Onde raio está o dinheiro?
Opinião » 2016-06-19 » Jorge Salgado Simões""Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados"."
Eu já nem quero saber como foram gastos os milhões de euros de lucros que nos fomos habituando a ouvir em apresentações de resultados da Caixa ao longo de vários anos. E também já não me interessam para nada aquelas análises que se referiam recorrentemente ao facto da banca portuguesa ser toda espetacularmente inovadora, um exemplo de modernidade, boa gestão e um sem fim de coisas maravilhosas.
Sabemos que entretanto o mundo mudou e já nada é como era. E se calhar é por isso que é agora evidente o pouco interesse em saber como foi possível que durante anos se desbaratasse tanto dinheiro, ou que se nomeassem administrações às quais ninguém tem dúvidas a apontar todos os defeitos. A mim também não me diz nada uma comissão de inquérito e se ninguém a quer também não vou seu eu a exigi-la, ou qualquer outra auditoria, processo de averiguações ou seja o que for.
Tão pouco me chateia que se fale tanto da Caixa como banco público para umas coisas mas como agente a operar num setor concorrencial para outras. Ou que nenhuma razão plausível seja apontada para que um administrador (porque é que ninguém os trata como funcionários públicos?) tenha que passar a ganhar cinco ou dez vezes mais do que o seu ordenado já muito elevado para que possa, dessa forma, produzir melhores resultados, ou seja, fazer o que lhe compete. Ou que os próprios funcionários da Caixa tenham de ser aumentados porque vão todos fugir para a concorrência que, como se sabe, está saudável e a contratar em condições ímpares!
Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados. Se foram para investimentos não concretizados em Sines ou em Vale do Lobo, se foram para o Lena ou para o BES, e quem os autorizou. O que é que isso interessa?
Penso mesmo que está finalmente criado o amplo consenso que se dizia que Portugal precisava. Ninguém quer saber. O PSD ainda propôs qualquer coisa, mas nem o Governo nem os partidos de esquerda que o apoiam querem saber o que quer que seja. E o mesmo se passa com todas as comissões, procuradorias, provedorias, unidades técnicas, grupos de especialistas ou manifestos de individualidades que sempre surgiriam neste tipo de situações.
Como todos, eu também não quero saber nada de nada sobre a Caixa. Só há um pequeno pormenor que me interessava ver esclarecido. Como cliente, contribuinte e cidadão. Onde raio está o dinheiro?
Onde raio está o dinheiro?
Opinião » 2016-06-19 » Jorge Salgado Simões"Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados".
Eu já nem quero saber como foram gastos os milhões de euros de lucros que nos fomos habituando a ouvir em apresentações de resultados da Caixa ao longo de vários anos. E também já não me interessam para nada aquelas análises que se referiam recorrentemente ao facto da banca portuguesa ser toda espetacularmente inovadora, um exemplo de modernidade, boa gestão e um sem fim de coisas maravilhosas.
Sabemos que entretanto o mundo mudou e já nada é como era. E se calhar é por isso que é agora evidente o pouco interesse em saber como foi possível que durante anos se desbaratasse tanto dinheiro, ou que se nomeassem administrações às quais ninguém tem dúvidas a apontar todos os defeitos. A mim também não me diz nada uma comissão de inquérito e se ninguém a quer também não vou seu eu a exigi-la, ou qualquer outra auditoria, processo de averiguações ou seja o que for.
Tão pouco me chateia que se fale tanto da Caixa como banco público para umas coisas mas como agente a operar num setor concorrencial para outras. Ou que nenhuma razão plausível seja apontada para que um administrador (porque é que ninguém os trata como funcionários públicos?) tenha que passar a ganhar cinco ou dez vezes mais do que o seu ordenado já muito elevado para que possa, dessa forma, produzir melhores resultados, ou seja, fazer o que lhe compete. Ou que os próprios funcionários da Caixa tenham de ser aumentados porque vão todos fugir para a concorrência que, como se sabe, está saudável e a contratar em condições ímpares!
Eu quero lá saber como foi possível serem concedidos empréstimos tão avultados a coisas e pessoas tão duvidosas, ou com que tipo de garantias é que estes créditos foram negociados. Se foram para investimentos não concretizados em Sines ou em Vale do Lobo, se foram para o Lena ou para o BES, e quem os autorizou. O que é que isso interessa?
Penso mesmo que está finalmente criado o amplo consenso que se dizia que Portugal precisava. Ninguém quer saber. O PSD ainda propôs qualquer coisa, mas nem o Governo nem os partidos de esquerda que o apoiam querem saber o que quer que seja. E o mesmo se passa com todas as comissões, procuradorias, provedorias, unidades técnicas, grupos de especialistas ou manifestos de individualidades que sempre surgiriam neste tipo de situações.
Como todos, eu também não quero saber nada de nada sobre a Caixa. Só há um pequeno pormenor que me interessava ver esclarecido. Como cliente, contribuinte e cidadão. Onde raio está o dinheiro?
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
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O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
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Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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