O novo modelo de vida português: a austeridade!
Opinião » 2011-06-09 » Ana Trincão
Eu estive lá, numa Assembleia de Voto e pude testemunhar que as pessoas estavam radiantes por escolherem a austeridade. Mostravam alívio e, também, cumplicidade! Há sado-masoquismo nesta escolha eleitoral!
Procuro pesquisar momentos da História de Portugal que tenham alguma semelhança e não obstante entender as motivações dos 4.355.510 (41,6% dos votantes) cidadãos que votaram pela austeridade, no PPD, PS e CDS (aqui reconheço que as sondagens fizeram um bom trabalho!), só encontro paralelo com a chamada Revolução do 28 de Maio de 1926, quer pelos seus antecedentes, quer, também, por algumas reacções populares à vinda de Salazar para pôr ordem e disciplinar as finanças públicas.
Agora, temos um novo Governo (não um Governo novo, porque este PSD e CDS já governou 19 dos 35 anos, desde a instauração desta democracia. Ou seja, já os conhecemos e bem!
Numa obsessão nunca vista que raiava a psicanálise freudiana todos abominavam Sócrates (este que teimosamente se manteve no Governo, após 23 de Março). Agora que já saiu, Passos Coelho e Paulo Portas são os bons discípulos da Troika para disciplinarem as finanças públicas como fez Salazar, eles (PSD e CDS) que vão tomar posse com 26,37% de votos, tal como Cavaco Silva exerce o cargo, com 23,15% do voto dos portugueses.
A História não se repete, por isso, espero que as medidas severas e duras, impostas pelos países ricos, não sejam fomentadoras de males ainda piores!
Outra leitura que se pode fazer desta manifestação de vontade popular das eleições de 5 de Junho (como gostam de glosar os arautos apaniguados do folclore das eleições à americana), é que a Revolução de Abril, nomeadamente do que dela resta, a CRP, é já passado. Agora, só falta tirar da Constituição o que tenha a ver com aqueles ” desvarios” revolucionários, dos Militares de Abril.
Tudo bem feito, inclusivé o papel preponderante das empresas e dos ”Donos de Portugal” que mandam na Comunicação Social!
Fixemo-nos, então nesta data histórica de 5 de Junho de 2011, como mais um encontro negativo dos portugueses com a sua História.
Estamos em austeridade que aceitámos e aprovámos, agora, não nos devemos queixar de vermos diminuídos os nossos rendimentos, as pensões de reforma, os cuidados de saúde, a educação, a habitação. Agora, o utilizador paga as Scuts e não discute. Os professores vão ser avaliados e as corporações que queiram melhorar regalias, podem esperar mais algumas décadas. O tempo é de austeridade. O novo Governo tem legitimidade e autoridade para disciplinar os gastadores, nomeadamente aqueles que englobam as classes sociais mais desfavorecidas.
Embora adivinhe o que vai acontecer, vou estar atento para saber se a austeridade, também, vai atingir os ”Donos de Portugal”.
Ao povão e a todos os que não se revêem na austeridade e não querem ser colonos dos países ricos, resta-lhes, apenas, resistir, resistir e mais resistir, porque a História e a Vida ditará, proximamente, novos paradigmas.
Tenhamos esperança!
O novo modelo de vida português: a austeridade!
Opinião » 2011-06-09 » Ana TrincãoEu estive lá, numa Assembleia de Voto e pude testemunhar que as pessoas estavam radiantes por escolherem a austeridade. Mostravam alívio e, também, cumplicidade! Há sado-masoquismo nesta escolha eleitoral!
Procuro pesquisar momentos da História de Portugal que tenham alguma semelhança e não obstante entender as motivações dos 4.355.510 (41,6% dos votantes) cidadãos que votaram pela austeridade, no PPD, PS e CDS (aqui reconheço que as sondagens fizeram um bom trabalho!), só encontro paralelo com a chamada Revolução do 28 de Maio de 1926, quer pelos seus antecedentes, quer, também, por algumas reacções populares à vinda de Salazar para pôr ordem e disciplinar as finanças públicas.
Agora, temos um novo Governo (não um Governo novo, porque este PSD e CDS já governou 19 dos 35 anos, desde a instauração desta democracia. Ou seja, já os conhecemos e bem!
Numa obsessão nunca vista que raiava a psicanálise freudiana todos abominavam Sócrates (este que teimosamente se manteve no Governo, após 23 de Março). Agora que já saiu, Passos Coelho e Paulo Portas são os bons discípulos da Troika para disciplinarem as finanças públicas como fez Salazar, eles (PSD e CDS) que vão tomar posse com 26,37% de votos, tal como Cavaco Silva exerce o cargo, com 23,15% do voto dos portugueses.
A História não se repete, por isso, espero que as medidas severas e duras, impostas pelos países ricos, não sejam fomentadoras de males ainda piores!
Outra leitura que se pode fazer desta manifestação de vontade popular das eleições de 5 de Junho (como gostam de glosar os arautos apaniguados do folclore das eleições à americana), é que a Revolução de Abril, nomeadamente do que dela resta, a CRP, é já passado. Agora, só falta tirar da Constituição o que tenha a ver com aqueles ” desvarios” revolucionários, dos Militares de Abril.
Tudo bem feito, inclusivé o papel preponderante das empresas e dos ”Donos de Portugal” que mandam na Comunicação Social!
Fixemo-nos, então nesta data histórica de 5 de Junho de 2011, como mais um encontro negativo dos portugueses com a sua História.
Estamos em austeridade que aceitámos e aprovámos, agora, não nos devemos queixar de vermos diminuídos os nossos rendimentos, as pensões de reforma, os cuidados de saúde, a educação, a habitação. Agora, o utilizador paga as Scuts e não discute. Os professores vão ser avaliados e as corporações que queiram melhorar regalias, podem esperar mais algumas décadas. O tempo é de austeridade. O novo Governo tem legitimidade e autoridade para disciplinar os gastadores, nomeadamente aqueles que englobam as classes sociais mais desfavorecidas.
Embora adivinhe o que vai acontecer, vou estar atento para saber se a austeridade, também, vai atingir os ”Donos de Portugal”.
Ao povão e a todos os que não se revêem na austeridade e não querem ser colonos dos países ricos, resta-lhes, apenas, resistir, resistir e mais resistir, porque a História e a Vida ditará, proximamente, novos paradigmas.
Tenhamos esperança!
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |