Três notas em vésperas de novo Governo
"Três partidos derrotados, mesmo que concertados entre si, não fazem um vencedor. A indigitação de António Costa como Primeiro-ministro e líder de um novo Governo não reflete o resultado das eleições. Os eleitores disseram que queriam que a coligação PSD/PP continuasse a governar, com o PS a mediar"
Passado. O governo da coligação PSD/PP recebeu o país com as contas públicas num estado calamitoso. Foram imensos os tiros no pé na governação, os casos, os fiascos, os equívocos, a negação à matriz reformadora do PSD, sobretudo se considerada a maioria parlamentar de suporte à coligação, que teria possibilitado muito mais.
Não obstante, nas finanças públicas os desvarios foram contidos e a própria economia acabou este ciclo com sinais ténues mas evidentes de recuperação, com méritos do Governo, que depois de ter de aplicar muitas medidas impopulares (não, a austeridade não é nenhuma ideologia!) apresentou-se a eleições com um programa sem grandes promessas em linha com a necessidade de maior equilíbrio sempre defendida. Neste sentido, a vitória nas eleições de 4 de Outubro foi impressionante.
Presente. Três partidos derrotados, mesmo que concertados entre si, não fazem um vencedor. A indigitação de António Costa como Primeiro-ministro e líder de um novo Governo não reflete o resultado das eleições. Os eleitores disseram que queriam que a coligação PSD/PP continuasse a governar, com o PS a mediar, a forçar a introdução de medidas mais sociais e de desagravamento dos cortes e da carga fiscal, a influenciar e a exigir uma nova atitude do executivo.
No PS, onde todos são agora entusiastas ativistas de esquerda, optou-se por outro caminho. É constitucional, legítimo e regular do ponto de vista da formalidade. Mas quebra as regras informais que tínhamos como adquiridas, as normas não escritas pelas quais também se rege uma democracia e uma sociedade. Por isso, um Governo com estas características, não sufragado e tendo por base os acordos que se conhecem, é um exercício arriscado, mas aí está, para o que for.
Futuro. Não alinho na teoria do tacticismo gratuito, do poder a todo o custo para salvar a pele do secretário-geral. Acredito que António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa têm legítimas ideias de mudança para o país e que as querem ver aplicadas, por defenderem que são as que melhor servem o interesse nacional.
Não me revejo na maior parte destas ideias, mas só lhes desejo que tudo corra como esperam. Quanto ao PSD é necessário mudar de vida, regressar ao centro, construir rapidamente uma alternativa relevante a partir dos seus próprios princípios fundadores. Mais tarde ou mais cedo esta alternativa vai ser precisa. Por agora acabou a coligação, cada partido deve seguir o seu percurso e os seus valores. Sem dramas. É a vida.
Jorge Salgado Simões
Três notas em vésperas de novo Governo
Três partidos derrotados, mesmo que concertados entre si, não fazem um vencedor. A indigitação de António Costa como Primeiro-ministro e líder de um novo Governo não reflete o resultado das eleições. Os eleitores disseram que queriam que a coligação PSD/PP continuasse a governar, com o PS a mediar
Passado. O governo da coligação PSD/PP recebeu o país com as contas públicas num estado calamitoso. Foram imensos os tiros no pé na governação, os casos, os fiascos, os equívocos, a negação à matriz reformadora do PSD, sobretudo se considerada a maioria parlamentar de suporte à coligação, que teria possibilitado muito mais.
Não obstante, nas finanças públicas os desvarios foram contidos e a própria economia acabou este ciclo com sinais ténues mas evidentes de recuperação, com méritos do Governo, que depois de ter de aplicar muitas medidas impopulares (não, a austeridade não é nenhuma ideologia!) apresentou-se a eleições com um programa sem grandes promessas em linha com a necessidade de maior equilíbrio sempre defendida. Neste sentido, a vitória nas eleições de 4 de Outubro foi impressionante.
Presente. Três partidos derrotados, mesmo que concertados entre si, não fazem um vencedor. A indigitação de António Costa como Primeiro-ministro e líder de um novo Governo não reflete o resultado das eleições. Os eleitores disseram que queriam que a coligação PSD/PP continuasse a governar, com o PS a mediar, a forçar a introdução de medidas mais sociais e de desagravamento dos cortes e da carga fiscal, a influenciar e a exigir uma nova atitude do executivo.
No PS, onde todos são agora entusiastas ativistas de esquerda, optou-se por outro caminho. É constitucional, legítimo e regular do ponto de vista da formalidade. Mas quebra as regras informais que tínhamos como adquiridas, as normas não escritas pelas quais também se rege uma democracia e uma sociedade. Por isso, um Governo com estas características, não sufragado e tendo por base os acordos que se conhecem, é um exercício arriscado, mas aí está, para o que for.
Futuro. Não alinho na teoria do tacticismo gratuito, do poder a todo o custo para salvar a pele do secretário-geral. Acredito que António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa têm legítimas ideias de mudança para o país e que as querem ver aplicadas, por defenderem que são as que melhor servem o interesse nacional.
Não me revejo na maior parte destas ideias, mas só lhes desejo que tudo corra como esperam. Quanto ao PSD é necessário mudar de vida, regressar ao centro, construir rapidamente uma alternativa relevante a partir dos seus próprios princípios fundadores. Mais tarde ou mais cedo esta alternativa vai ser precisa. Por agora acabou a coligação, cada partido deve seguir o seu percurso e os seus valores. Sem dramas. É a vida.
Jorge Salgado Simões
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