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Pés com areia

Opinião  »  2013-08-02  »  Graça Rodrigues

Este ano estou livre da obrigação da ida à praia. O meu benjamim já é adulto.

Ouvi há dias uma pequena notícia sobre a recente abertura de um hotel vedado a crianças. A notícia suscitou alguma polémica, com os apoiantes da ideia, que não é nova, a defenderem o direito ao sossego e tranquilidade de todos os clientes que não queiram partilhar os desassossegos dos filhos dos outros, e os indignados que acham a discriminação um ultraje.

Reflectindo um pouco sobre este assunto, de natureza ligeira e irrelevante, como convém em período de férias, vieram-me à lembrança as férias todas que passei e cheguei a uma conclusão interessante: mais de metade da minha vida foi passada com crianças à volta. E, revendo algumas imagens das férias que passei com elas na praia, digamos que percebo os clientes daquele hotel.

Depois de vinte e sete anos a encarar as férias na praia como mais uma rotina anual que era necessário cumprir, uma espécie de ida ao parque de diversões para entreter as crianças e onde os adultos não se divertem nada por estarem tão concentrados em vigiar os mais pequenos, vejo chegar o dia em que me é permitido descansar sem ter que entreter ninguém senão a mim.

E eu sou fácil de entreter, muito fácil. Bastam-me pensamentos frescos e um pôr-do-sol. Um jornal ou outro. Areia, dispenso. Iogurtes líquidos também já não preciso de levar, nem toalhetes. Posso levar um livro e sei que vou conseguir lê-lo durante meia hora seguida, ou uma hora, ou a tarde inteira, sem ser interrompida.
Ao fim de tantos anos a evitar que os meus bebés comessem areia, passada a tormenta dos cocós aflitos para dentro do baldinho de plástico forrado à pressa, ou a vergonha dos xixis inadiáveis à beira-mar, dos sustos causados por uma onda mais atrevida ou algum peixe-aranha mal-intencionado, da sensação de ser burro de carga que, por mais que carregasse, deixava sempre para trás as coisas que mais falta faziam naquele dia, depois dos dramas todos para estacionar numa sombra que não existe, e de centenas de sandes embrulhadas em papel de alumínio, e de tantos anos a tentar adaptar os horários destrambelhados dos meus adolescentes resmungões às horas decentes de uma refeições em família, e de tantas recomendações sobre o intervalo digestivo, a necessidade do protector solar, de limpar os pés antes de entrar no carro… Oh, que alívio, não ter que usar os meus super-poderes de mãe! Chegou a hora de os meus filhos preferirem passar férias longe de mim, e é natural e desejável que assim seja, e eu estou eufórica com a perspectiva de passar férias sem eles, mas… alguém me ajuda a descobrir como ocupar o meu tempo sem eles?

 

 

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