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Fraternidades

Opinião  »  2013-07-19  »  Graça Rodrigues

Esta semana foi pedido aos alunos finalistas do secundário, no exame nacional de Português: ”Num texto bem estruturado (…) apresente uma reflexão sobre a importância da fraternidade na sociedade contemporânea.” O enunciado do mesmo exame começava com esta frase :”O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem proclama que todos os seres humanos devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

Quando perguntei à minha filha como tinha respondido a esta questão, ela respondeu que, além de outros conceitos, falou em voluntariado e em países pobres.

– Ser voluntário não é só ir para África, filha. Sabes que podes exercer a fraternidade de muitas maneiras, a começar por casa, pela tua terra?

E a reflexão que eu faço, exercício saudoso dos meus anos de secundário, como se eu própria respondesse auma questão decisiva, é esta: a fraternidade pode estar presente em todos os gestos do nosso quotidiano. Tantas vezes é apenas um ”Contem comigo!” ou o voluntarismo de abraçar um projecto comunitário, ou participar numa iniciativa local, numa associação, numa colectividade.

Desta perspectiva, vendo o associativismo como um factor aglomerador de vontades e de saberes, de construção e de progresso, e de bem-estar para as populações, entendo que os voluntários que empenhada e desinteressadamente se dedicam à gestão de uma colectividade são os grandes voluntários deste país, os obreiros anónimos do progresso.

As associações são da comunidade. As colectividades, não sendo por definição pertença dos sócios, destinam-se a todos os que dela podem usufruir. Nos dias de hoje, em que todas as colectividades devem ser geridas com o rigor e a transparência de uma empresa, não devemos esquecer, contudo, que elas precisam tanto de financiamentos quanto de boas vontades, precisam tanto de resultados quanto de carinho e dedicação.

Fraternidade e espírito de missão são as qualidades que têm estado presentes no longo historial de colectivismo que existe na minha terra, e que tanto reconhecimento têm granjeado a quem nos conhece. Eu vivo numa terra muito especial onde a fraternidade não é um conceito abstracto, os mindericos sabem exercê-la desde tempos remotos dando provas de sensibilidade e amor ao próximo das mais diversas maneiras.

A terra onde eu vivo tem um museu. Tem um festival de jazz. Tem um festival de teatro. Tem um festival de Materiais Diversos. Tem um conservatório de música. Tem uma banda filarmónica. Tem um raid de BTT. Tem um coro polifónico. Tem uma orquestra de música ligeira. Tem escola de dança. Tem três festas religiosas. Tem um canal de televisão. Tem espeleologia, columbofilia… e vou falhar porque de certeza já me esqueci de algum, mas quero apenas salientar que a entreajuda não é um conceito vão e desconhecido para nós. Orgulho-me muito deste cantinho entre-serras onde eu vivo, e os meus filhos têm a sorte de vivenciar no dia-a-dia o significado do altruísmo e da boa vontade, do empenhamento, da dedicação, da carolice e do engenho de tantos. Costumo dizer-lhes que ninguém é feliz sozinho, e, mais do que nunca, nestes tempos tão difíceis, mais importante que sermos bem sucedidos é sermos boas pessoas, sermos solidários. O resto virá por acréscimo. É nisso que continuo a acreditar.

 

 

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