A arte de sermos gozados internacionalmente
Opinião » 2014-05-09 » João Quaresma
Dado curioso, tendo em consideração os valores pecuniários que estavam em causa as perspectivas iam no sentido de uma saída limpa, sem o recurso a um programa cautelar. Pode até parecer engraçado ver este tipo de apostas, no entanto não deixa de ser verdade que tal realidade constitui um tremendo gozo para com todos nós Portugueses. Mas o mais grave está no facto de aqueles que efetivamente detêm o poder politico não quererem estabelecer uma base de entendimento com vista ao futuro. Está na hora de as várias forças políticas e todos os agentes económicos e sociais se consciencializarem com necessidade imperiosa de levar Portugal a bom rumo. Na verdade, e como agora parece ser uma evidência, o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro chegou ao fim tendo Portugal, pelo menos aparentemente, credibilidade internacional e os instrumentos adequados para conseguir os meios indispensáveis ao financiamento do Estado e da economia. Estamos agora na fase em que o objetivo deverá ser o de apontar uma linha de rumo ao futuro, dentro do quadro das exigentes regras europeias de disciplina orçamental a que Portugal se encontrará sujeito, devendo os dois maiores partidos políticos Portugueses alcançar um compromisso político de médio prazo. Têm nos dias que correm uma oportunidade de discutir, de forma serena e informada, colocando os interesses nacionais em primeiro lugar, as condições que o País deverá assegurar para poder enfrentar com sucesso os seus problemas de financiamento por forma a retomar uma trajetória de crescimento económico, de criação de emprego e de melhoria efetiva das condições de vida dos Portugueses. Os partidos portugueses, com especial destaque para os que têm representação parlamentar devem contribuir para que os Portugueses fiquem esclarecidos e estejam bem conscientes das regras europeias de disciplina orçamental, já que elas irão condicionar, de forma profunda, a vida nacional nos próximos anos. Deixem-se de políticas trauliteiras, de conversas ruidosas, de fraco conteúdo e que apenas baralham quem ouve. Falem aos Portugueses dos regulamentos comunitários que existem e que obrigam a Portugal tal como os restantes países da Zona Euro a estarem sujeitos a um acompanhamento rigoroso por parte das autoridades europeias, de modo a garantir o cumprimento das regras de equilíbrio orçamental e de sustentabilidade da dívida pública de forma a evitar desequilíbrios macroeconómicos.
Meus senhores, agora que estamos em plena campanha eleitoral para as Europeias, digam-nos com clareza e sem demagogias, querem ou não Portugal inserido na Comunidade Europeia? Digam e expliquem isto aos Portugueses. Sejamos rigorosos e apartidários na análise à realidade política portuguesa e, por uma vez, sejam verdadeiramente portugueses interessados no sucesso de Portugal. Em vez de fomentarem tantas manifestações de rua, expliquem aos manifestantes que no futuro os orçamentos de estado terão de respeitar as normas europeias. Expliquem que a Comissão Europeia pode requerer a revisão das propostas de Orçamento de cada País se concluir que elas não respeitam os requisitos do Pacto de Estabilidade e Crescimento e as recomendações adotadas pelo Conselho, no quadro do processo de planeamento da política económica e orçamental na União Europeia. Por tudo isto é uma ilusão pensar que as exigências de rigor orçamental colocadas a Portugal irão desaparecer com a agora anunciada saída da Troika. Qualquer que seja o governo em funções, o escrutínio europeu reforçado das finanças públicas portuguesas, bem como a monitorização da política económica, vai prolongar-se muito para além da conclusão do atual programa de ajustamento. Essa é a nossa realidade. Por tudo isto façam-nos pelo menos um favor, contribuam para que todos nós não sejamos alvo de gozo internacional.
A arte de sermos gozados internacionalmente
Opinião » 2014-05-09 » João QuaresmaDado curioso, tendo em consideração os valores pecuniários que estavam em causa as perspectivas iam no sentido de uma saída limpa, sem o recurso a um programa cautelar. Pode até parecer engraçado ver este tipo de apostas, no entanto não deixa de ser verdade que tal realidade constitui um tremendo gozo para com todos nós Portugueses. Mas o mais grave está no facto de aqueles que efetivamente detêm o poder politico não quererem estabelecer uma base de entendimento com vista ao futuro. Está na hora de as várias forças políticas e todos os agentes económicos e sociais se consciencializarem com necessidade imperiosa de levar Portugal a bom rumo. Na verdade, e como agora parece ser uma evidência, o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro chegou ao fim tendo Portugal, pelo menos aparentemente, credibilidade internacional e os instrumentos adequados para conseguir os meios indispensáveis ao financiamento do Estado e da economia. Estamos agora na fase em que o objetivo deverá ser o de apontar uma linha de rumo ao futuro, dentro do quadro das exigentes regras europeias de disciplina orçamental a que Portugal se encontrará sujeito, devendo os dois maiores partidos políticos Portugueses alcançar um compromisso político de médio prazo. Têm nos dias que correm uma oportunidade de discutir, de forma serena e informada, colocando os interesses nacionais em primeiro lugar, as condições que o País deverá assegurar para poder enfrentar com sucesso os seus problemas de financiamento por forma a retomar uma trajetória de crescimento económico, de criação de emprego e de melhoria efetiva das condições de vida dos Portugueses. Os partidos portugueses, com especial destaque para os que têm representação parlamentar devem contribuir para que os Portugueses fiquem esclarecidos e estejam bem conscientes das regras europeias de disciplina orçamental, já que elas irão condicionar, de forma profunda, a vida nacional nos próximos anos. Deixem-se de políticas trauliteiras, de conversas ruidosas, de fraco conteúdo e que apenas baralham quem ouve. Falem aos Portugueses dos regulamentos comunitários que existem e que obrigam a Portugal tal como os restantes países da Zona Euro a estarem sujeitos a um acompanhamento rigoroso por parte das autoridades europeias, de modo a garantir o cumprimento das regras de equilíbrio orçamental e de sustentabilidade da dívida pública de forma a evitar desequilíbrios macroeconómicos.
Meus senhores, agora que estamos em plena campanha eleitoral para as Europeias, digam-nos com clareza e sem demagogias, querem ou não Portugal inserido na Comunidade Europeia? Digam e expliquem isto aos Portugueses. Sejamos rigorosos e apartidários na análise à realidade política portuguesa e, por uma vez, sejam verdadeiramente portugueses interessados no sucesso de Portugal. Em vez de fomentarem tantas manifestações de rua, expliquem aos manifestantes que no futuro os orçamentos de estado terão de respeitar as normas europeias. Expliquem que a Comissão Europeia pode requerer a revisão das propostas de Orçamento de cada País se concluir que elas não respeitam os requisitos do Pacto de Estabilidade e Crescimento e as recomendações adotadas pelo Conselho, no quadro do processo de planeamento da política económica e orçamental na União Europeia. Por tudo isto é uma ilusão pensar que as exigências de rigor orçamental colocadas a Portugal irão desaparecer com a agora anunciada saída da Troika. Qualquer que seja o governo em funções, o escrutínio europeu reforçado das finanças públicas portuguesas, bem como a monitorização da política económica, vai prolongar-se muito para além da conclusão do atual programa de ajustamento. Essa é a nossa realidade. Por tudo isto façam-nos pelo menos um favor, contribuam para que todos nós não sejamos alvo de gozo internacional.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
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