Três avisos e uma remodelação
"Do ponto de vista político, parece claro que chegou a hora de António Costa fazer uma remodelação profunda no governo. O problema, porém, não será debelado com uma mera troca de ministros."
A governação de António Costa começa a abrir brechas que só a actual inépcia da direita tem evitado que se transformem num enorme desgaste político. Em pouco tempo, depois da euforia em torno do défice, o país frágil que somos, do ponto de vista institucional, enviou três avisos. O menos importante foi a história do exame de Português do 12.º ano. O mais trágico está ligado aos acontecimentos de Pedrógão Grande. O mais simbólico da nossa fragilidade, o roubo de armamento em Tancos. Todos estes acontecimentos têm um denominador comum. As instituições são frágeis e parecem acometidas por uma doença que impede o seu regular funcionamento. Estes acontecimentos são politicamente muito importantes e revelam, melhor que o cumprimento do défice, o estado da Nação.
É irrelevante dizer que isso poderia acontecer com outro governo qualquer. Também não terá grande sentido dizer que a degradação das instituições vem de há muito. Os governos são empossados para cuidarem das instituições e assegurarem que elas funcionem com regularidade e sem falhas clamorosas. Por muito que os governantes se achem inocentes nestes acontecimentos – e, certamente, são-no –, eles são responsáveis por eles. É evidente que o que aconteceu – fundamentalmente, em Pedrógão Grande e Tancos – é ainda consequência das políticas de austeridade que continuamos a seguir, mas não só. São fruto da leviandade que se instalou no Portugal democrático, leviandade essa que tem o PS como um dos principais expoentes, embora tenha boa companhia no lado da oposição.
Do ponto de vista político, parece claro que chegou a hora de António Costa fazer uma remodelação profunda no governo. O problema, porém, não será debelado com uma mera troca de ministros. O governo carece de uma legitimidade eleitoral cuja ausência, em momentos de crise e apesar da boa vontade do BE e do PCP, se torna de imediato patente. Os partidos de esquerda deveriam ponderar muito seriamente num governo onde todas as forças de esquerda estivessem representadas. Um governo que não viva apenas para o défice, a dívida e as devoluções. Um governo que cuide do país e da eficiência e democraticidade das instituições. O que está em jogo é evitar a degradação da situação política, a qual está ameaçada por estes acontecimentos, mas também com os previsíveis conflitos nas áreas da Saúde e da Justiça. A euforia governativa de há semanas atrás desapareceu num ápice. Pode ser uma oportunidade para olhar a realidade de frente e acabar de vez com os jogos florais. Pode ser o começo do descalabro.
Três avisos e uma remodelação
Do ponto de vista político, parece claro que chegou a hora de António Costa fazer uma remodelação profunda no governo. O problema, porém, não será debelado com uma mera troca de ministros.
A governação de António Costa começa a abrir brechas que só a actual inépcia da direita tem evitado que se transformem num enorme desgaste político. Em pouco tempo, depois da euforia em torno do défice, o país frágil que somos, do ponto de vista institucional, enviou três avisos. O menos importante foi a história do exame de Português do 12.º ano. O mais trágico está ligado aos acontecimentos de Pedrógão Grande. O mais simbólico da nossa fragilidade, o roubo de armamento em Tancos. Todos estes acontecimentos têm um denominador comum. As instituições são frágeis e parecem acometidas por uma doença que impede o seu regular funcionamento. Estes acontecimentos são politicamente muito importantes e revelam, melhor que o cumprimento do défice, o estado da Nação.
É irrelevante dizer que isso poderia acontecer com outro governo qualquer. Também não terá grande sentido dizer que a degradação das instituições vem de há muito. Os governos são empossados para cuidarem das instituições e assegurarem que elas funcionem com regularidade e sem falhas clamorosas. Por muito que os governantes se achem inocentes nestes acontecimentos – e, certamente, são-no –, eles são responsáveis por eles. É evidente que o que aconteceu – fundamentalmente, em Pedrógão Grande e Tancos – é ainda consequência das políticas de austeridade que continuamos a seguir, mas não só. São fruto da leviandade que se instalou no Portugal democrático, leviandade essa que tem o PS como um dos principais expoentes, embora tenha boa companhia no lado da oposição.
Do ponto de vista político, parece claro que chegou a hora de António Costa fazer uma remodelação profunda no governo. O problema, porém, não será debelado com uma mera troca de ministros. O governo carece de uma legitimidade eleitoral cuja ausência, em momentos de crise e apesar da boa vontade do BE e do PCP, se torna de imediato patente. Os partidos de esquerda deveriam ponderar muito seriamente num governo onde todas as forças de esquerda estivessem representadas. Um governo que não viva apenas para o défice, a dívida e as devoluções. Um governo que cuide do país e da eficiência e democraticidade das instituições. O que está em jogo é evitar a degradação da situação política, a qual está ameaçada por estes acontecimentos, mas também com os previsíveis conflitos nas áreas da Saúde e da Justiça. A euforia governativa de há semanas atrás desapareceu num ápice. Pode ser uma oportunidade para olhar a realidade de frente e acabar de vez com os jogos florais. Pode ser o começo do descalabro.
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |
![]() Gisèle Pelicot vive e cresceu em França. Tem 71 anos. Casou-se aos 20 anos de idade com Dominique Pelicot, de 72 anos, hoje reformado. Teve dois filhos. Gisèle não sabia que a pessoa que escolheu para estar ao seu lado ao longo da vida a repudiava ao ponto de não suportar a ideia de não lhe fazer mal, tudo isto em segredo e com a ajuda de outros homens, que, como ele, viviam vidas aparentemente, parcialmente e eticamente comuns. |
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