Que dure muitos anos é o meu desejo!
Ao contrário do que muita gente pensa, Democracia e Liberdade não só não são sinónimos, como nem sempre vivem de mãos dadas. A Venezuela, Angola e a Rússia, por exemplo, são democracias, uma vez que os governos são eleitos através de sufrágio universal, mas são países onde as liberdades individuais e os direitos das minorias não são minimamente respeitados.
Em Portugal, a situação, sendo substancialmente diferente dos casos apontados, não é, no entanto, totalmente diferente. Com efeito, se é verdade que Portugal é hoje uma verdadeira democracia, ainda não é, no entanto, uma verdadeira democracia liberal (democracia + liberdade). No nosso país, o presidente, seja do que for, em regra continua a conviver mal com a crítica e só se sente realizado perante plateias que o venerem e beijem o chão que pisa. E, não tendo os nossos municípios dimensão suficiente, continua a ser muito doloroso e a ser necessária muita coragem para a imprensa regional não se vergar ao senhor presidente.
Esta é, aliás, a principal razão por que uma grande parte da nossa imprensa regional funciona como uma mera extensão do boletim municipal onde, à boa maneira da imprensa cor-de-rosa do Estado Novo, só são divulgadas as realizações e as versões do poder instituído, em tom laudatório e de forma absolutamente acrítica, assim como as realizações individuais ou colectivas que servem, directa ou indirectamente, para o enaltecer.
Mesmo os nossos tribunais, só há bem pouco tempo e fruto das consecutivas e vexatórias sentenças condenatórias do Estado português, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, por violação do direito à liberdade de expressão, começaram a deixar de dar cobertura às perseguições, por via judicial, que eram movidas contra aqueles que tinham a coragem de criticar e denunciar os abusos dos donos das autarquias.
«O direito à liberdade de expressão não protege o direito a ter razão mas o direito a não a ter». Foi desta forma, lapidar, que um juiz norte-americano, numa sua sentença, definiu o objecto e a latitude deste direito que, em Portugal, toda a gente invoca e pouco gente pratica e respeita.
Quem me conhece sabe que não sou nem de meias palavras, nem de meias tintas, o que significa que não sou boa companhia para um jornal que queira ganhar a sua vida de cócoras. Ora, apesar de só conhecer o JORNAL TORREJANO de nome quando fui convidado para ser seu colaborador, precisamente no final do século passado, o simples facto de ter sido convidado foi o bastante para simpatizar com o jornal, tanto mais que o convite era feito por quem conhecia o género contundente, directo e vertical da minha escrita.
É, pois, com estima e um grande carinho que vejo este jornal festejar o seu vigésimo aniversário, num tempo conturbado para a imprensa regional devido à quebra do mercado publicitário por força da actual crise económica. Que dure muitos anos é o meu desejo! E que os seus leitores nunca se esqueçam da máxima japonesa: ”quando duas pessoas pensam da mesma maneira, uma é dispensável”.
Que dure muitos anos é o meu desejo!
Ao contrário do que muita gente pensa, Democracia e Liberdade não só não são sinónimos, como nem sempre vivem de mãos dadas. A Venezuela, Angola e a Rússia, por exemplo, são democracias, uma vez que os governos são eleitos através de sufrágio universal, mas são países onde as liberdades individuais e os direitos das minorias não são minimamente respeitados.
Em Portugal, a situação, sendo substancialmente diferente dos casos apontados, não é, no entanto, totalmente diferente. Com efeito, se é verdade que Portugal é hoje uma verdadeira democracia, ainda não é, no entanto, uma verdadeira democracia liberal (democracia + liberdade). No nosso país, o presidente, seja do que for, em regra continua a conviver mal com a crítica e só se sente realizado perante plateias que o venerem e beijem o chão que pisa. E, não tendo os nossos municípios dimensão suficiente, continua a ser muito doloroso e a ser necessária muita coragem para a imprensa regional não se vergar ao senhor presidente.
Esta é, aliás, a principal razão por que uma grande parte da nossa imprensa regional funciona como uma mera extensão do boletim municipal onde, à boa maneira da imprensa cor-de-rosa do Estado Novo, só são divulgadas as realizações e as versões do poder instituído, em tom laudatório e de forma absolutamente acrítica, assim como as realizações individuais ou colectivas que servem, directa ou indirectamente, para o enaltecer.
Mesmo os nossos tribunais, só há bem pouco tempo e fruto das consecutivas e vexatórias sentenças condenatórias do Estado português, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, por violação do direito à liberdade de expressão, começaram a deixar de dar cobertura às perseguições, por via judicial, que eram movidas contra aqueles que tinham a coragem de criticar e denunciar os abusos dos donos das autarquias.
«O direito à liberdade de expressão não protege o direito a ter razão mas o direito a não a ter». Foi desta forma, lapidar, que um juiz norte-americano, numa sua sentença, definiu o objecto e a latitude deste direito que, em Portugal, toda a gente invoca e pouco gente pratica e respeita.
Quem me conhece sabe que não sou nem de meias palavras, nem de meias tintas, o que significa que não sou boa companhia para um jornal que queira ganhar a sua vida de cócoras. Ora, apesar de só conhecer o JORNAL TORREJANO de nome quando fui convidado para ser seu colaborador, precisamente no final do século passado, o simples facto de ter sido convidado foi o bastante para simpatizar com o jornal, tanto mais que o convite era feito por quem conhecia o género contundente, directo e vertical da minha escrita.
É, pois, com estima e um grande carinho que vejo este jornal festejar o seu vigésimo aniversário, num tempo conturbado para a imprensa regional devido à quebra do mercado publicitário por força da actual crise económica. Que dure muitos anos é o meu desejo! E que os seus leitores nunca se esqueçam da máxima japonesa: ”quando duas pessoas pensam da mesma maneira, uma é dispensável”.
![]()
Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
» 2025-06-06
» Jorge Carreira Maia
Encontros |
» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |