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Circular exterior poente: a cidade deve colocar esta questão?

Sociedade  »  2022-10-27 

O maior bairro da cidade e zonas limítrofes estão reféns de vias de acesso como a rua da Fábrica ou a rua 25 de Abril. Em caso de necessidade premente de acesso para veículos pesados (obras, por exemplo), a situação agrava-se. Uma circular exterior poente poderá ser a solução estrutural para este estrangulamento, opção que o PSD de Torres Novas já colocou em 2019.

 Precisamente há 20 anos discutia-se, de forma acesa, a construção do viaduto de Rio Frio que, prolongando a linha viária da avenida marginal, se constituía como elemento de uma circular interior a desviar o trânsito das Tufeiras, Lapas ou Casal Queiroz para o alto do Rossio. A obra exigia a demolição das velhas instalações da Casa Nery e muitos torrejanos viram essa perspectiva como uma afronta ao património histórico-industrial da cidade, isto quando a empresa há muito se instalara, entretanto, nas Chãs, até porque desde a década de 60 que muita da sua componente produtiva já ali estava implantada.

Na altura, a opção da Câmara parecia uma novidade, mas a verdade é que já na década de 60 havia perspectivas de construção de circulares à cidade, ainda antes da construção das duas variantes, a de Andrade Corvo e do Bom Amor, na década de 60 do século passado. Uma das opções existentes nos papéis, nunca passou disso, riscos em papéis, ou velhos artigos de jornal, colocava a circular exactamente no sítio onde acabou por ser construída, antecipando com décadas de avanço aquilo que um dia seria inevitável: a deslocalização das indústrias do centro ou dos “centros” da cidade para as periferias.

Mas havia riscos mais ousados e há 80 anos houve quem imaginasse o risco da circular interior muito mais para montante, sem sonhar que um dia o bairro das Tufeiras iria alongar-se para a Bica, Casal Queiroz, etc, e mais que isso, que na velha Quinta da Silvã, onde os romanos já tinha assentado arraiais, iria nascer uma pequena cidade com dois milhares de habitantes.

A circular interior, com o viaduto de Rio Frio, acabou por revelar-se uma opção acertada (a Nery já não funcionava no local e os barracões seriam sempre demolidos, até porque parte da fábrica estava já em ruína), e hoje esta via de desmultiplicação do tráfego e seu encaminhamento para o ponto de distribuição intermédio, que é o largo do Rossio, cumpre, limitada, o seu papel.

Há vinte anos, ainda a expansão da Silvã não era o que é e entretanto evoluiu para o que é hoje, o tráfego existente era bem resolvido pelo prolongamento da avenida. Só que o crescimento urbano da Silvã, da periferia das Lapas pelas Baralhas acima e outro assentamentos, vieram multiplicar por cinco ou seis o fluxo viário existente há 20 anos, que não tem outra opção que sair da cidade pela atravancada Rua da Fábrica, ou descendo à avenida pelas movimentadas vias Manuel de Figueiredo/Rua 25 de Abril.

Numa altura em que se brinca às casinhas com o trânsito, seria talvez momento de se equacionar o que a cidade precisa em termos de vias estruturantes e aqui salta à vista que, pensar o futuro da cidade, exige que se pense numa circular exterior que desvie centenas, muitas centenas de carros diariamente, do miolo urbano da Bica/Tufeiras e da própria avenida, hoje manchas componentes do centro urbano, fluxo oriundo dessa pequena cidade que é a Silvã.

O prolongamento da rua dr. José de Abreu Lopes, que desce do estádio, e o seu encaminhamento pela faixa ainda aberta, entre o centro de saúde e as casas já edificadas a norte, levando a via até à rotunda dos Negréus, é a única opção que resta, ideia que chegou a ser debatida aquando da discussão sobre o viaduto de Rio Frio e abandonada por considerada cara.

É verdade que seria uma obra cara, que teria de incluir uma via elevada logo a partir da Rua da Fábrica, com cerca de 100 metros, a desenvolver-se em viaduto de cerca de 175 metros de extensão sobre terrenos de elevada aptidão agrícola (a sua manutenção teria de ser uma dado obrigatório, até porque parte estão incluídos em reserva agrícola nacional), entre o rio e a rua do Comboio Menino, com uma passagem superior sobre esta como prolongamento do viaduto, a desfazer-se para subir a encosta já em chão firme, cruzando a rua Manuel Mogo de Melo e desembocando na rotunda dos Negréus, num troço de cerca de 1,1 KM na sua totalidade, isto é, desde a rua José de Abreu Lopes até à rotunda dos Negréus.

Trata-se de uma obra cara, que implica desafectação de terrenos, com aquisições e eventualmente expropriações e que, entre decisão, deliberações administrativas, estudos, projectos, financiamento e execução, é programa para anos. Contudo, a extensão da via elevada e em viaduto da possível circular exterior, com cerca de 375 metros somados, fica aquém dos cerca de 500 metros do viaduto de Rio Frio. A opção pela saída da via, não na rotunda dos Negréus, mas mais acima, depois das urbanizações, levaria uma extensão total da via de cerca de 1250 metros, em vez dos cerca de 1100 metros da opção mais curta.

À partida, não há outra forma de evitar que o intenso tráfego diário de saída e entrada de carros com origem na Silvã, e até nas Lapas, deixe de passar pela rua da Fábrica ou pela rua 25 de Abril, qualquer que seja o esquema de trânsito que possa ser posto em prática, alternativo ao actual.

Por outro lado, a perspectiva de centrar nas antigas instalações da Fiação e Tecidos um pólo urbano de multi-actividades, torna mais premente a reflexão sobre o assunto. Alguém pensou já no que seria, em aumento de tráfego, a implantação de serviços e actividades de que se já se falou para dar corpo a esse projecto? Hoje já se justificaria esta circular, daqui a 15 anos com a Fábrica Grande transformada em equipamentos de serviços, será impensável não ser feita.

É claro que este projecto da Fábrica Grande, que não passa disso ainda, também será um empreendimento de médio e longo prazo, em consonância com a perspectiva temporal da concretização de uma via circular da amplitude da que está em causa.

Por outro lado, o tráfego destinado exclusivamente ao Centro de Saúde, que também é considerável, e oriundo dos bairros e zonas a poente, também deixaria de entrar (ou sair) pela rua da Fábrica ou pela rua 25 de Abril, o mesmo se podendo dizer de alguns fluxos destinados às próprias Escola Maria Lamas e Manuel de Figueiredo.

Vivem-se tempos difíceis, o dinheiro não abunda, a realização de obras de média ou grande dimensão está cada vez mais dependente de lideranças com estratégia (e não apenas com a palavra estratégia) e de opções muito claras e prioridades bem definidas. Independentemente da concretização ou não de uma obra como esta, pelo menos a curto ou médio prazo, será de todo imprescindível e, parece-nos, obrigatório, que sejam dados passos, em sede de planeamento urbano, no sentido de não tornar inviável esta obra, isto é, acautelando a sua eventual realização futura com as decisões administrativas e de planeamento que se impõem já no momento presente. Isto porque, como se tem visto, um risco no PDM parece ser uma linha fácil de ultrapassar quando interesses particulares espreitam e se impõem sobre o interesse público, com a conivência do regime vigente.

JCL

 

 

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