Onde raio está o dinheiro?
""Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados"."
Eu já nem quero saber como foram gastos os milhões de euros de lucros que nos fomos habituando a ouvir em apresentações de resultados da Caixa ao longo de vários anos. E também já não me interessam para nada aquelas análises que se referiam recorrentemente ao facto da banca portuguesa ser toda espetacularmente inovadora, um exemplo de modernidade, boa gestão e um sem fim de coisas maravilhosas.
Sabemos que entretanto o mundo mudou e já nada é como era. E se calhar é por isso que é agora evidente o pouco interesse em saber como foi possível que durante anos se desbaratasse tanto dinheiro, ou que se nomeassem administrações às quais ninguém tem dúvidas a apontar todos os defeitos. A mim também não me diz nada uma comissão de inquérito e se ninguém a quer também não vou seu eu a exigi-la, ou qualquer outra auditoria, processo de averiguações ou seja o que for.
Tão pouco me chateia que se fale tanto da Caixa como banco público para umas coisas mas como agente a operar num setor concorrencial para outras. Ou que nenhuma razão plausível seja apontada para que um administrador (porque é que ninguém os trata como funcionários públicos?) tenha que passar a ganhar cinco ou dez vezes mais do que o seu ordenado já muito elevado para que possa, dessa forma, produzir melhores resultados, ou seja, fazer o que lhe compete. Ou que os próprios funcionários da Caixa tenham de ser aumentados porque vão todos fugir para a concorrência que, como se sabe, está saudável e a contratar em condições ímpares!
Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados. Se foram para investimentos não concretizados em Sines ou em Vale do Lobo, se foram para o Lena ou para o BES, e quem os autorizou. O que é que isso interessa?
Penso mesmo que está finalmente criado o amplo consenso que se dizia que Portugal precisava. Ninguém quer saber. O PSD ainda propôs qualquer coisa, mas nem o Governo nem os partidos de esquerda que o apoiam querem saber o que quer que seja. E o mesmo se passa com todas as comissões, procuradorias, provedorias, unidades técnicas, grupos de especialistas ou manifestos de individualidades que sempre surgiriam neste tipo de situações.
Como todos, eu também não quero saber nada de nada sobre a Caixa. Só há um pequeno pormenor que me interessava ver esclarecido. Como cliente, contribuinte e cidadão. Onde raio está o dinheiro?
Onde raio está o dinheiro?
"Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados".
Eu já nem quero saber como foram gastos os milhões de euros de lucros que nos fomos habituando a ouvir em apresentações de resultados da Caixa ao longo de vários anos. E também já não me interessam para nada aquelas análises que se referiam recorrentemente ao facto da banca portuguesa ser toda espetacularmente inovadora, um exemplo de modernidade, boa gestão e um sem fim de coisas maravilhosas.
Sabemos que entretanto o mundo mudou e já nada é como era. E se calhar é por isso que é agora evidente o pouco interesse em saber como foi possível que durante anos se desbaratasse tanto dinheiro, ou que se nomeassem administrações às quais ninguém tem dúvidas a apontar todos os defeitos. A mim também não me diz nada uma comissão de inquérito e se ninguém a quer também não vou seu eu a exigi-la, ou qualquer outra auditoria, processo de averiguações ou seja o que for.
Tão pouco me chateia que se fale tanto da Caixa como banco público para umas coisas mas como agente a operar num setor concorrencial para outras. Ou que nenhuma razão plausível seja apontada para que um administrador (porque é que ninguém os trata como funcionários públicos?) tenha que passar a ganhar cinco ou dez vezes mais do que o seu ordenado já muito elevado para que possa, dessa forma, produzir melhores resultados, ou seja, fazer o que lhe compete. Ou que os próprios funcionários da Caixa tenham de ser aumentados porque vão todos fugir para a concorrência que, como se sabe, está saudável e a contratar em condições ímpares!
Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados. Se foram para investimentos não concretizados em Sines ou em Vale do Lobo, se foram para o Lena ou para o BES, e quem os autorizou. O que é que isso interessa?
Penso mesmo que está finalmente criado o amplo consenso que se dizia que Portugal precisava. Ninguém quer saber. O PSD ainda propôs qualquer coisa, mas nem o Governo nem os partidos de esquerda que o apoiam querem saber o que quer que seja. E o mesmo se passa com todas as comissões, procuradorias, provedorias, unidades técnicas, grupos de especialistas ou manifestos de individualidades que sempre surgiriam neste tipo de situações.
Como todos, eu também não quero saber nada de nada sobre a Caixa. Só há um pequeno pormenor que me interessava ver esclarecido. Como cliente, contribuinte e cidadão. Onde raio está o dinheiro?
![]() Dizia-se do último czar da Rússia, Nicolau II, que a sua opinião era a opinião da última pessoa com quem tinha falado. Cem anos depois, Nicolau II reencarnou em alguma daquela rapaziada que tomou conta dos principais partidos da nossa democracia. |
![]() Quando saí de Torres Novas para ir estudar em Lisboa já sabia que iria depois sair de Lisboa para vir trabalhar em Torres Novas. A primeira razão para voltar foi de natureza umbilical: eu ser de Torres Novas como outros são de Mangualde ou Famalicão. |
![]() Se se observar o comportamento dos portugueses perante a pandemia, talvez seja possível ter um vislumbre daquilo que somos e de como gostamos de ser governados. Obviamente que não nos comportamos todas da mesma forma e não gostamos todos de ser governados da mesma maneira. |
![]() O herói nacional, melhor jogador de futebol do mundo de sempre, segundo dizem, foi protagonista numa daquelas histórias que são matéria-prima para solidificar lendas. Nessa história, sublinhando as origens humildes, o estratosférico conquista mais um laço com o Zé comum. |
![]() Apesar da limitação de vacinas nesta fase, o país tem vindo a ser confrontado com variados episódios de vacinação fora do que está priorizado. Há sempre alguém que se julga acima das normas ou que faz as suas próprias normas e ultrapassa assim os que estão na fila, ou então por via de terceiros chegam primeiro à seringa. |
![]() Na falta de acções presenciais, multiplicaram-se, nos últimos meses, as iniciativas on-line sobre os mais diversos assuntos. Num destes eventos em que participei, sensibilizou-me, particularmente, o testemunho de um ex-ministro social-democrata que, quando questionado sobre um eventual regresso à vida política mais activa, reconheceu que não pretende fazê-lo porque, e nas suas palavras, os quatro anos em que foi ministro mudaram-no, levando amigos e familiares mais próximos a dizerem-lhe que, nessa altura, ele não era “o mesmo Nuno”. |
![]() 1. O PSD de Torres Novas é uma anedota. Ao mesmo tempo que digo isto, ouço já ao fundo vozes a erguerem-se contra esta forma crua e dura de arrancar com este texto. Imagino até as conclusões de quem tem facilidade de falar sem saber: é do Bloco, dizem uns, comunista desde sempre, atiram outros, indo ainda mais longe, lembrando que dirige aquele pasquim comunista, conforme aprenderam com o ex-presidente socialista. |
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![]() Passo de ballet, movimento em que a bailarina estica graciosamente a perna, tem diferentes níveis de dificuldade consoante a direcção da perna e a altura a que chega o pé, requer um grande equilíbrio e um elevado nível de concentração. |
![]() Ouço os sinais ao longe. Um pranto gritado bem alto, do alto dos sinos da igreja, por alguém que partiu. É já raro ouvir-se. Por norma, pelo menos na nossa cidade, ecoam apenas pelos que muito deram de si à causa religiosa. |
» 2021-02-05
» Carlos Paiva
Hill Street Blues - carlos paiva |
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PSD: a morte há muito anunciada - inês vidal |
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» José Ricardo Costa
Na mouche - josé ricardo costa |
» 2021-02-18
» Hélder Dias
Vacina |
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O estranho caso das vacinas - jorge carreira maia |