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Os putos da rua

Opinião  »  2014-04-11  »  Afonso Borga

Cuidado que vem aí um carro! – Ouvi eu quando ia a subir a rua.

Por breves momentos, recuei alguns anos e encontrei ali um fiel retrato da minha infância. Passaram muito poucos anos desde essa altura e as memórias estão frescas. Confesso. No entanto, as saudades desse tempo passado começam a surgir.

Em plena capital, um grupo de rapazes jogava à bola na rua. Algo que sempre foi para mim algo tão banal, assemelha-se a um fenómeno que eu julgava raro em Lisboa!

As características estavam todas lá: a bola gasta, as balizas feitas com caixotes do lixo, as camisolas do Ronaldo e claro, o Sr. do café, que foi lá protestar com os ”putos”.

Tinha a ideia de que nunca iria assistir a esta ”fotografia” em plena Lisboa, mas ali, na rua por onde passo todos os dias, aqueles miúdos dignificavam o verdadeiro espírito do futebol de rua e, quem sabe, a verdadeira essência da infância, pelo menos na maior parte do imaginário masculino! Não imaginam a vontade que tive de ficar ali com eles, largar a mochila, e partilhar aqueles puros momentos de alegria, poder gritar ”golo” e esquecer todas as mil e uma coisas que me atrofiam o pensamento…

Fiquei feliz por ver a alegria deles, o sorriso traquina no rosto, com uma energia que contagiava todos os que por ali passavam!

Recordei por breves momentos as tardes passadas no ringue ou à porta de casa, usando, como baliza, o portão da escola. Aqueles longos jogos que só acabavam pelo anoitecer ou quando a mãe chamava para jantar.

Momentos que eternizavam a autêntica força de ser criança. Sim, porque essa força é eterna, eu acredito que sim. Ela está sempre lá, por vezes mais escondida, é certo, mas há que saber procurá-la e nunca perder essa energia contagiante!

Para muitos ”velhos do restelo”, as crianças já não sabem brincar. Eu, por contrário, tenho reparado que há ”modas” que nunca passam de moda! O jogo da macaca, das escondidas, do ”macaquinho do chinês” ou o futebol de rua, permanecem.

Claro que não ficam indiferentes a toda a informação digital que os rodeia, e tornou-se comum vermos uma criança que acabou de entrar para a primária com um telemóvel de última geração, ou um grupo de crianças no recreio a jogarem nos computadores. No entanto, por muitos computadores e consolas que possam aparecer, a verdadeira essência das brincadeiras de criança permanece!

apborga@live.com.pt

 

 

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