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Bolo de chocolate - carlos paiva

Opinião  »  2023-02-18  »  Carlos Paiva

"“O aterro ou lixeira, ninguém sabe ao certo, ali na estrada entre Lapas e Pedrógão voltou à actividade com reforço redobrado do despejo de matéria-prima."

A mãe entra na cozinha e nota imediatamente o assalto perpetrado ao bolo de chocolate saído do forno uns minutos antes, do qual resta apenas metade. Procura a única outra pessoa presente em casa nessa altura, o filhote de 5 anos, encontra-o no seu quarto a brincar e, com ar severo, pergunta-lhe quem comeu a metade que falta no bolo. A criança, com a cara e roupa esborratadas de castanho e mãos a pingar chocolate, afivela a melhor expressão de inocência que consegue e responde: Não fui eu!!

 Assim se vai governando na autarquia torrejana

 Afinal, o edifício da CGD destina-se à Startup, como sempre se destinou. A oferta do mesmo à MKA é apenas um plano de contingência. O Plano B. Na eventualidade da Startup entretanto atingir massa crítica, seja cotada em bolsa e adquira com capital próprio um edifício na Avenida da Liberdade em Lisboa, virando costas a Torres Novas, convém ter uma alternativa em carteira. Embora seja absurdo empresas promissoras darem preferência a um lugarejo como Lisboa em detrimento de uma urbe efervescente como Torres Novas, nunca se sabe, é melhor prevenir. Ninguém vai notar o chocolate nos cantos da boca.

 A autarquia vai gastar 800k a melhorar os acessos à Nersant e Escola Profissional. Melhorar os acessos, exactamente à Nersant e Escola Profissional, não a outra coisa qualquer, entendido? Verifica-se uma coexistência pacífica entre a execução desta obra e o asfixiar do Mercado Municipal. Equipamentos avariados, degradação generalizada, falta de manutenção na infraestrutura. Chove lá dentro. Como a chuva é uma dádiva de deus, o melhor é não isentar taxas por ali. Não vá alguém interpretar como favorecimento eclesial. É o preço que os utilizadores têm a pagar por não terem mandado nenhuma chaminé abaixo, falha imperdoável. Ninguém vai notar as bochechas esborratadas de chocolate.

 O aterro ou lixeira, ninguém sabe ao certo, ali na estrada entre Lapas e Pedrógão voltou à actividade com reforço redobrado do despejo de matéria-prima. Como o El Comandante, da primeira vez que se registou a ocorrência, garantiu apuramento de responsabilidades, até às últimas consequências, aplicação de sanções, reposição das condições anteriores (definidas no PDM como área agrícola) mas, à semelhança do episódio das chaminés e tantos outros, não aconteceu rigorosamente nada, desta vez, um vereador atento e preocupado, mal soube do caso, nem dormiu e foi lá direito, prego a fundo na viatura de serviço da Câmara. Na madrugada de um dia feriado, pneus a chiar quatro piscas ligados, inebriado de zelo na urgência de se inteirar da situação e reportar a El Comandante o mais breve possível. É um vereador, não é um piloto de automóveis, o carro de serviço não é propriamente um McLaren, a coisa não correu como previsto. Despistou-se e mandou o carro para a sucata. Na boa tradição autárquica torrejana, o que acontece na madrugada de dia de descanso, fica na madrugada de dia de descanso. E, excepto El Comandante, ninguém ficou a saber de nada. Com todas estas peripécias, o aterro ilegal passou de ideia. Ficou apenas uma dor de cabeça forte e má disposição geral. Cura-se com umas horas bem dormidas e hidratação generosa. Ninguém vai notar os dedos besuntados de chocolate.

 O raspanete em tom severo é obrigatório. E pedagógico. Embora não evite as consequências biológicas de comer meio bolo de chocolate acabado de sair do forno. É embaraçoso quando detalhes escatológicos retratam fielmente a maquinação governativa.

 

 

 

 

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