Há um elefante na sala: o ensino superior da região!
"É disso que precisamos: uma instituição que possa representar uma marca de iniciativa, inovação e investigação"
Podemos não falar do assunto. Podemos todos ir pensando nisto sem dizer o que quer que seja, ou fazer do tema não mais do que uma conversa de café, para não melindrar ninguém.
Temos um problema na região com o ensino superior público: dois Institutos Politécnicos, Tomar e Santarém (IPT e IPS), demasiado pequenos e demasiado sozinhos, desligados entre si, pouco atrativos, pouco diferenciadores e com uma sustentabilidade mais do que duvidosa. Continuar a ignorar isto é uma solução, mas para além de não nos ajudar em nada só fará com que, um dia, qualquer resolução a tomar seja sempre mais difícil.
As notícias da semana passada sobre falta de dinheiro nos dois politécnicos para pagar ordenados e subsídios de Natal, são afinal um modus operandi do Ministério da Ciência, já usado noutras situações e um pouco por todo o país.
Uma comissão dedicada às contas das instituições de ensino superior lança a bomba, a tutela avança com o dinheiro em falta e faz-se mais uma notícia a dizer que está tudo resolvido, passando-se ao mesmo tempo as mensagens e avisos sobre a situação. Mas isto interessa porque é ali referido que, no caso, as instituições estão em situação de “crise institucional grave”, e requerem “uma ação específica” e a “adopção de medidas urgentes”.
Os dados são claros. Os dois politécnicos são a opção para cerca de 18% de todos os alunos no ensino superior residentes no distrito. De toda a sua população escolar, 5.482 alunos em todas as modalidades de cursos, são 2.123 os alunos do distrito a frequentar as diferentes escolas existentes, com duas situações bem díspares: o IPT com 60% do total de alunos da região e o IPS com menos de 30% para o mesmo indicador, diferença explicada em grande parte pela oferta formativa (dados DGEEC, 2018/2019).
Uma outra realidade que interessa analisar prende-se com as entradas já este ano. Para o conjunto das 35 licenciaturas, foram abertas 1.375 vagas e no final das diferentes fases de colocação ficaram preenchidas apenas 886 lugares, menos de 65%, no conjunto dos dois politécnicos!
Se estes dados, associados ao decréscimo do número de crianças e jovens que se prevê acentuar-se na região nas próximas décadas, não faz soar ainda quaisquer campainhas, atente-se ao restante diagnóstico da comissão já referida, para as duas instituições: maior dependência do financiamento geral do Estado, fraca capacidade de captação de receitas próprias, e um peso de 85% de despesas com pessoal no quadro geral de despesas, dos maiores entre todas as instituições de ensino superior portuguesas (relatório de 2017).
Nada disto coloca em causa tudo o que de bom é feito no IPT e no IPS e que acrescenta valor à região, ou todos os esforços diários dos seus dirigentes, docentes e restantes funcionários em prol do ensino, da investigação e dos projetos em que estão envolvidos. O problema é que a manter-se este contexto, nunca serão suficientes para inverter a tendência de definhamento e perda de relevância que se regista.
Não será esta a altura certa para que qualquer reestruturação a adotar passe pela associação, colaboração, consórcio, fusão (ou o que lhe quiserem chamar) entre os dois politécnicos, de forma a podermos ter, na região, uma instituição de ensino superior público mais forte?
É que é disso que precisamos: uma instituição que possa representar uma marca de iniciativa, inovação e investigação; que seja uma referência para alunos, entidades e empresas, daqui mas também do resto do país e com projetos e parcerias noutras escalas; e que consiga especializar-se, tornar-se atrativa, fator de qualificação, competitividade, e até de identidade deste nosso território!
Há um elefante na sala: o ensino superior da região!
É disso que precisamos: uma instituição que possa representar uma marca de iniciativa, inovação e investigação
Podemos não falar do assunto. Podemos todos ir pensando nisto sem dizer o que quer que seja, ou fazer do tema não mais do que uma conversa de café, para não melindrar ninguém.
Temos um problema na região com o ensino superior público: dois Institutos Politécnicos, Tomar e Santarém (IPT e IPS), demasiado pequenos e demasiado sozinhos, desligados entre si, pouco atrativos, pouco diferenciadores e com uma sustentabilidade mais do que duvidosa. Continuar a ignorar isto é uma solução, mas para além de não nos ajudar em nada só fará com que, um dia, qualquer resolução a tomar seja sempre mais difícil.
As notícias da semana passada sobre falta de dinheiro nos dois politécnicos para pagar ordenados e subsídios de Natal, são afinal um modus operandi do Ministério da Ciência, já usado noutras situações e um pouco por todo o país.
Uma comissão dedicada às contas das instituições de ensino superior lança a bomba, a tutela avança com o dinheiro em falta e faz-se mais uma notícia a dizer que está tudo resolvido, passando-se ao mesmo tempo as mensagens e avisos sobre a situação. Mas isto interessa porque é ali referido que, no caso, as instituições estão em situação de “crise institucional grave”, e requerem “uma ação específica” e a “adopção de medidas urgentes”.
Os dados são claros. Os dois politécnicos são a opção para cerca de 18% de todos os alunos no ensino superior residentes no distrito. De toda a sua população escolar, 5.482 alunos em todas as modalidades de cursos, são 2.123 os alunos do distrito a frequentar as diferentes escolas existentes, com duas situações bem díspares: o IPT com 60% do total de alunos da região e o IPS com menos de 30% para o mesmo indicador, diferença explicada em grande parte pela oferta formativa (dados DGEEC, 2018/2019).
Uma outra realidade que interessa analisar prende-se com as entradas já este ano. Para o conjunto das 35 licenciaturas, foram abertas 1.375 vagas e no final das diferentes fases de colocação ficaram preenchidas apenas 886 lugares, menos de 65%, no conjunto dos dois politécnicos!
Se estes dados, associados ao decréscimo do número de crianças e jovens que se prevê acentuar-se na região nas próximas décadas, não faz soar ainda quaisquer campainhas, atente-se ao restante diagnóstico da comissão já referida, para as duas instituições: maior dependência do financiamento geral do Estado, fraca capacidade de captação de receitas próprias, e um peso de 85% de despesas com pessoal no quadro geral de despesas, dos maiores entre todas as instituições de ensino superior portuguesas (relatório de 2017).
Nada disto coloca em causa tudo o que de bom é feito no IPT e no IPS e que acrescenta valor à região, ou todos os esforços diários dos seus dirigentes, docentes e restantes funcionários em prol do ensino, da investigação e dos projetos em que estão envolvidos. O problema é que a manter-se este contexto, nunca serão suficientes para inverter a tendência de definhamento e perda de relevância que se regista.
Não será esta a altura certa para que qualquer reestruturação a adotar passe pela associação, colaboração, consórcio, fusão (ou o que lhe quiserem chamar) entre os dois politécnicos, de forma a podermos ter, na região, uma instituição de ensino superior público mais forte?
É que é disso que precisamos: uma instituição que possa representar uma marca de iniciativa, inovação e investigação; que seja uma referência para alunos, entidades e empresas, daqui mas também do resto do país e com projetos e parcerias noutras escalas; e que consiga especializar-se, tornar-se atrativa, fator de qualificação, competitividade, e até de identidade deste nosso território!
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