E os 100 anos de república não evitaram a crise!
Em 5 de Outubro de 1910, operou-se, em Portugal, uma mudança de regime político. Os princípios e valores, pelos quais lutaram os republicanos, eram aqueles que a Revo-
lução Francesa, de 1789, implantou, ou seja, Igualdade, Liberdade e Fraternidade, valores e princípios pelos quais, também, lutaram os liberais vintistas, a partir de 1820, até à Regeneração de 1852, altura em que, segundo os, actuais, opinadores da crise, o Estado se terá começado a endividar, ou seja, por alturas da Patuleia, até ao Ultimato inglês de 1890, nada aconteceu, não obstante a questão coimbrã, de 1865 o Cenáculo, as conferências do Casino, em 1871, ”As Farpas”, entre 1871/72 e os vencidos da vida, grupo de burgueses, bigodaças e jantaristas que se encontravam até 1893.
Após o Ultimato, até à república, foi uma catadupa de acontecimentos, inclusivé o assassinato do Rei, em 1908 e a ascensão dos republicanos ao poder, em 5 de Outubro de 1910, eles que queriam o poder a todo o custo, ainda que logo após o 5 de Outubro se dividissem em 4 grupos, sucedendo-se, em 16 anos, 46 governos (a uma média de 4 meses e um até durou, apenas, 6 dias) e 9 presidentes da república, o que é revelador da instabilidade social, política e cultural que a proclamação da república causou. Foi o apogeu do caciquismo e das oligarquias!
Só a ditadura nos pode salvar, dizia-se, então, inclusivé o seareiro, António Sérgio que incorporou governos, entre 1923 e 1925. A confusão foi tal que o próprio marechal Carmona (aquele que viria a ser o principal lugar-tenente de Salazar, durante mais de 20 anos), fez parte dum governo do republicano, Teixeira Gomes.
Nem foi necessário qualquer revolução. Em 28 de Maio de 1926, Mendes Cabeçadas recebeu o poder de Bernardino Machado, logo sendo deposto por Gomes da Costa que a seguir baqueou perante Óscar Carmona, já às portas do providencial homem de Santa Comba Dão, que para evitar convulsões sociais, estabeleceu a trilogia de Deus, Pátria e Família, com o esvaziamento da cultura e da educação que só a partir dos neo-realistas, Ferreira de Castro, Aquilino, Redol, Soeiro, Manuel da Fonseca e outros, começou a ser possível pôr em causa a cultura salazarista da sacristia!
Salazar conseguiu ultrapassar, ileso, a 1ª grande crise mundial do capitalismo, de 1929, conseguiu, também, manter uma aparente neutralidade na 2ª Guerra Mundial, 1939/45 e isso possibilitou-lhe a entrada na ONU, no FMI, na NATO, na EFTA e começou, até, a ”namorar” o seu ingresso na, então, CEE!
A ”pax” salazarista, conseguiu ultrapassar os novos ventos do pós-2ª guerra, mas no final dos anos 50 e início de 60 tudo se complicou e modificou: abalo delgadista, assalto ao Santa Maria, início da guerra colonial, tentativa de golpe de Botelho Moniz, ocupação de Goa e revolta falhada no quartel de Beja.
Mas Salazar embirrou e preferiu ficar ”orgulhosamente só”, até cair da cadeira e entregar o poder a Caetano que quis ”arejar” o regime, mas limitou-se a mudar as siglas de PIDE para DGS e de UN para ANP e não resolveu a questão colonial, tendo mesmo de viver com a 2ª grande crise do capitalismo, em 1973, até que o poder caiu na rua, com um mero abanão dos militares de Abril!
Passaram 37 anos a ”abrir caminho para uma sociedade socialista” e ”sem classes”. Assim, foi prometido pelo MFA!
Em 35 anos, através de eleições democráticas, foram eleitos quatro presidentes da república e constituídos 18 governos constitucionais que governaram a uma média 2 anos, até chegarmos ao descrédito, actual, de estarmos à beira da bancarrota e são esses mesmos de sempre, do chamado arco constitucional (PS, PSD e CDS) que querem continuar a governar.
Que grande descaramento! Que grande lata!
E os 100 anos de república não evitaram a crise!
Em 5 de Outubro de 1910, operou-se, em Portugal, uma mudança de regime político. Os princípios e valores, pelos quais lutaram os republicanos, eram aqueles que a Revo-
lução Francesa, de 1789, implantou, ou seja, Igualdade, Liberdade e Fraternidade, valores e princípios pelos quais, também, lutaram os liberais vintistas, a partir de 1820, até à Regeneração de 1852, altura em que, segundo os, actuais, opinadores da crise, o Estado se terá começado a endividar, ou seja, por alturas da Patuleia, até ao Ultimato inglês de 1890, nada aconteceu, não obstante a questão coimbrã, de 1865 o Cenáculo, as conferências do Casino, em 1871, ”As Farpas”, entre 1871/72 e os vencidos da vida, grupo de burgueses, bigodaças e jantaristas que se encontravam até 1893.
Após o Ultimato, até à república, foi uma catadupa de acontecimentos, inclusivé o assassinato do Rei, em 1908 e a ascensão dos republicanos ao poder, em 5 de Outubro de 1910, eles que queriam o poder a todo o custo, ainda que logo após o 5 de Outubro se dividissem em 4 grupos, sucedendo-se, em 16 anos, 46 governos (a uma média de 4 meses e um até durou, apenas, 6 dias) e 9 presidentes da república, o que é revelador da instabilidade social, política e cultural que a proclamação da república causou. Foi o apogeu do caciquismo e das oligarquias!
Só a ditadura nos pode salvar, dizia-se, então, inclusivé o seareiro, António Sérgio que incorporou governos, entre 1923 e 1925. A confusão foi tal que o próprio marechal Carmona (aquele que viria a ser o principal lugar-tenente de Salazar, durante mais de 20 anos), fez parte dum governo do republicano, Teixeira Gomes.
Nem foi necessário qualquer revolução. Em 28 de Maio de 1926, Mendes Cabeçadas recebeu o poder de Bernardino Machado, logo sendo deposto por Gomes da Costa que a seguir baqueou perante Óscar Carmona, já às portas do providencial homem de Santa Comba Dão, que para evitar convulsões sociais, estabeleceu a trilogia de Deus, Pátria e Família, com o esvaziamento da cultura e da educação que só a partir dos neo-realistas, Ferreira de Castro, Aquilino, Redol, Soeiro, Manuel da Fonseca e outros, começou a ser possível pôr em causa a cultura salazarista da sacristia!
Salazar conseguiu ultrapassar, ileso, a 1ª grande crise mundial do capitalismo, de 1929, conseguiu, também, manter uma aparente neutralidade na 2ª Guerra Mundial, 1939/45 e isso possibilitou-lhe a entrada na ONU, no FMI, na NATO, na EFTA e começou, até, a ”namorar” o seu ingresso na, então, CEE!
A ”pax” salazarista, conseguiu ultrapassar os novos ventos do pós-2ª guerra, mas no final dos anos 50 e início de 60 tudo se complicou e modificou: abalo delgadista, assalto ao Santa Maria, início da guerra colonial, tentativa de golpe de Botelho Moniz, ocupação de Goa e revolta falhada no quartel de Beja.
Mas Salazar embirrou e preferiu ficar ”orgulhosamente só”, até cair da cadeira e entregar o poder a Caetano que quis ”arejar” o regime, mas limitou-se a mudar as siglas de PIDE para DGS e de UN para ANP e não resolveu a questão colonial, tendo mesmo de viver com a 2ª grande crise do capitalismo, em 1973, até que o poder caiu na rua, com um mero abanão dos militares de Abril!
Passaram 37 anos a ”abrir caminho para uma sociedade socialista” e ”sem classes”. Assim, foi prometido pelo MFA!
Em 35 anos, através de eleições democráticas, foram eleitos quatro presidentes da república e constituídos 18 governos constitucionais que governaram a uma média 2 anos, até chegarmos ao descrédito, actual, de estarmos à beira da bancarrota e são esses mesmos de sempre, do chamado arco constitucional (PS, PSD e CDS) que querem continuar a governar.
Que grande descaramento! Que grande lata!
![]() A generalidade dos cidadãos, onde se incluem as elites políticas, não tem qualquer capacidade para julgar se as alterações climáticas em curso são de origem humana ou se são apenas efeitos de uma alteração do clima que ocorre independentemente das acções humanas. |
![]() Quase dez da noite da última sexta-feira de Novembro, no aeroporto da Portela. Está quente para quem acaba de chegar de um país mais frio. Apanho um táxi para o centro de Lisboa, uma distância suficientemente curta para não ser do agrado dos taxistas. |
![]() Podemos não falar do assunto. Podemos todos ir pensando nisto sem dizer o que quer que seja, ou fazer do tema não mais do que uma conversa de café, para não melindrar ninguém. Temos um problema na região com o ensino superior público: dois Institutos Politécnicos, Tomar e Santarém (IPT e IPS), demasiado pequenos e demasiado sozinhos, desligados entre si, pouco atrativos, pouco diferenciadores e com uma sustentabilidade mais do que duvidosa. |
![]() A Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes mudou-se para o mercado, literalmente. Às terças, quinzenalmente, é lá que se encontra. Misturar as couves, as cebolas, o pão, o queijo, as flores e as pessoas com os livros é uma ideia que deve ser valorizada e apreciada. |
![]() Estamos no outono, muito perto da chegada do inverno. Uma estação bonita, de cores únicas, temperatura amena e blá, blá, blá… tudo de bom para dizer desta época do ano. É também a altura em que as árvores de folha caduca se despem totalmente e deixam os seus ramos apanhar sol, ganhando assim força até à chegada da primavera, momento em que nos presenteiam, novamente, com a sombra das suas folhas. |
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![]() Comecemos pelo trivial, mas que muitas vezes é esquecido. O papel do PSD e do CDS tem sido fundamental para a consolidação de um regime democrático-liberal no nosso país. Uma democracia representativa não pode subsistir sem a existência de pluralidade política e de partidos de direita e de esquerda. |
![]() Pode dizer-se que é desolador, uma tristeza, que não querem saber, quem pode não quer, está tudo desprezado, é uma grande irresponsabilidade, é um desconsolo e mais uns quantos adjectivos, mas creio que é mais do que isso e mais grave. |
![]() Vinha a ouvir no rádio do carro a rubrica “Eu é que sei!” A ideia passa por lançar perguntas às crianças para elas opinarem sobre o que pensam de cada temática. Eu é que sei…. “O que é um estetoscópio”, “porque há pessoas boas e más”, “porque as pessoas usam malas”, “porque é que as aranhas têm 8 olhos” , “o que é um pirilampo”, “para que serve a manete de mudanças. |
![]() No mês passado o Parlamento Europeu aprovou uma resolução de condenação dos regimes nazi e comunista. Na verdade, ambos os regimes perseguiram e mataram adversários e o Estado teve neles uma configuração totalitária. |
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