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Trve - carlos paiva

Opinião  »  2022-07-15  »  Carlos Paiva

"“O presidente da câmara de Torres Novas e a Renova continuam a pensar que são donos de algo que os transcende."

Quem se interessa por música, em jovem e no caminho para a maturidade, é comum acontecer um sentido de propriedade, totalmente deslocado, acerca de algo que não nos pertence, nem por sombras está dentro da nossa esfera de influência. Descobrimos um grupo musical muito bom que mais ninguém conhece e sentimo-nos com um superpoder secreto. Possuímos uma joia de incalculável valor. Quando esse grupo musical atinge eventualmente notoriedade, é de uma violência atroz. Fomos violados, violentados, roubados. Aquilo era só nosso. Agora… Agora, são uns vendidos, prostitutos do mainstream. Os seguidores são uns falsos. Nem conhecem a banda na t-shirt que vestem.

Este falso sentimento de posse manifesta-se em paralelo no cinema, na televisão, no desporto. Ou qualquer outra actividade que tenha a capacidade de alienar, ocorrendo várias formas de transferência, espoletando reacções emocionais por via de laços afectivos fabricados, sintéticos. Sem consultar análise profissional, conjecturo acerca de maturidade, inteligência emocional, equilíbrio afectivo, passado e presente. Sim, passámos por lá. Foi cachopice. Visto do presente, é risível. Embora nostálgico. Se calhar este comportamento ocorre precisamente para evitar ou contornar esta nostalgia. Denunciadora de experiência, aprendizagem, tempo passado. Senti-la, seria reconhecer a velhice. O que compromete o sonho vigente da juventude eterna. Conflito de parâmetros, crash do sistema. Crescer é tramado.

Num raio de poucos quilómetros, é observável a aposta na cultura e na diferença, com um contraste berrante. Em Cem Soldos, o festival Bons Sons, apresenta mais um ano, mais um cartaz, irredutível de pedra e cal naquilo que é sua tradição. Em Paço da Comenda, o festival Comendatio vai esculpindo o seu caminho com firmeza no universo do som progressivo mais pesado. Por cá, o Virgínia vê uma candidatura ser recusada pela Direção-Geral das Artes. Bons Sons e Comendatio, cresceram (apesar de ser tramado). O Virgínia, continua a pensar que é dono de algo que o transcende.

Ali ao lado, em Constância, foi inaugurada uma praia fluvial no rio Zêzere. Por cá, a nascente do rio Almonda permanece refém de uma empresa privada, enquanto o presidente da Câmara em declarações públicas afirma que “a Renova é a legal proprietária da nascente” e “a legislação tem de ser cumprida”. Quando o Ministério do Ambiente em 2021 declarou: “…a Renova não poderá impedir o acesso à nascente do rio Almonda, nomeadamente, no que diz respeito à servidão do Domínio Hídrico”. Um número ridículo e triste de sapateado a exalar a pestilência da maleabilidade. Entretanto, os acessos às instalações da Renova receberam um tapete de asfalto de alta qualidade novinho, pagamos todos nós. Constância cresceu (apesar de ser tramado). O presidente da câmara de Torres Novas e a Renova continuam a pensar que são donos de algo que os transcende.

 



 

 

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