Centralistas
" Parece-me claro que temos de ter um programa de segunda oportunidade na área da educação de adultos"
Quando muitos pensavam que a única coisa positiva da recente tragédia dos incêndios era que finalmente o país ia olhar de outra forma para a interior, para o espaço rural e para fora das grandes áreas metropolitanas, as notícias que vão sendo conhecidas sobre a reprogramação dos fundos comunitários desfazem qualquer réstia de dúvidas. É mesmo para manter o atual estado de coisas e desistir de um território mais equilibrado e coeso, continuando a apostar todas as fichas em Lisboa e Porto.
Em traços muito gerais, a questão é que o anterior Governo negociou o atual quadro de financiamento europeu envolvendo o PS nas negociações, chegando-se a um plano de 25 mil milhões de euros. Este quadro privilegia os incentivos às empresas e o investimento público nas regiões não metropolitanas, com níveis de riqueza inferiores, prosseguindo a política de coesão e desenvolvimento regional que a UE defende. Chegados ao período de reprogramação e sem falar com ninguém, temos que o atual Governo se prepara para alterar os destinos a dar aos montantes contratualizados. E que destinos serão esses? Ao que parece, haverá que financiar o programa Qualifica, substituto das Novas Oportunidades, a construção de novas escolas que ficaram de fora dos planos do anterior quadro, e serão necessárias algumas centenas de milhões de euros para novos investimentos nos Metros de Lisboa e Porto e na Linha de Cascais.
A confirmar-se, devemos questionar as opções seguidas. A mim, parece-me claro que temos de ter um programa de segunda oportunidade na área da educação de adultos e que há, de facto, muitas escolas que ficaram sem qualquer intervenção por via de opções desastrosas no anterior programa de requalificação do parque escolar. E também não tenho grandes dúvidas de que outros investimentos serão necessários nos transportes metropolitanos. Contudo, se há recursos disponíveis para as políticas orçamentais expansionistas que temos visto defendidas pelo atual Governo, porquê retirar verbas ao investimento no interior do país e às regiões com menos recursos, como a nossa, para as afetar em mais centralismo, em mais Lisboa e Porto, e em mais desequilíbrio territorial?
Centralistas
Parece-me claro que temos de ter um programa de segunda oportunidade na área da educação de adultos
Quando muitos pensavam que a única coisa positiva da recente tragédia dos incêndios era que finalmente o país ia olhar de outra forma para a interior, para o espaço rural e para fora das grandes áreas metropolitanas, as notícias que vão sendo conhecidas sobre a reprogramação dos fundos comunitários desfazem qualquer réstia de dúvidas. É mesmo para manter o atual estado de coisas e desistir de um território mais equilibrado e coeso, continuando a apostar todas as fichas em Lisboa e Porto.
Em traços muito gerais, a questão é que o anterior Governo negociou o atual quadro de financiamento europeu envolvendo o PS nas negociações, chegando-se a um plano de 25 mil milhões de euros. Este quadro privilegia os incentivos às empresas e o investimento público nas regiões não metropolitanas, com níveis de riqueza inferiores, prosseguindo a política de coesão e desenvolvimento regional que a UE defende. Chegados ao período de reprogramação e sem falar com ninguém, temos que o atual Governo se prepara para alterar os destinos a dar aos montantes contratualizados. E que destinos serão esses? Ao que parece, haverá que financiar o programa Qualifica, substituto das Novas Oportunidades, a construção de novas escolas que ficaram de fora dos planos do anterior quadro, e serão necessárias algumas centenas de milhões de euros para novos investimentos nos Metros de Lisboa e Porto e na Linha de Cascais.
A confirmar-se, devemos questionar as opções seguidas. A mim, parece-me claro que temos de ter um programa de segunda oportunidade na área da educação de adultos e que há, de facto, muitas escolas que ficaram sem qualquer intervenção por via de opções desastrosas no anterior programa de requalificação do parque escolar. E também não tenho grandes dúvidas de que outros investimentos serão necessários nos transportes metropolitanos. Contudo, se há recursos disponíveis para as políticas orçamentais expansionistas que temos visto defendidas pelo atual Governo, porquê retirar verbas ao investimento no interior do país e às regiões com menos recursos, como a nossa, para as afetar em mais centralismo, em mais Lisboa e Porto, e em mais desequilíbrio territorial?
![]() Dizia-se do último czar da Rússia, Nicolau II, que a sua opinião era a opinião da última pessoa com quem tinha falado. Cem anos depois, Nicolau II reencarnou em alguma daquela rapaziada que tomou conta dos principais partidos da nossa democracia. |
![]() Quando saí de Torres Novas para ir estudar em Lisboa já sabia que iria depois sair de Lisboa para vir trabalhar em Torres Novas. A primeira razão para voltar foi de natureza umbilical: eu ser de Torres Novas como outros são de Mangualde ou Famalicão. |
![]() Se se observar o comportamento dos portugueses perante a pandemia, talvez seja possível ter um vislumbre daquilo que somos e de como gostamos de ser governados. Obviamente que não nos comportamos todas da mesma forma e não gostamos todos de ser governados da mesma maneira. |
![]() O herói nacional, melhor jogador de futebol do mundo de sempre, segundo dizem, foi protagonista numa daquelas histórias que são matéria-prima para solidificar lendas. Nessa história, sublinhando as origens humildes, o estratosférico conquista mais um laço com o Zé comum. |
![]() Apesar da limitação de vacinas nesta fase, o país tem vindo a ser confrontado com variados episódios de vacinação fora do que está priorizado. Há sempre alguém que se julga acima das normas ou que faz as suas próprias normas e ultrapassa assim os que estão na fila, ou então por via de terceiros chegam primeiro à seringa. |
![]() Na falta de acções presenciais, multiplicaram-se, nos últimos meses, as iniciativas on-line sobre os mais diversos assuntos. Num destes eventos em que participei, sensibilizou-me, particularmente, o testemunho de um ex-ministro social-democrata que, quando questionado sobre um eventual regresso à vida política mais activa, reconheceu que não pretende fazê-lo porque, e nas suas palavras, os quatro anos em que foi ministro mudaram-no, levando amigos e familiares mais próximos a dizerem-lhe que, nessa altura, ele não era “o mesmo Nuno”. |
![]() 1. O PSD de Torres Novas é uma anedota. Ao mesmo tempo que digo isto, ouço já ao fundo vozes a erguerem-se contra esta forma crua e dura de arrancar com este texto. Imagino até as conclusões de quem tem facilidade de falar sem saber: é do Bloco, dizem uns, comunista desde sempre, atiram outros, indo ainda mais longe, lembrando que dirige aquele pasquim comunista, conforme aprenderam com o ex-presidente socialista. |
![]() |
![]() Passo de ballet, movimento em que a bailarina estica graciosamente a perna, tem diferentes níveis de dificuldade consoante a direcção da perna e a altura a que chega o pé, requer um grande equilíbrio e um elevado nível de concentração. |
![]() Ouço os sinais ao longe. Um pranto gritado bem alto, do alto dos sinos da igreja, por alguém que partiu. É já raro ouvir-se. Por norma, pelo menos na nossa cidade, ecoam apenas pelos que muito deram de si à causa religiosa. |
» 2021-02-05
» Carlos Paiva
Hill Street Blues - carlos paiva |
» 2021-02-20
» Inês Vidal
PSD: a morte há muito anunciada - inês vidal |
» 2021-02-22
» José Ricardo Costa
Na mouche - josé ricardo costa |
» 2021-02-18
» Hélder Dias
Vacina |
» 2021-02-05
» Jorge Carreira Maia
O estranho caso das vacinas - jorge carreira maia |