Da imoralidade dos costumes
A revista do Público de domingo passado trazia um trabalho, O Estado da Meritocracia em Portugal, que merece ser lido, pois ajuda-nos a compreender o chão de onde brotam os grandes problemas que afligem a sociedade portuguesa. O artigo só espantará os muito distraídos. O mais interessante é que torna evidente que não existe diferença de comportamento entre as instituições públicas e as empresas privadas. Mostra que o mérito dos indivíduos não é premiado em Portugal. Mesmo nas empresas privadas vale mais um incompetente com uma boa cunha do que alguém de qualidade, mas sem pedigree. A questão é mesmo mais grave. Ser competente pode ser um risco para a carreira de uma pessoa. Em geral, embora existam excepções, nas instituições públicas ou nas empresas privadas, a incompetência promove-se e é promovida. Esta cultura, velha de séculos, explica muito bem o nosso atraso. Mas explica mais do que isso.
Explica as teias de cumplicidade que brotam nos lugares de decisão, nos lugares onde o dinheiro aflui, nos lugares onde o país escreve o seu destino. Este jogo de famílias que se conhecem desde há muito é o território ideal para que pequenos, médios e grandes escândalos financeiros surjam. A cumplicidade – que a expressão popular uma mão lava a outra tão bem traduz – faz nascer um poderoso sentimento de impunidade. Nos lugares de topo, as pessoas conhecem-se, devem-se favores mutuamente, uma mão lava a outra, e tudo parece fácil e, mais do que isso, parece ser um direito adquirido, fundado em antigas alianças, treinadas a comprar a cumplicidade da política e o silêncio da justiça. Toda a nossa sociedade está organizada de forma a que o mérito singular seja punido e um certo tipo de crime seja não apenas permitido como admirado. Portugal é, como diz o Público, uma república da cunha, do nepotismo e do amiguismo. Depois, admiram-se da imoralidade dos costumes em vigor na pátria.
www.kyrieeleison-jcm.blogspot.com
Da imoralidade dos costumes
A revista do Público de domingo passado trazia um trabalho, O Estado da Meritocracia em Portugal, que merece ser lido, pois ajuda-nos a compreender o chão de onde brotam os grandes problemas que afligem a sociedade portuguesa. O artigo só espantará os muito distraídos. O mais interessante é que torna evidente que não existe diferença de comportamento entre as instituições públicas e as empresas privadas. Mostra que o mérito dos indivíduos não é premiado em Portugal. Mesmo nas empresas privadas vale mais um incompetente com uma boa cunha do que alguém de qualidade, mas sem pedigree. A questão é mesmo mais grave. Ser competente pode ser um risco para a carreira de uma pessoa. Em geral, embora existam excepções, nas instituições públicas ou nas empresas privadas, a incompetência promove-se e é promovida. Esta cultura, velha de séculos, explica muito bem o nosso atraso. Mas explica mais do que isso.
Explica as teias de cumplicidade que brotam nos lugares de decisão, nos lugares onde o dinheiro aflui, nos lugares onde o país escreve o seu destino. Este jogo de famílias que se conhecem desde há muito é o território ideal para que pequenos, médios e grandes escândalos financeiros surjam. A cumplicidade – que a expressão popular uma mão lava a outra tão bem traduz – faz nascer um poderoso sentimento de impunidade. Nos lugares de topo, as pessoas conhecem-se, devem-se favores mutuamente, uma mão lava a outra, e tudo parece fácil e, mais do que isso, parece ser um direito adquirido, fundado em antigas alianças, treinadas a comprar a cumplicidade da política e o silêncio da justiça. Toda a nossa sociedade está organizada de forma a que o mérito singular seja punido e um certo tipo de crime seja não apenas permitido como admirado. Portugal é, como diz o Público, uma república da cunha, do nepotismo e do amiguismo. Depois, admiram-se da imoralidade dos costumes em vigor na pátria.
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![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
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![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
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