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Campanha eleitoral, simples assim! - anabela santos

Opinião  »  2021-06-19 

" Encontramo-nos no Tavirense, restaurante gerido por um casal de Tavira, a Lena e o Toi, que, apesar de algumas dificuldades, consegue manter no seu menu o cheiro e o sabor de Portugal."

Sexta feira, mais uma semana de trabalho que acabou. Díli, final do dia, muito calor e vontade de festejar a chegada do fim de semana. Por aqui, é normal festejar com ou sem motivo. A razão será sempre o convívio entre amigos que se encontram “sozinhos” a milhares de quilómetros de distância do seu mundo.

Encontramo-nos, então, no final do dia, no Tavirense, restaurante que é gerido por um casal amigo de Tavira, a Lena e o Toi, que, apesar de algumas dificuldades, consegue manter no seu menu o cheiro e o sabor de Portugal. A opção, desta vez, foi arroz de polvo. Excelente! Jantar, conversa e risadas durante o habitual jogo de cartas que o pessoal faz questão em manter. Confesso que não gosto muito de jogar, mas acompanho.

A noite passa rápido e é agradável como sempre. São horas de sair e o Toi, dono do restaurante, acompanha-nos à porta. Como bom conversador que é e porque as saudades apertam, está com vontade de falar do seu país, mais propriamente de Tavira, a sua cidade natal. Assim, não nos deixa ir embora sem antes contar alguns episódios que viveu enquanto motorista na Câmara Municipal de Tavira na altura em que Macário Correia ocupava o lugar de presidente da Câmara. Podia ser o Manuel, a Rosa ou o Joaquim, mas era Macário Correia. A Toi não importa género, idade e muito menos cor política. Foi com esse presidente que trabalhou e é desse que quer falar. Na verdade, para mim também é irrelevante o nome do presidente. O importante é a mensagem que tento deixar.

Os elogios foram muitos. Exaltou a simplicidade, a humildade, o empenho e a proximidade que o tal presidente mantinha com os seus colaboradores.

- Sempre atencioso com todos, desde o chefe de gabinete até ao varredor de rua - dizia Toi.

Há um episódio que o marcou e que eu, depois de o ouvir, penso que é motivo de reflexão. Num dos seus dias de trabalho em que a função foi levar o grupo do rancho folclórico a um festival regional, quando chegou ao local, todos saíram do autocarro, “foram à sua vida” e nada disseram ao Toi. Talvez este esperasse, simplesmente pela companhia, um convite para o almoço ou para assistir à actuação. Mas como o convite não chegou, continuou sentado no banco do motorista, sozinho, à espera que o dia terminasse.

Entretanto, ouve alguém bater à porta e chamar.

- Toi, o que está a fazer aí sentado? - Era Macário Correia.

- Estou a trabalhar, à espera do grupo do rancho.

- Ó homem, venha daí, vamos beber um café.

Assim foi, tomou o pequeno almoço com o presidente e, ainda, assistiu às cerimónias ao seu lado e ao lado de outros presidentes da Câmara e outras entidades. O importante não eram as pessoas que o rodeavam, mas sim o acto do seu chefe. Repetiu, várias vezes, para nós que o ouvíamos com atenção que isto, sim, é um presidente, humano, com respeito e amizade pelos seus trabalhadores.

- Quero lá saber a que partido pertence. Para mim são todos iguais. Este ano o candidato é um ex-padre que não conheço, mas se fosse “ele”, tinha o meu voto, sem dúvida.

E razão pela qual eu conto este episódio não tem outro objectivo, a não ser mostrar que para o Toi e para mim, a campanha partidária, a melhor forma de obter votos é simples assim: um convite para o café.

 

 

 


 

 

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