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Orgulho torrejano

Opinião  »  2014-06-20  »  Manuel Filipe

Decorreu mais uma feira medieval e o sucesso evidenciado prova o prestígio da iniciativa e premeia o esforço de a promover e valorizar.

Pondo de parte as polémicas sobre o que é ou deveria ser uma iniciativa deste género, importa referir que ela cumpre a sua missão. Longe de pretender ser uma produção hollywoodesca com um orçamento irrealista e irresponsável para a sua dimensão e para a realidade que vivemos, ou, então, uma celebração elitista com nomes sonantes e intervenções sapientes, o evento é uma festa popular que aborda o passado e recompõe o presente. Sim, a evocação de factos nacionais marcantes relacionados com Torres Novas, o seu castelo e as suas gentes, traz ao presente o orgulho no seu passado. E isso, independentemente dos meios usados, das lacunas cometidas, dos atropelos históricos que uma panóplia de figurinos traz para uma festa perfeitamente datada, vale bem a pena. Tanto mais que, com uma alma enorme, o concelho ressuscita o seu esplendor, engalana as suas muralhas e descobre que em si há um grande passado e um enorme futuro.

Este ano, a feira evocou a figura de Gil Pais. Figura provavelmente cimeira deste nosso passado (permitam-me a afirmação perante outras opiniões mais doutas e consolidadas que a minha…), a evocação desse episódio memorável traz à ribalta uma discussão quase sem sentido nos dias de hoje. O amor à pátria, os sacrifícios levados a um extremo de dor e divisão, a sujeição do individual ao coletivo, o pai que se apaga e se subalterniza no exercício de um cargo e no cumprimento pleno das funções que isso acarreta, ou, simplesmente, o eterno dilema entre a obrigação e o coração, tudo isto são temas que o episódio histórico levanta. E, contudo, há na figura desse alcaide impiedosamente pai todo um manancial propício a uma obra literária, a uma tragédia clássica, a um contributo romântico que nunca existiu. João da Guia dizia-me isso e a pena de um escritor entretanto falecido não ter redigido tamanho drama de um pai que do alto das muralhas do seu castelo permite a morte do filho à desonra do seu cargo. Dever ou não dever, eis a questão. Temos história, temos grandiosidade, temos muitos valores que perante outros povos, outras nações, teriam dado grandes obras, grandes tributos à humanidade. A nossa pequenez começa aqui…

Não pretendo, por isso, alimentar contendas. A figura de Gil Pais vale todas as homenagens e todas serão poucas para evocar tamanho exemplo de homem. Fico-me, contudo, com a imagem daquele casal, torrejano, que decidiu este ano não alugar fato para a feira. Comprou um para cada um. Um investimento a longo prazo, sustentavam. Sem dúvida que a feira é para durar. E acontecimentos não hão-de faltar para comemorar ou simplesmente evocar o passado. Porque, ideologias à parte, este concelho tem um passado que não deve ser esquecido. E isso, independentemente do rigor histórico, ou falta dele, que se põe na sua evocação, é motivo para nosso orgulho.

 

 

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