus centros históricos. É que o estudo está feito, as zonas de estacionamento pago estão preliminarmente delimitadas, o município é proprietário de um parque de estacionamento coberto de média capacidade, tudo no centro histórico de Torres Novas, mas nada faz. Porque é que existe tanta dificuldade de estacionamento na Praça 5 de Outubro, na Rua Carlos Reis, no Largo D. Diogo Fernandes de Almeida, ou para dar apenas mais um exemplo, como pode ser admissível que o estacionamento coberto do município sirva de garagem particular para alguns?
A resposta é simples. A falta de estacionamento e alguns abusos que se vão verificando existem porque não se implementa a necessária política de regulamentação do estacionamento em Torres Novas. Assim, a acrescer às ZRC(s) deveria o município pensar seriamente em implementar umas ZEDL (Zonas de Estacionamento de Duração Limitada), introduzindo parquímetros e disciplinando o estacionamento na zona histórica da cidade, respeitando sua relação com a acessibilidade aos serviços e comércio aí existentes, a gestão do tráfego nessas redes de circulação, a sua coexistência com os peões, potenciando ainda desta forma a utilização com maior qualidade dos espaços públicos. Ir a um banco, comprar um qualquer bem no comércio local, beber uma água no centro histórico da cidade, num tempo que não seja demorado, não tem de ser um desafio para os cidadãos. E o problema tem tendência para se agravar. Para tanto, basta pensar na falta de estacionamento que já existe e que se agravará na zona do chamado Convento do Carmo, quando aí se instalarem os serviços da Loja do Cidadão.
É que, na verdade, o problema do estacionamento não se reduz a questões de mobilidade e comodismo urbano. É acima de tudo uma questão de gestão do espaço público, que é um recurso limitado e que merece ser pensado e discutido.
Para quando uma abordagem estratégica do estacionamento no centro histórico? - joão quaresma
“A falta de estacionamento e alguns abusos que se vão verificando existem porque não se implementa a necessária regulamentação”
No jornal Expresso do passado dia 12 de Maio, João Vieira Pereira na sua coluna de opinião semanal dizia, a propósito da TAP, que por mais que tentemos, há coisas para as quais é difícil arranjar uma explicação racional. Vários são os exemplos dados, e aquilo que sobressai é que por mais importante ou maior ou menor relevância tenham os assuntos em discussão, a nossa tendência, a tendência da opinião pública passa por discutir com maior intensidade as tricas políticas, deixando de lado a essência dos problemas em discussão.
Entre nós, a nível local, também assim parece acontecer, pois alguns são os assuntos a merecer uma discussão pública séria que privilegie o desenvolvimento da cidade e do concelho, da sua população ou até de quem apenas aqui vem de passagem. Problemas existem que persistem no quotidiano dos Torrejanos e assim, uma vez mais, numa reunião de câmara foi exposto por um munícipe as dificuldades emergentes do estacionamento na Praça 5 de Outubro. Pouco se fez e pouco se fará quanto ao cerne deste problema. No entanto, na reunião camarária de 26 de abril, foi aprovada a proposta de criação de uma Zona Residencial e de Coexistência (ZRC) no centro histórico de Torres Novas, visando promover novas lógicas de circulação e de mobilidade no espaço público, afirmando-o como local de recreio e de convívio, valorizando a segurança e a qualidade de vida dos moradores e utilizadores locais. Ora, de entre as regras que resultam da implantação destas novas “zonas”, advém a proibição de estacionamento, salvo nos locais onde tal for autorizado por sinalização.
Não querendo colocar em causa a ideia de implantação da Zona de Coexistência no centro histórico de Torres Novas, acompanhando cidades como Lisboa, Porto, Braga e Funchal, é de questionar se Torres Novas não deveria também de acompanhar a regulamentação que estas cidades têm quanto ao estacionamento nos seus centros históricos. É que o estudo está feito, as zonas de estacionamento pago estão preliminarmente delimitadas, o município é proprietário de um parque de estacionamento coberto de média capacidade, tudo no centro histórico de Torres Novas, mas nada faz. Porque é que existe tanta dificuldade de estacionamento na Praça 5 de Outubro, na Rua Carlos Reis, no Largo D. Diogo Fernandes de Almeida, ou para dar apenas mais um exemplo, como pode ser admissível que o estacionamento coberto do município sirva de garagem particular para alguns?
A resposta é simples. A falta de estacionamento e alguns abusos que se vão verificando existem porque não se implementa a necessária política de regulamentação do estacionamento em Torres Novas. Assim, a acrescer às ZRC(s) deveria o município pensar seriamente em implementar umas ZEDL (Zonas de Estacionamento de Duração Limitada), introduzindo parquímetros e disciplinando o estacionamento na zona histórica da cidade, respeitando sua relação com a acessibilidade aos serviços e comércio aí existentes, a gestão do tráfego nessas redes de circulação, a sua coexistência com os peões, potenciando ainda desta forma a utilização com maior qualidade dos espaços públicos. Ir a um banco, comprar um qualquer bem no comércio local, beber uma água no centro histórico da cidade, num tempo que não seja demorado, não tem de ser um desafio para os cidadãos. E o problema tem tendência para se agravar. Para tanto, basta pensar na falta de estacionamento que já existe e que se agravará na zona do chamado Convento do Carmo, quando aí se instalarem os serviços da Loja do Cidadão.
É que, na verdade, o problema do estacionamento não se reduz a questões de mobilidade e comodismo urbano. É acima de tudo uma questão de gestão do espaço público, que é um recurso limitado e que merece ser pensado e discutido.
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |