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HOMO LUPUS HOMINI - antónio mário santos

Opinião  »  2023-08-12  »  António Mário Santos

"“Todos somos precisos na casa grande da Humanidade. A tolerância e o respeito pelo outro são a imagem do verdadeiro crescimento espiritual"

Apanha-me de surpresa a notícia divulgada no facebook, em vários sites, da degolação da estátua de Santo António, na rotunda junto à sua capela.

Na altura em que o papa Francisco se encontra em Portugal. Na altura em que a Jornada Mundial da Juventude se transformou no acontecimento soberano de todas as televisões e redes sociais. Na altura em que os gastos de tal acontecimento criam polémica e divisões na sociedade portuguesa. Na altura em que a violência sexual do clero sobre as crianças foi «esquecida» por inoportuna. Na altura em que os discursos do papa chocam contra a parede do conservadorismo católico luso. Na altura em que os extremismos conhecidos se centraram numa obstrução duma missa católica para os católicos LGBTQI+ por católicos conservadores sectários; e na retirada, pela Câmara de Oeiras, do cartaz onde se denunciava os milhares de crianças violentadas sexualmente por padres da igreja católica. Na altura em que o papa Francisco apela ao diálogo e união, em nome do futuro, de ateus, agnósticos, católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, budistas, xintoistas, animistas, outras religiões e credos, de modo a esbater diferenças e unir forças em volta de defesa do ambiente, do combate sério das desigualdades sociais, da erradicação da pobreza, da xenofobia, do racismo, de qualquer forma de intolerância e hipocrisia política, do autoritarismo militarista e ditatorial.

Degolar-se a estátua dum santo, especificamente a de Santo António, recentemente instalada, ainda que criadora de polémica na sua colocação numa rotunda bem definida, e no mau estar pelo despesismo autárquico provocado, gera, inevitavelmente, repúdio, desconforto, ira.

Liberta emotivamente ódios recalcados, e a maledicência ignorante ou a maldade sectária, apontam a dedo acusador decrentes como culpados. 

O dilema entre a existência democrática dum estado laico e a ressurgimento da tendência conservadora de credulidade beata proveniente dum passado fascista, num período de enormíssima tensão emocional religiosa, que a presença dum papa anticonservadorismo, de tendências socializantes,combatente das desigualdades económicas e sociais, numa Jornada Mundial da Juventude, vem intensificar, não pode ser observado ingenuamente como um acto castrador e anticatólico.

Será, de facto, um acto castrador?

Revela-me ser uma provocação, com uma finalidade essencial: acentuar divisões entre pessoas duma mesma cidade, desviar as atenções do mal-estar social crescente, para a criação de ódios, acusações gratuitas, perseguições. Dividir para reinar. A História remete-nos para muitos casos similares, cujo aproveitamento conduziu a gigantescas tragédias. As guerras religiosas dos sécs XVI, XVII e XVIII, são exemplos de como tudo começa com provocações absurdas que se extremizaram para se atingir determinados fins. 

Um acto crininoso, como este, anticonstitucional, merece uma justiça célere. Será possível?

Inquieta-me o que se passou na minha cidade. Pelo ódio que pretende fazer explodir. Pela intolerância que fez surgir nas diversas opiniões. No que se pressente sob um motivo disfarçado: a recuperação duma tradição assente na exploração dos mais fracos e na tentativa de manutenção dos privilégios das minorias.

O contraditório da mensagem do papa Francisco, na sua mensagem de amor e de luta fraterna contra o falso conceito da diferença: «vale mais um ateu sincero,que um falso católico».

Todos somos precisos na casa grande da Humanidade. A tolerância e o respeito pelo outro são a imagem do verdadeiro crescimento espiritual.

O planeta avisa-nos, diariamente, para não brincarmos com coisas sérias. O ar, o clima, a água, a terra, os seus frutos. Ressuscitar o ódio religioso, num mundo em crise de sobrevivência, interessa a quem? Decerto aos que pretendem conservar os privilégios de que se tornaram donos, sabe-se lá como! E, num gesto verdadeiramente antipapal, através da degola duma estátua, tentando acender as fogueiras que a sua mentalidade inquisitorial tanto deseja.

Senhor Ministério Público: faça-se justiça.

 

.

 

 

 

 

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